Salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6,6 mil, segundo Dieese

Novo valor do piso nacional é insuficiente para manter o poder de compra do cidadão brasileiro. Valor ideal do salário mínimo deveria ser 5,1 vez maior.

Um novo ano se inicia e com isso a expectativa por um salário mínimo justo e que dê poder de compra ao consumidor sempre vem à tona. No entanto, a realidade é bem diferente. No final de 2022, ainda no Governo Bolsonaro, uma medida provisória definiu o valor do salário mínimo em R$ 1.302. O atual Governo luta para passar o valor para R$ 1.320, o que muda muito pouco para o cidadão.

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Recentemente, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconomicos (Dieese) divulgou uma nota à imprensa sobre esse aumento do salário mínimo e destacou que ele é insuficiente para recuperação do poder de compra do cidadão.

Valor ideal do salário mínimo

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Para chegar no valor ideal do salário mínimo, o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Dessa forma, é possível verificar o nível do poder de compra do cidadão brasileiro, comparando os produtos com o piso nacional pago.

Conforme o levantamento, entre novembro e dezembro de 2022, o preço da cesta subiu em 14 cidades. As maiores altas foram em Fortaleza (3,70%), Salvador (3,64%) e Natal (3,07%).

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Atualmente, a cesta básica mais cara do Brasil é a de São Paulo, cujo valor é de R$ 791,29. Florianópolis possui uma cesta básica de R$ 769,19 e em Porto Alegre o valor é de R$ 765,63. Essas são as três cestas básicas com os preços mais altos do Brasil.

Segundo o que está estabelecido na Constituição Federal, o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Dessa forma, o valor do salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6.647,63, de acordo com o Dieese. Esse valor está 5,1 vezes mais do que o atual salário de R$ 1.302. Esse foi definido por meio de medida provisória assinada no final de 2022, sob a gestão de Jair Bolsonaro.

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Produtos que tiveram alta em 2022

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Produtos que fazem parte da cesta básica. Foto: montagem / Pixabay – Canva PRO

A cesta básica é composta por 13 produtos. Confira quais são eles:

  1. Carne;
  2. Leite;
  3. Feijão;
  4. Arroz;
  5. Farinha;
  6. Batata;
  7. Tomate;
  8. Pão;
  9. Café;
  10. Banana;
  11. Açúcar;
  12. Óleo;
  13. Manteiga.

Dos produtos dessa lista, tiveram alta de preço em todas as capitais entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022: leite, pão, café, banana, manteiga, farinha de trigo e batata. Os principais motivos apontados pelo Dieese para essa alta foram:

  • Ausência de políticas de estoques reguladores e de subsídios aos preços dos produtos;
  • Falta de investimento em agricultura familiar;
  • Conflito externo entre Rússia e Ucrânia;
  • Dificuldade de escoar a produção de trigo e óleo de girassol;
  • Encarecimento dos custos de produção do leite no campo;
  • Elevação de preço dos fertilizantes;
  • Clima seco devido ao fenômeno La Niña;
  • Alto valor da taxa de câmbio.

Como o aumento foi, na maioria dos casos, acima da inflação, muitas famílias se obrigaram a substituir os produtos da lista por outros itens mais baratos ou similares.

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