O Horário de Verão em 2023 deve voltar a ser uma pauta a partir deste ano, após a troca de governo e de ministérios com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste sentido, várias entidades relacionadas ao setor de turismo, hospedagem e gastronomia pedem a volta desta configuração.
O pedido foi feito por meio de dois ofícios, encaminhados aos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente. A medida do horário de verão foi suspensa pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019.
Logo após o período das eleições, em novembro do ano passado, o recém-eleito presidente Lula (PT) lançou informalmente uma enquete em sua conta oficial do Twitter, recolhendo votos do público a respeito da instituição do horário. Na época, cerca de 66% dos usuários votaram a favor da aplicação deste formato.
Empresários querem retorno do Horário de Verão
Por sua vez, o presidente da Feturismo do estado do Paraná (Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento, Lazer e Similares), Fábio Aguayo, também diretor da CNTur (Confederação Nacional de Turismo), protocolou os pedidos. Estes foram enviados aos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do Meio Ambiente, Marina Silva, na última quarta-feira (11).
De acordo com a Feturismo, a retomada do horário de verão permite aliar o consumo econômico da energia elétrica em meses de pico com a conscientização do uso de recursos naturais. Deste modo, seria possível combater um chamado “negacionismo das mudanças climáticas e o aquecimento global”, informa o documento.
Para a empresa, a intenção do estabelecimento da volta do horário de verão é mostrar a importância do setor econômico, em consonância com ambos os Ministérios envolvidos. Assim, seria possível receber bem futuros turistas e trabalhar a conscientização dos visitantes com as devidas orientações em hotéis, pousadas e aeroportos.
No geral, a volta do horário de verão poderia garantir certo fôlego ao setor de turismo, lazer e gastronomia, visto que este departamento passou por dificuldade durante a pandemia de COVID-19. Ao adiantar uma hora nos relógios do país na maioria das regiões, as atividades turísticas recebem uma hora a mais em seus dias para receber mais turistas e clientes.
Da mesma forma, este horário diferenciado ainda poderia gerar grandes reduções no consumo de energia elétrica. O que a empresa deseja é estimular a adoção de novos hábitos de consumo pelo público, algo que seria refletido de forma positiva em estabelecimentos como bares, restaurantes, meios de entretenimento, festas e outras atividades do tipo.
Mais sobre o horário de verão
A suspensão do horário de verão em 2019 foi justificada por Bolsonaro na época com a produtividade. De acordo com o ex-presidente, a “produtividade do trabalhador brasileiro aumentaria”, já que a hora extra afetava o relógio biológico de toda a população. Na época, vários especialistas criticaram a regulamentação, mas os argumentos foram contornados pelo Executivo.
No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1931, abrangendo todo o território nacional. Durante vários períodos, esta mudança não foi adotada, mas até 2018, em sua última configuração, esta regulamentação funcionava nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.