O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma nova pesquisa mostrando que o desemprego caiu para 9,8% no trimestre que compreende de março a maio de 2022. De acordo com o levantamento divulgado nesta quinta-feira (30/09), essa é a menor taxa no mesmo período desde 2015, que foi de 8,3%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e mostram queda de 1,4 ponto percentual em comparação com o trimestre anterior (dezembro de 2021 a fevereiro de 2022). Já em relação a maio de 2021, a redução foi ainda mais expressiva, de 4,9 pontos percentuais.
Taxa de desemprego fica abaixo do esperado
Segundo o IBGE, essa é a primeira vez em seis anos que o desemprego fica inferior a dois dígitos. O resultado é uma surpresa para o mercado, que estava calculando taxa de 10,24% para esta época do ano. A Pnad Contínua mostrou que o número de pessoas ocupadas está em 97,5 milhões atualmente.
Esse número é o maior desde 2012, quando a pesquisa foi iniciada. A alta de brasileiros empregados foi de 10,6% em comparação com o mesmo período de 2021. Em relação ao trimestre anterior, o aumento de ocupações foi de 2,4%. Isso significa que, entre os meses de março e maio, 2,3 milhões de pessoas conseguiram um posto de trabalho.
“Foi um crescimento expressivo e não isolado da população ocupada. No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
Redução do desemprego é gradativa
De acordo com Beringuy, a redução do desemprego faz parte do processo de recuperação que aconteceu em 2021, após muitas pessoas perderem suas rendas em 2020. A coordenadora acredita que isso é devido às diferentes maneiras de inserção no mercado de trabalho, em empregos tanto formais como informais.
“O contingente de trabalhadores com carteira vêm apresentando uma recuperação bem interessante, já recompondo o nível pré-pandemia. Principalmente no final de 2020 e primeiro semestre de 2021, a recuperação da ocupação estava majoritariamente no trabalho informal”, explicou.
Ela ressaltou ainda a influência das campanhas de vacinação contra COVID-19, que teve o relaxamento das medidas de distanciamento como consequência. Beringuy pontuou que esse avanço ajudou a fazer o processo de recuperação ficar mais vigoroso em vários setores.