Ao que tudo indica, o governo Bolsonaro descartou a privatização dos Correios, que estava prevista inicialmente para 2022. As informações são do jornal O Globo. O motivo seria a resistência do Senado Federal em votar o projeto, que já foi aprovado inicialmente na Câmara dos Deputados.
Além disso, mesmo que seja dado aval para a desestatização da empresa nos próximos meses, não haveria tempo hábil para realizar a operação em 2022.
Além disso, nos últimos dias úteis deste ano, o governo federal vem priorizando a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, para financiar o Auxílio Brasil de R$ 400, que será a principal bandeira eleitoral do presidente Jair Bolsonaro para o pleito de 2022.
Privatização dos Correios
O texto foi aprovado junto à Câmara dos Deputados em agosto de 2021 e ficou parado logo em seguida. A justificativa, segundo o senador Otto Alencar (PSD-BA), é que ninguém estaria interessado em ser o relator da privatização dos Correios.
É que de acordo com a lei, toda matéria de privatização de uma empresa necessita de um relator, que é responsável por analisar os detalhes da venda e dar um parecer sobre o processo. O relatório serve como base para os demais parlamentares.
De acordo com analistas políticos, um dos fatores que levam os senadores a recusar a relatoria, é que os Correios não geram prejuízos à União. Segundo divulgado, apenas em 2020, a empresa rendeu lucros de R$ 1,53 bilhão.
Sendo assim, não haveria justificativa para a privatização do órgão. A relatoria desse projeto poderia, dessa maneira, acabar prejudicando a imagem do parlamentar no ano que vem, que é ano de eleições.
Enquanto o texto não tiver um relator, a matéria da privatização dos Correios permanecerá parada no Senado Federal. Caso os parlamentares desejem, podem engavetar a matéria e não entrar em pauta com esse assunto tão polêmico.