Incluído ou incluso: qual a diferença entre as duas formas e quando usar cada uma

As palavras incluído ou incluso seguem criando muita confusão entre os falantes da Língua Portuguesa. Descubra hoje a diferença entre as duas formas e como utilizá-las.

Existem certas palavras na Língua Portuguesa que nunca falham em pregar peças em seus falantes. Afinal, entender a forma correta de escrevê-las, falá-las ou inseri-las em uma frase pode gerar várias dúvidas, e certos termos são parecidos o suficiente para criar confusões generalizadas. Esse é o caso das palavras incluído ou incluso: as duas estariam corretas? Qual a diferença entre elas, e quando seria adequado utilizar cada uma?

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Antes de mais nada, é importante entender que tanto incluído quanto incluso existem, ou seja, ambos os termos estão corretos. Contudo, isso não quer dizer que não faz nenhuma diferença empregar um ou outro. Para entender mais sobre o assunto e aprender a usar essas palavras da forma certa, confira mais informações abaixo.

Incluído ou incluso: a diferença entre os termos e como utilizá-los

De forma que seja possível aprender a diferenciar essas duas palavras, é essencial recuar um pouco, mergulhando na história de ambas. O verbo "incluir" é considerado por muitos gramáticos como abundante, como é o caso de "aceitar", "gastar" ou "eleger". Ser abundante significa que ele possui dois particípios: o regular "incluído", ou o irregular "incluso".

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Esse é o mesmo caso dos outros termos: aceitar também pode ser "aceitado" ou "aceito", e eleger pode ser "elegido" ou "eleito". No geral, os particípios regulares, formados com base nas regras do português, junto dos irregulares, que são formas cultas derivadas do latim, travam uma espécie de guerra ao longo dos séculos de formação da nossa língua.

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Em vários casos, a forma irregular já caiu em desuso, e existe apenas como substantivo: esse é o caso de "cinto", que nasceu do particípio irregular "cingir". Contudo, em compensação, alguns particípios irregulares que um dia foram ignorados hoje em dia se impõem sobre a forma regular. "Elegido", por exemplo, foi destronado por "eleito" há um bom tempo.

Já o caso das formas "incluído" e "incluso" possui algumas peculiaridades. O verbo incluir sequer consta na lista de verbos abundantes da gramática, e o motivo para isso é o fato de que a versão "incluso" era rara até alguns anos atrás. Derivada do latim "inclusus", esse era um dos termos do famoso "juridiquês", a língua dos tribunais. Contudo, não é mais: em dado momento, ela passou a circular com mais frequência em várias áreas da literatura.

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Uso de incluído e incluso

Como informado anteriormente, incluído e incluso são formas equivalentes do particípio de incluir. Incluído é o particípio regular, e incluso o particípio irregular. Mas quando utilizar cada uma dessas versões?

A forma regular, "incluído", costuma ser utilizada de preferência na voz ativa, com os verbos "ter" ou "haver". Já a forma irregular, "incluso", está presente na voz passiva, junto dos verbos "ser" ou "estar". Confira alguns exemplos:

  • A funcionária já havia incluído o desconto no valor total da compra.
  • A funcionária já tinha incluído o desconto no valor total da compra.
  • O desconto já está incluso na sua compra.
  • O desconto já foi incluso na sua compra.

Apesar de as duas formas estarem corretas, a forma regular incluído segue sendo considerada como a mais correta pela maioria dos falantes da Língua Portuguesa, e seu uso é privilegiado.

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Por sua vez, a forma incluso, mesmo que pouco utilizada enquanto particípio, possui vez em seu formato como adjetivo. Ela indica algo que já está incluído, inserido dentro de algo, anexado a algo, que faz parte de algo etc. Veja exemplos:

  • Segue o documento incluso no e-mail.
  • O incluso cupom de desconto não foi encontrado pela cliente.
  • Você leu o relatório incluso na pasta?

Por fim, incluso também indica um dente inaparente, que ainda se encontra dentro do maxilar, o molar incluso. Na religião, indica um grupo de religiosos que vivia dentro de pequenas celas.

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