Joaquim José da Silva Xavier foi um dos líderes da Inconfidência Mineira, nascido na fazenda do Pombal, Minas Gerais, no dia 12 de novembro de 1746.
Infância e Juventude
Filho da Maria Paula da Encarnação e do proprietário rural, português, dedicado à mineração, Domingos da Silva Xavier.
Foi o quarto filho entre sete irmãos. Com apenas nove anos de idade ficou órfão de mãe, dois anos depois, seguiu com seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José, porém, já com onze anos, o seu pai falece.
Com a morte de Domingos e Maria Paula, a sua família, acaba ficando sem propriedades, por dívidas. Joaquim José fica sobre a tutela do seu tio, cirurgião dentista, Sebastião Ferreira Leitão.
Não fez os estudos regulares e foi trabalhar como mascate e minerador. Tornou-se sócio de uma botica, teve uma grande dedicação aos trabalhos na farmácia e se empenhou ao exercício da profissão de dentista, onde foi atribuído a ele o apelido “Tiradentes”.
Vida Adulta
Com o aprendizado adquirido no trabalho da mineração, Joaquim, tornou-se técnico de reconhecimento de terrenos e trabalhou para o governo no levantamento do sertão sudestino.
Em 1775, alistou-se ao Exército Colonial da capitania de Minas Gerais, tendo o privilégio de ingressar nas armas já como oficial, sem passar pelos postos subalternos, por ser descendente de português.
Em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do “Caminho Novo”. Prendeu assaltantes liderados pelo temido Montanha.
Aproximou-se de grupos que criticavam o domínio português sobre as capitanias por onde rodeava.
Joaquim José começou a sentir a pressão. Portugal queria que aplicasse os recursos humanos de modo exclusivo na mineração, sendo proibida a instalação de engenhos na região de Minas. A população foi obrigada a pagar altíssimos impostos, o que proporcionou um descontentamento geral.
Insatisfeito por ter perdido a função de marechal e ter permanecido apenas no posto de Alferes, em 1787, Joaquim pediu licença da cavalaria e foi tentar uma mudança de vida no Rio de Janeiro, onde ficou morando por um ano.
Elaborou projetos para construir armazéns no cais, para proteger as mercadorias e também para obter uma melhoria do abastecimento de água da cidade, programou a canalização dos rios Macaranã e Andaraí, porém, não obteve aprovação para a execução das obras.
Isso acabou aumentando a sua indignação perante o domínio português. Retornou para Minas Gerais e começou a fazer divulgação em Vila Rica a favor da Independência daquela capitania.
Participação na Inconfidência Mineira
Fatores mundiais ajudaram para a articulação da conspiração na capitania de Minas Gerais.
A Inconfidência Mineira, como ficou conhecida a rebelião, foi planejada. A nova capital deveria ser São del-Rei. Então elaboraram um projeto de constituição.
O sentimento de revolta atingiu o máximo de pessoas com a decretação da derrama, que foi uma medida que permitia que os impostos fossem cobrados forçadamente, mesmo que fosse necessário prender o cobrado.
Tiradentes por sua personalidade agitada, era visto como o mais radical dos inconfidentes.
Propôs que a bandeira da nova republica fosse um triângulo vermelho com fundo branco, significando a santíssima trindade. Programou a morte de Visconde Barbacena, porém, Barbacena, ficou sabendo da trama, pois um dos inconfidentes confessou.
Logo depois todos que estavam envolvidos foram presos. Com medo de castigos rigorosos, muitos dos inconfidentes não tiveram coragem de confessar os seus crimes.
O único a confessar foi Tiradentes e, por conta disso, recebeu a pena mais dolorosa, em um processo decorrido no Rio de Janeiro, que finalizou no dia 21 de abril de 1792.
Joaquim José da Silva Xavier foi enforcado e decapitado no Largo da Lampadosa.
Seu corpo foi esquartejado, sua cabeça foi exposta, em Vila Rica e, as outras partes do corpo foram espalhadas em vários postes no caminho entre Minas e Rio de Janeiro, para que todas as pessoas da coroa nunca se esquecessem da lição.
Por Paloma Gomes