Teologia da prosperidade é a doutrina que defende a bênção e o estabelecimento da abastança financeira para aqueles que se declaram filhos de Deus.
Dentre as mais diversas explicações para o tema, os líderes religiosos, adeptos dessa teoria defendem que é do interesse de Deus, como Pai supremo e soberano, que seu povo não viva uma vida de dificuldades ou privações.
Os sermões desses religiosos muitas vezes são baseados até mesmo em textos da Bíblia Sagrada, com versículos-chave que atestem suas afirmativas, principalmente no que tange à prática de pagamento do dízimo, uma forma de tributo praticado no Antigo Testamento (primeira parte da Bíblia) que consistia no pagamento de 10 por cento da prosperidade mensal, atribuída aos judeus como oferta para a manutenção do templo de Deus.
Acreditam os segmentos mais tradicionais que esta doutrina começou a se consolidar com o estabelecimento das igrejas conhecidas como “neopentecostais”, cujo pensamento por parte de seus líderes é base para um ensinamento de caráter mais liberal, até mesmo em questões antes consideradas peculiares, restritas ao culto e ao segmento doutrinário.
Muitas dessas igrejas têm sido constantemente combatidas, principalmente considerando a visibilidade que possuem, algumas até sendo grandes detentoras de canais de televisão e rádio.
O tema é bastante discutível, principalmente considerando os religiosos adeptos do pensamento conhecido como “conservador”. Algumas vertentes protestantes, como por exemplo, os chamados Arminianos, Calvinistas e outros advindos do Movimento Reformador, entendem que a Teologia da Prosperidade não possui base no ensinamento de Jesus Cristo.
Pelo contrário, seus líderes afirmam que aquele que a Bíblia descreve e denomina como Filho de Deus encarnado, buscava para si e seus seguidores uma vida onde houvesse justamente a resignação de se viver de forma a desapegar-se dos bens materiais, mas não como numa tentativa absoluta de abster-se de todas as riquezas e sim de não se prender a elas, esquecendo assim do real propósito de salvação de Deus para os homens.
Considerando a origem e o sentido original da palavra, o termo “prosperidade” literalmente significa “falta de necessidade”. Talvez por essa razão, considerando as várias possibilidades de interpretação para a palavra, o termo “necessidade” pode ser entendido tanto como uma condição de pobreza extrema, quanto um modelo de vida onde se viva regradamente, mas sem grandes luxos ou exageros.
O tema tornou-se tão grandioso que virou tema de estudos até mesmo dentro do ponto de vista sociológico. Alguns estudiosos como Paul Freston entendem o “fenômeno” Teoria da prosperidade como algo que primeiramente diz respeito à compreensão da ação de Deus em relação às ações humanas.
Freston entende ainda que dentro da teoria existem os que ele considera como “consumidores e vendedores”, ou seja, os propagadores e os que dão audiência, segmentando estes ainda em simplórios ouvintes vulneráveis ou os que por diversas razões apostam em opções que lhes são apresentadas como oferta de fuga para suas condições de adversidade.
Atualmente a Teoria da Prosperidade tornou-se bastante popular dentro de diversos segmentos cristãos e a cada dia arrasta grande multidão de adeptos, desta forma abrindo grandes lacunas de discussão sobre sua real efetividade entre os que a seguem, bem como seus efeitos (positivo ou negativo), tanto do ponto de vista religioso, quanto humano, considerando também a parte do homem como ser social.
Autor: Alan Lima