Biografia
Stephen Willianm Hawking (1942-2018) foi um dos mais importantes físicos do século XX. Nascido em Oxford, Inglaterra (curiosamente, no mesmo dia do aniversário de 300 anos da morte de Galileu Galilei).
Foi o caçula de quatro irmãos. Desde criança era apaixonado por física e astronomia, acreditava que elas ajudavam a compreender grandes questões universais, como de onde viemos ou por que estamos aqui, mas detestava matemática porque, segundo ele, era muito fácil.
Estudou Física na Universidade de Oxford com bolsa de estudos que obteve com apenas 17 anos. Era o mais novo de sua turma. Foi também na Universidade de Oxford que seus pais tiveram formação: o pai cursou medicina e a mãe filosofia, economia e política. Ao concluir a faculdade, Hawking fez mestrado na Universidade de Cambridge.
Aos 21 anos o jovem físico foi diagnosticado com ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença incurável e degenerativa que gradativamente paralisa todas as funções musculares do corpo. O prognóstico para Hawking era uma sobrevida de no máximo três anos.
Mas parece que a morte não estava nos planos imediatos de Stephen Hawking. Ele viveu mais de cinquenta anos além da previsão do médico que fez seu diagnóstico. Casou com Jane Wilde em 1965 e no início dos anos de 1970 já tinha três filhos e uma carreira em ascensão como físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos. Foi também neste período que ele começou a se locomover com cadeira de rodas.
Quando sofreu uma pneumonia que debilitou significativamente sua saúde durante estadia na Suíça, a recomendação médica foi de desligar o respirador artificial que trabalhava como suporte de vida para Hawking. Sua esposa, no entanto, não consentiu e o levou de volta para Cambridge, onde ele passou por uma traqueostomia e nunca mais conseguiu falar novamente. Foi a partir de então que ele começou a fazer uso de uma tecnologia bastante recente, que permitia comunicação verbal por meio da reprodução de uma voz eletrônica via computador.
Jane Wilde e Stephen Hawking se divorciaram em 1995. Hawking posteriormente se casa com Elaine Mason, que fora uma de suas enfermeiras. Elaine fora acusada de maus tratos e agressão ao marido durante os 11 anos que conviveram.
A primeira denúncia teria sido da filha de Hawking, Lucy, que foi por ele negada. No entanto, em 2006 novas denúncias partiram de uma das enfermeiras do físico, que acusou Elaine de agredir, humilhar, bater e deixa-lo no sol quente por horas. Hawking, não negou as acusações e o casal se separou em 2007.
Em 2014 Hawking começa a agir de modo a suscitar preocupações entre amigos e colegas: primeiro defendeu o suicídio assistido (que costumava considerar publicamente como “um grande erro”). Depois lançou uma pequena autobiografia. O livro teria apenas 144 páginas porque Hawking já estava com muitas dificuldades para se comunicar. Ele só conseguia escrever uma palavra por minuto com o queixo.
Stephen Hawking faleceu em Cambridge, Inglaterra, no dia 14 de março de 2018.
Teorias
Stephen Hawking produziu teorias que se tornaram fundamentais à física moderna. A mais notável é o teorema de singularidade, que prevê a existência de um ponto no centro dos buracos negros com força gravitacional capaz de atrair qualquer coisa. Fenômeno semelhante teria dado início ao Big Bang.
Em parceria com o físico Mlodinow, Hawking se baseou em teoremas da teoria da relatividade (de Einstein) para explicar como a “curvatura” do espaço-tempo estaria diretamente relacionada à energia e à presença de qualquer matéria e radiação.
Ele demonstrou, portanto, a influência da matéria e da energia em um meio, gerando gravidade e buracos negros. Esta é a teoria da relatividade geral de Hawking, que explicou, ainda, que esta teoria pode ser utilizada para qualquer sistema de medição de tempo e espaço, com um simples GPS.
Já na teoria da inflação cósmica Stephen Hawking defende que, após o período de criação, o universo primitivo passou por um período de intensa inflação. Minúsculas variações na distribuição da matéria durante este período de inflação podem ter dado lugar a propagação de galáxias espalhadas pelo incomensurável universo.
Esta teria sido umas das mais polêmicas teorias de Hawking, pois ele sugere que o universo se criou sozinho quando usa a teoria da gravidade para afirmar que o universo é plenamente capacitado para gerir a si mesmo. De acordo com o físico “se o universo não tem limites, mas é autossuficiente, então Deus não teria tido qualquer liberdade de escolher como o universo começou”.
Recebeu diversos prêmios, entre eles, o Prêmio Especial de Física Fundamental, de 3 milhões de dólares. Ele foi laureado pela descoberta da radiação dos buracos negros, por sua contribuição à física quântica e seus estudos sobre a origem do universo.
Ao completar 72 anos, em janeiro de 2014, Stephen Hawking fez uma coisa chocante. Escreveu um artigo dizendo que os buracos negros, elemento central do seu trabalho como físico, não existem da forma que imaginamos. Uma mudança de posição radical que não diminui nem invalida a obra de Hawking, mas deixou cientistas perplexos e gerou especulações sobre o futuro do físico. Talvez ele não estivesse bem de saúde, e tenha começado a divulgar seu legado intelectual definitivo.
Obras
A exemplo de Einstein, Stephen Hawking colocou a física teórica na imprensa e despertou o interesse do público leigo. Hawking lançou no ano de 1988, um dos livros mais famosos de sua carreira “Uma breve história do tempo”, que discorre sobre a origem do universo, voltado para o público leigo.
O texto leve e bem-humorado, acompanhado de ilustrações criativas torna acessível a todos os curiosos e interessados o conhecimento até então complexo da física de partículas e do funcionamento das dinâmicas que regem um número imensurável de galáxias universo afora. “Uma breve história do tempo” fez sucesso em todo o mundo, tendo sido traduzido para mais de trinta idiomas.
Ele escreveu diversas outras obras, entre elas, “Buracos Negros, Universos Bebês e outros ensaios” (1993), “O Universo Numa Casca de Noz” (2001), “A Teoria de Tudo: A Origem” (2002), “O Grande Projeto” (2010), e o livro de memórias, “Minha Breve História” (2014).
Opinião de cientistas
Aí estão revelações lúcidas sobre os domínios da física, astronomia, cosmologia e coragem.
Carl Sagan, sobre o livro “Uma breve história do tempo”:
O Professor Hawking foi um indivíduo único que será lembrado com carinho e afeto não apenas em Cambridge, mas em todo o mundo. Suas contribuições excepcionais ao conhecimento científico e à popularização da ciência e da matemática deixaram um legado permanente. Seu caráter foi uma inspiração para milhões. Ele fará muita falta.
(Stephen Toope, vice-reitor da universidade)
Sua morte deixou um vácuo intelectual no caminho. Mas ele não está vazio. Pense nele como um tipo de vácuo de energia permeando o tecido do espaço-tempo e que desafia medidas. Stephen Hawking, descanse em paz.
(Neil DeGrasse Tyson)
Nós sempre iremos nos inspirar em sua vida e suas ideias. Descanse em paz.
(Tim Cook, CEO da Apple)