Realismo fantástico no Brasil

Já ouviu falar em realismo fantástico? Esse movimento literário teve muita força na América Latina no início do século XX e também contou com alguns representantes aqui no Brasil. Acompanhe a seguir mais detalhes sobre essa corrente.

O realismo fantástico, realismo mágico ou realismo maravilhoso foi um movimento literário surgido no começo do século XX.

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Sua principal característica é a união entre o universo mágico e a realidade. Para isso, são apresentadas figuras irreais, inusitadas ou estranhas à realidade (pelo menos sob o ponto de vista lógico-científico) nas histórias contadas, sempre com muita naturalidade e sem se preocupar com explicações para esses fenômenos. Para completar, a narrativa não sofre qualquer quebra com a aparição desses elementos.

Carregada de emoções, a vertente é considerada uma característica própria dos autores latino-americanos. Aqui no Brasil, houve poucos representantes do gênero.

O primeiro deles foi o mineiro Murilo Rubião, que inaugurou o realismo fantástico no país, na década de 1940, sempre com muito rigor e clareza nos seus contos, e trazendo na bagagem inspirações como Machado de Assis, mitologia grega e até a própria Bíblia.

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Quem também reforçou o time mágico foi o goiano José J. Veiga, que narrava suas histórias cheias de lirismo e beleza poética, embora não deixasse a crítica política e social de lado. Em suas obras, é possível notar traços de Franz Kafka e Luigi Pirandello.

Infelizmente, apesar do empenho dos escritores brasileiros do gênero, o estilo não alcançou a mesma representatividade e reconhecimento na literatura nacional que o realismo fantástico adquiriu em toda a América Latina.

Realismo fantástico na vizinhança

Em outros países, como a Colômbia, um de seus principais expoentes foi o escritor Gabriel García Marquez, com obras como Cem Anos de Solidão. Em seu livro, acontecimentos como a ressurreição ou assunção de personagens comuns eram tidos como corriqueiros entre as pessoas, que não apresentavam qualquer questionamento. Pode-se, dessa maneira, perceber que os personagens não se espantavam com esses “absurdos”.

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O movimento literário surgiu em meio a um período político para lá de conturbado em toda a América Latina: os governos ditatoriais. Esse fato pode ser considerado um jeito que os autores encontraram de se opor a tudo o que vinha sendo observado nesses países, com palavras que queriam expressar exatamente o contrário do que os ditadores diziam e defendiam.

A dicotomia entre as tecnologias modernas que vinham surgindo e a cultura de mitos e superstições existentes também foi solo favorável para o desenvolvimento do realismo mágico. Da mesma maneira, movimentos e escritores do mundo inteiro, como Franz Kafka e Edgar Allan Poe, exerceram influência nos pioneiros do realismo fantástico.

Ficou interessado em conhecer mais sobre esse gênero literário? Então, confira os principais trabalhos desenvolvidos em âmbito nacional na lista abaixo.

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Principais obras de realismo fantástico no Brasil

Murilo Rubião:

– O ex-mágico da taberna minhota;

– Os dragões e outros contos;

– O pirotécnico Zacarias;

– O convidado;

– A casa do girassol vermelho;

– O homem do boné cinzento e outras histórias;

– Bárbara.

José J. Veiga:

– Os Cavalinhos de Platiplanto;

– A hora dos ruminantes;

– A Máquina Extraviada;

– O Professor Burim e as Quatro Calamidades;

– Os melhores contos de J. J. Veiga.

Por Crislayne Andrade

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