O nome “Klotho” é originado da mitologia grega, sendo uma homenagem a uma das figuras que controlava a vida dos mortais. A proteína relacionada ao envelhecimento, foi descoberta em 1997 por pesquisadores japoneses. A Klotho é produzida pelo DNA Humano, sobretudo nos rins e no cérebro.
Com o envelhecimento, a quantidade dessa proteína no organismo tende a diminuir, como, por exemplo, em doenças neurodegenarativas. Estudos do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), que faz parte da USP, mostrou que a queda nos níveis da Klotho, durante uma doença crônica renal, pode estar relacionada com o surgimento de danos que afetam o sistema nervoso central.
A proteína da longevidade é expressa pelo organismo e tem funções importantes no metabolismo e nas ações fisiológicas, principalmente na região do sistema nervoso. Geralmente, pessoas com Parkinson ou Alzheimer têm quantidades menores de Klotho no organismo.
Benefícios da proteína da longevidade para o cérebro
No cérebro, pesquisas apontam a relação entre a proteína, astrócitos e neurônios, e o lactato, que é um dos alimentos dos neurônios, em que quanto mais ativo ele está, mais a Klotho é produzida, ou seja, mais é energia é gerada. Desta forma, a proteína estimula a produção de lactato por meio do astrócito, que também atua na defesa antioxidante.
Além disso, estudos indicaram que a Klotho pode melhorar várias habilidades cerebrais como o pensamento, a memória e o aprendizado. Cientistas demonstraram por meio de pesquisas que as pessoas que têm uma variante da proteína conseguiram melhorar muitos estímulos cerebrais, independentemente da idade.
Nas pesquisas, o aumento dos genes da proteína em camundongos permitiu que eles ficassem mais inteligentes, e, provavelmente, isso ocorreu por causa do aumento das forças das conexões celulares no cérebro. O estudo teve o apoio do Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos.
As ações da Klotho no organismo
Pesquisas apontam que a proteína da longevidade também consegue sinalizar a quantidade de insulina no organismo. Foi realizado um estudo em camundongos que foram geneticamente modificados – sem a presença da proteína Klotho – e mostrou alterações nas células do sistema nervoso central referente à sinalização de insulina e também ao metabolismo energético.
Por causa da ausência da Klotho, os camundongos tiveram uma sensibilidade muito maior à insulina. Na pesquisa, as principais alterações foram registradas no hipocampo, responsável pela formação de novas memórias e aprendizagem. Sabe-se que a proteína da longevidade consegue atenuar a resposta da insulina. A pesquisa foi realizada no Laboratório da Universidade de São Paulo.
Outro benefício da proteína da longevidade é a sua ação antioxidante e anti-inflamatória no organismo. Estudos demonstraram que a Klotho consegue estimular e reforçar a capacidade de defesa das células, ou seja, reparar os danos oxidativos, sobretudo no processo de envelhecimento e das doenças neurodegenerativas.
Por causa do envelhecimento e de doenças é comum o acúmulo de danos que podem ser oxidativos para o nosso organismo, e esse processo pode provocar espécies reativas de oxigênio que são conhecidas como radicais livres. A Klotho atua, justamente, na proteção.
Além disso, a proteína também já mostrou que tem papel anti-inflamatório, pois ela tem a capacidade de impedir a resposta inflamatória no organismo, principalmente, nos astrócitos.
Klotho: proteção renal
A alteração da proteína no organismo pode influenciar de forma positiva ou negativa. Diminuição acentuada pode fazer surgir de forma precoce doenças e síndromes que são relacionadas ao envelhecimento como atrofia da pele ou osteoporose.
Por ser uma proteína endógena, consegue desenvolver uma ação anti-inflamatória e protetora nas células renais por meio de algumas inibições e produções de citocinas. De acordo com um estudo que foi publicado no Journal Of the American Society of Nephorology, níveis altos de Klotho podem preservar a função renal.
Segundo a pesquisa realizada, mostrou que o aumento quantitativo da proteína em aproximadamente duas vezes, estava relacionado a uma redução de 20% de risco das pessoas desenvolverem algum tipo de declínio na função renal ao longo do período do acompanhamento.
Além disso, os resultados da pesquisa permaneceram inalterados mesmo depois dos estudiosos considerarem vários fatores como, por exemplo, dados demográficos e de risco.
Logo, a pesquisa mostrou que a proteína da longevidade pode também desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de doença crônica e que pode atuar como um provável uso terapêutico.
Desta forma, a proteína Klotho pode trazer vários benefícios para a saúde e qualidade de vida, conforme têm mostrado vários estudos e pesquisas.