Adam Smith: história e principais teorias do pai do liberalismo

Adam Smith foi um filósofo social e um economista responsável por difundir o liberalismo econômico durante o Iluminismo. Saiba mais sobre aqui.

Considerado o “Pai do Capitalismo” ou o “Pai da Economia Moderna”, Adam Smith foi um economista e filósofo iluminista escocês que desenvolveu um modelo de livre mercado com base na valorização do trabalho e da liberdade individual.

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Suas obras falam sobre moral, ética, desenvolvimento econômico, educação, divisão de trabalho e livre concorrência, entre outros assuntos.

Quem foi Adam Smith?

Nascido em 1723, na cidade de Kirkcaldy, na Escócia, Adam Smith era filho de um advogado, chamado também de Adam Smith, e de Margaret Douglas. Na região onde vivia, a única fábrica existente produzia alfinetes, e a observação desse modelo de produção foi fundamental para a teoria econômica que viria a desenvolver mais tarde.

Adam Smith começou a estudar filosofia na Universidade de Glasgow quando tinha somente 14 anos de idade, em 1737, e se formou em 1740, mesmo ano em que recebeu uma bolsa de estudos para o Balliol College, da Universidade de Oxford.

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Em 1748, recebeu um convite do juiz Henri Home para dar uma palestra sobre Direito Natural, Literatura, liberdade de comércio e liberdade individual, assuntos sobre os quais falou em toda a sua obra.

Em 1751, foi nomeado Professor da Cátedra de Lógica, na Universidade de Glasgow, onde também foi eleito reitor, em 1758. Foi neste período que Adam Smith fez amizade com o filósofo David Hume, que teve grande influência no desenvolvimento de seu ideal econômico, filosófico e social.

Morto em 1790, em Edimburgo, Adam Smith nunca se casou e sua vida particular foi sempre muito reservada, portanto não se sabe muito a respeito dos aspectos íntimos do economista. Suas obras e seus ideais são estudados até hoje por filósofos, sociólogos e economistas de todo o mundo.

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O que Adam Smith defendia?

Para o economista, era necessário estabelecer um modelo social e econômico que tivesse como base o valor pessoal do trabalho. Precursor do liberalismo econômico, Adam Smith elaborou alguns conceitos que explicam seus ideais.

A mão invisível

O termo “mão invisível” é amplamente conhecido e possivelmente seja um dos ideais mais famosos de Adam Smith. Lema do liberalismo econômico, a expressão foi cunhada para que se pudesse explicar o movimento do mercado levando em conta os interesses de cada trabalhador que, produzindo qualquer tipo de bem ou fornecendo sua mão-de-obra, fazia isso não por gosto, mas sim para suprir suas necessidades.

A partir dessa lógica, Adam Smith dizia que o interesse individual de cada trabalhador era parte da construção do mercado. Para Smith, era preciso pensar em um modelo econômico diferente dos ideais mercantilistas, que defendiam a ideia de que a economia poderia ser dividida como uma torta, de modo que, para que conseguir uma fatia maior da torta, alguém acabaria ficando com uma fatia menor – para X ser rico, era necessário que Y empobrecesse.

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Smith, por outro lado, não estudava a pobreza, mas sim a geração de riqueza. A mão invisível do mercado é, então, a condução “natural” da economia por meio do trabalho. Para ele, os ricos não tinham como gozar de todo o capital que acumulavam; assim, quando uma pessoa rica abria um negócio, sua riqueza seria automaticamente distribuída para as pessoas não ricas através da mão invisível. Smith acreditava que essa cadeia de raciocínio e acontecimentos poderia resultar em um equilíbrio econômico.

A mão invisível pode ser entendida também como o nome dado à relação formada quando consumidores e produtores participam do comércio, especialmente no aspecto da oferta e procura:

  • Quando a oferta de um produto no mercado é maior do que a demanda (procura), o valor do produto fica mais baixo.
  • Agora, quando a demanda de um item é maior do que a sua oferta, o valor do produto fica mais alto.

Em sua obra “Teoria dos Sentimentos Morais”, na qual o termo foi citado pela primeira vez, Adam Smith diz que mesmo as pessoas mais ricas agem como se “fossem liderados por uma mão invisível…, sem querer, sem saber, para promover os interesses da sociedade”. Ou seja: as pessoas fariam bem à população de um modo geral mesmo quando estivessem buscando alcançar seus próprios objetivos ou acumular riquezas individuais.

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Natureza econômica

Para Smith, a economia se movimenta devido ao interesse individual de cada pessoa. Ou seja, um operário não ia trabalhar em uma fábrica porque queria, mas sim porque precisava daquele cargo para sobreviver e manter sua família.

Smith dizia que, por trabalhar mesmo sem querer, esse operário ajudava o desenvolvimento da sua sociedade e de seus familiares através do esforço de seu trabalho. Para ele, o egoísmo do ser humano resultava em um bem comum.

Divisão do trabalho

De acordo com a sua teoria da divisão do trabalho, a única forma de enriquecer seria por meio do trabalho. Para ele, a sociedade de então era diferente das civilizações primitivas porque acumulava riqueza graças aos benefícios produzidos pela divisão de trabalho e pelas maiores ofertas de emprego.

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Adam Smith defendia a liberdade econômica individual que, para ele, resultava em uma economia harmoniosa e justa, favorecendo o crescimento das riquezas da nação. Partindo do princípio de que, tanto empresários quanto trabalhadores agiam de acordo com os próprios interesses, o economista falava sobre a lei psicológica existente nesse caso.

De acordo com essa lei, os empresários podem ir em busca do maior lucro possível e os trabalhadores podem vender sua mão-de-obra ao empregador que ofereça o melhor salário. Com essa divisão de interesses, Smith acreditava que, de novo, a mão invisível do mercado atuava de forma espontânea em prol da competição no mercado.

Em relação ao trabalho em si, o autor defendia que cada operário fosse especialista em uma parte específica do trabalho, de modo que a produção fosse feita em etapas — esse insight resultou da observação da fábrica de alfinetes, citada no início deste texto, onde cada pessoa tinha uma função específica.

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O interessante, neste modelo de divisão de trabalho, seria que cada nação limitasse sua produção de itens diversos, contribuindo para uma mão-de-obra mais bem qualificada e um know-how difícil de ser superado por outros países.

Governo limitado

Uma vez que houvesse essa harmonia entre trabalhador, mercado e patrão, Adam Smith acreditava que o Estado poderia focar seus esforços apenas nas responsabilidades básicas, não devendo favorecer algumas pessoas por meio do fruto do trabalho de outras.

Smith defendia a ideia de que o governo deveria se preocupar apenas com a segurança pública, ao contrário do que acontecia durante o Mercantilismo, quando a força do Estado estava presente em quase todas as esferas sociais e econômicas.

Smith era contra a ideia de que a riqueza de uma nação poderia ser medida pela quantidade de metais (ouro e prata). Para ele, a riqueza era, na verdade, a quantidade de bens produzidos pelos trabalhadores de uma nação, o que precisa ser feito por meio da capacitação dos trabalhadores e sem a interferência do Estado.

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O economista acreditava também que os empregadores deveriam ter liberdade para negociar salários e condições de trabalho com seus funcionários, sem que houvesse um padrão a ser seguido ou intervenção do governo, que deveria garantir apenas segurança pública, o direito à propriedade privada e a liberdade individual dos cidadãos.

Quais as principais obras de Adam Smith?

Ao falar sobre o legado liberal clássico de Adam Smith, é necessário compreender um pouco suas principais obras. Em 1959, publicou “Teoria dos Sentimentos Morais” e, em 1776, publicou “A Riqueza das Nações”.

Teoria dos Sentimentos Morais

Nesta obra, Adam Smith indaga por que algumas ações são consideradas imorais enquanto outras são moralmente aceitas. Para ele, a consciência moral de cada pessoa precisa ser pautada a partir de uma análise imparcial sobre as próprias atitudes e as ações das outras pessoas.

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Contente com o resultado do próprio ensaio, Smith passou a vida toda fazendo revisões em sua obra.

A Riqueza das Nações

A obra mais importante da carreira de Smith foi “A Riqueza das Nações”, que serviu como base para o desenvolvimento do liberalismo clássico e de toda a teoria econômica moderna. Foi neste livro que Smith defendeu a não participação governamental nas decisões econômicas e de trabalho, servindo como base para a ideia de Estado Mínimo.

Em “A Riqueza das Nações”, Adam Smith dizia que a função do governo de cada nação deveria ser a de garantir segurança, ordem e o direito à propriedade privada. Seus argumentos se contrapõem ao modelo econômico mercantil, que sofria forte influência do Estado, e se baseiam na defesa de que todo indivíduo deveria ter liberdade para oferecer ou contratar mão-de-obra.

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Foi neste livro também que o autor apresentou seu conceito da mão invisível do mercado, que defende o preceito de que a economia flui naturalmente quando patrões e trabalhadores têm liberdade de negociação.

Frases de Adam Smith

Muitas frases de impacto podem ser retiradas das obras de Smith. Entre elas, destacam-se:

  • “O que vai gerar a riqueza das nações é o fato de cada indivíduo procurar o seu desenvolvimento e crescimento econômico pessoal”.
  • “Onde há grande propriedade, há grande desigualdade. Para um muito rico, há no mínimo quinhentos pobres, e a riqueza de poucos presume da indigência de muitos”.
  • “A ciência é o grande antídoto contra o veneno do entusiasmo e da superstição”.
  • “É injusto que toda a sociedade contribua para custear uma despesa cujo benefício vai a apenas uma parte dessa sociedade”.
  • “É o medo de perder seu emprego que restringe suas fraudes e corrige sua negligência”.
  • “A ambição universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram”.
  • “A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes”.
  • “O verdadeiro valor das coisas é o esforço e o problema de as adquirir”.
  • “Nenhuma nação pode florescer e ser feliz enquanto grande parte de seus membros for formada de pobres e miseráveis”.

Críticas a Adam Smith

Ainda hoje existem economistas que defendem os ideais de Adam Smith, mas há muitos estudiosos que discordam de seu posicionamento liberal e que apontam contradições em sua obra.

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A ideia da mão invisível do mercado, por exemplo, é frequentemente debatida por autores modernos que mostram como as estruturas sociais não permitem que haja uma movimentação natural da economia.

A liberdade de negociação entre patrão e empregado também é outro ponto polêmico, visto que, na prática, o lado do empregado tem um peso muito menor do que a proposta de quem está contratando a mão-de-obra — se um servente de pedreiro, por exemplo, propõe um valor X ao dia de trabalho, é bem provável que o contratante faça uma proposta de pagamento inferior e que, caso o servente não aceite, o contratante simplesmente encontre outra pessoa que se submeta a trabalhar o mesmo tempo por um pagamento inferior.

Outra crítica diz respeito às ideias de moralidade defendidas pelo autor em seu primeiro livro, já que seu ensaio econômico simplesmente refutou os preceitos de “Teoria dos Sentimentos Morais”.

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De qualquer maneira, estudar os ideais de Adam Smith é interessante quando o intuito é compreender o capitalismo, modelo econômico vigente, e as bases estruturais do pensamento liberal e do conceito de liberdade individual.

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