Pierre Bourdieu nasceu em 1930 em Denguin, no sudoeste da França. Iniciou seus estudos em um internato em Pau, o que não foi uma boa experiência para ele.
Em 1951 entrou para Faculdade de Letras em Paris em 1954 formou-se em filosofia. Prestou serviço militar na Argélia, onde escreveu seu primeiro livro.
Voltou à França, como assistente do filósofo Raymond Aron e se tronou secretário-geral do Centro Europeu de Sociologia.
Bourdieu teve mais de 300 títulos publicados, incluindo livros e artigos e fundou a Actes de la Recherche en Sciences Sociales e Liber.
Lecionou no Collège de France em 1982 e propôs criar um estudo sociológico da sociologia.
Bourdieu morreu de câncer em 2002, deixando um legado importantíssimo para a sociologia mundial.
Obra e pensamento de Pierre Bourdieu
Pierre Bourdieu criticou ferozmente a subordinação material e simbólica que age sobre os indivíduos da sociedade contemporânea, criando uma relação de interdependência nociva.
Para ele a estrutura social é um sistema hierarquizado de poder e privilégio, determinado pelas relações materiais ou econômicas e pelo status social e escolaridade entre os indivíduos.
Com isso, as diferenças sociais seriam resultados da distribuição desigual do capital econômico (renda), capital cultural (educação), capital social (relações interpessoais)e capital simbólico (bens materiais) entre cada indivíduo da sociedade.
Nas décadas de 1960 e 1970 Bourdieu faz várias pesquisas sobre o caráter qualitativo e quantitativo sobre a vida cultural, práticas de lazer e de consumo de cultura entre os europeus, especialmente os franceses.
Essas pesquisas resultaram em 1976 na obra Anatomia do gosto e posteriormente A distinção – crítica social do julgamento.
Bourdieu afirma que o gosto cultural e estilos de vida estão marcadas pelas trajetórias sociais que cada pessoas viveu.
Para ele as práticas culturais dos indivíduos são frutos da educação recebida na família e na escola e não algo inato que nasce com ele.
Para Bourdieu o gosto seria resultado das relações de força impostas por instituições que transmitem a cultura da sociedade capitalista, que seriam a escola e a família.
O autor vê um descompasso educacional que cria uma desigualdade de acesso ao conhecimento e cultura culta por parte dos grupos sociais ditos inferiores.
Esses não tem o mesmo acesso a essa cultura culta e ao conhecimento de qualidade que os grupos superiores têm, o que gera injustiça social.
Em resumo para Bourdieu o sistema escolar, em vez de oferecer acesso democrático ao capital cultural de qualidade para todos, só reforça as diferenças desse capital entre seu público.
Assim, o sistema escolar limita o acesso e o total aproveitamento dos indivíduos que pertencem às famílias menos escolarizadas, pois cobra deles aquilo que eles não têm, que é um conhecimento cultural necessário para transmiti-lo a outras gerações.
Pierre Bourdieu foi bastante criticando por essa visão pessimista da escola.
Bourdieu foi um ideólogo e símbolo dos protestos contra a globalização econômica e cultural.
Bourdieu fez críticas a uma ordem que considerava excludente, criticando principalmente os meios de comunicação, que segundo ele se renderam à lógica capitalista, produzindo capital cultural de baixa qualidade em larga escala, que só incentivava a desigualdade social.
Entre as principais obras de Pierre Bourdieu estão:
- “As Regras da Arte”;
- “O Ofício do Sociólogo”;
- “A Distinção: crítica social do julgamento”;a social do julgamento”;
- “A Reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino.”
- “Dominação masculina”.
- “O poder simbólico”.
- “Bourdieu e a educação”
- “Razões práticas: sobre a teoria da ação.”
Por Simone Oliveira
