Pelagianismo

Considerada uma heresia pela Igreja, o pelagianismo defendia o livre-arbítrio e a salvação humana pelas próprias escolhas, e não pela graça divina.

Pelagianismo deriva de Pelágio, monge britânico, nascido no século 4 d.C. e cuja doutrina foi considerada herética pela Igreja por defender o livre-arbítrio e negar a Deus como primordial para a salvação.

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Assim que chegou a Roma, Pelágio decidiu fazer uma reforma moralista devido à imoralidade praticada no ambiente, e sustentou sua tese de que o homem poderia salvar a si mesmo graças ao livre-arbítrio, contrariando os ensinamentos bíblicos e defendidos por Santo Agostinho, bispo africano de grande influência na Igreja.

O que é pelagianismo?

Trata-se da doutrina atribuída a Pelágio, o monge britânico que contrariou as Escrituras bíblicas, refutou as ideias de Aurélio Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) e defendeu que o pecado cometido pela humanidade não advém do pecado original.

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A doutrina de Santo Agostinho ensinava que o pecado de Adão corrompera toda a humanidade e, por isso, para obter a salvação de seus pecados, bastava obedecer a Deus para que Ele concedesse a Sua graça.

Por sua vez, Pelágio considerava que a ideia do pecador aceitar Deus como única salvação, implicaria em mais pecados e na impunidade, uma vez que, para a Igreja, somos pecadores por causa do pecado de Adão.

Para o monge, somos pecadores porque pecamos, e atribuir isso a uma única pessoa (no caso, Adão) seria o mesmo que se eximir de culpa.

Principais características

A doutrina do pelagianismo foi tida como pagã justamente porque a teologia de Pelágio era contra o discurso pregado pela Igreja, que ensinava sobre Deus ser a única salvação dos pecados, sobre a existência do pecado original e sobre a vida eterna e santidade (em casos de Deus conceder a graça).

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O monge visava o aperfeiçoamento moral e social, e o livre-arbítrio como formas de cada pessoa salvar a si mesmo. Para o teólogo, Adão e Jesus Cristo eram, respectivamente, o mal e o bom exemplo, e se todas as pessoas resolvessem seguir o bom exemplo de Cristo, ninguém teria pecado. O pecado para o pelagianismo é, portanto, culpa da própria humanidade que resolveu seguir o mau exemplo de Adão.

As características do pelagianismo foram listadas por Paulinho de Milão, que também considerou uma heresia:

  • Adão não corrompeu a humanidade, muito menos era imortal; teria morrido de qualquer maneira, com ou sem pecado;
  • Os seres humanos nascem sem pecado, assim como Adão, e tem o livre-arbítrio para decidir entre o bem e o mal. O que corrompe o homem, portanto, são suas más escolhas.
  • Assim como a humanidade não morre por causa do pecado de Adão, o pelagianismo defende que ninguém ressuscita porque Cristo ressuscitou;
  • Assim como o Evangelho, a Lei também leva a humanidade ao reino dos Céus;
  • Havia homens sem pecado antes da chegada de Cristo.

Considerado o pai da heresia, Pelágio tinha seus discípulos que defendiam fortemente tais características.

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Principais nomes

Os principais seguidores do movimento pelagiano foram Celéstio e Juliano de Eclano, sendo que o primeiro era um grande defensor das ideias pelagianas diante das autoridades eclesiásticas, o que acarretou em sua condenação.

Após a condenação de Pelágio e Celéstio por heresia, o bispo italiano Juliano de Eclano passou a confrontar diretamente com Agostinho, ambos em alto nível intelectual, ocasionando em desgaste para o bispo contrário ao pelagianismo.

Quatro anos após a condenação, o monge Pelágio foi absolvido das acusações de heresia pelo concílio de Dióspolis (ou Lydda) e considerado ortodoxo.

Ainda assim, o pelagianismo foi condenado como doutrina herética em 418 d.C, no Concílio de Cartago, em 431 d.C, no Concílio de Éfeso, e em 529 d.c, no Concílio de Orange II.

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