Australiano com cidadania equatoriana, jornalista, ciberativista, fundador e editor do site Wikileaks. Uma figura deveras polêmica, mas, em certa parte, até bem defendida, inclusive por alguns tablóides internacionais.
Paul Julian Assange nasceu no dia 03 de julho de 1971, em Townsville, na Austrália.
Seus pais eram artistas e possuíam uma companhia de teatro itinerante. Por consequência disso, Assange teve a oportunidade de viajar por todo o território da Austrália no período da infância e adolescência.
Desde cedo demonstrava grande personalidade de caráter investigativo. Aos 16 anos ganhou seu primeiro computador e logo descobriu a habilidade para invadir sistemas.
Essa “virtude” fez com que se tornasse membro de um grupo de hackers chamado “The International Subversives” (Subversivos Internacionais, em tradução literal).
Porém o trabalho ilegal foi logo descoberto, fazendo com que a Polícia Federal Australiana invadisse sua casa na cidade de Melbourne, em 1991. A acusação era baseada em provas que denunciavam Assange como invasor de computadores de diversas companhias e organizações.
Assange, à época, declarou-se culpado dos 24 crimes dos quais foi acusado. Porém, a confissão, aliada aos pagamentos de multa e demonstração de bom comportamento permitiram que ficasse livre da prisão.
Após esse período cinza em sua história, chegou a trabalhar em uma universidade e também em outras empresas, inclusive com telecomunicação, buscando resolver falhas nos sistemas de segurança dos computadores.
O fenômeno Wikileaks
Assange estudou Matemática e Física na Universidade de sua terra natal até 2006 e, após esse período, participou da fundação do Wikileaks: site que ficou mundialmente conhecido pela proposta que possui em publicar documentos que denunciem vazamento de informações.
O site ganhou projeção internacional e atualmente é publicado em mais de 12 idiomas. Sua fama lhe permitiu ganhar prêmios de grande importância como o Nobel da Paz, em 2011.
Além disso, o site recebeu apoio de grandes jornais internacionais como os renomados El País, Le Monde, The Guardian, e outros. O site também recebeu á época, apoio de alguns chefes de estado, como o ex-presidente brasileiro Lula e também o atual presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Assange – hacker X herói
A figura do jornalista divide muitas opiniões de uma forma geral. Alguns conseguem entender o propósito de seu trabalho, portanto defendem-no, isentando-o de adjetivos como “espião”, “hacker” e afins.
Paul Craig Robert, Doutor e presidente do Instituo para Economia Política, definiu Assanger sucintamente:
“Julian Assange é jornalista e não espião. Como ele publicou material vazado que comprovou a duplicidade e a criminalidade do governo dos EUA, Washington o trancou na embaixada equatoriana em Londres desde 2012 e agora está negociando com o novo presidente do Equador para revogar seu asilo e entregá-lo ao governo (…)”
Robert chegou até mesmo a declarar, em outros artigos, que a prisão de Assange deu lugar a um sentimento de vingança e não de justiça e que esta atitude ficou provada no período em que Assange ficou preso, durante oito anos, em um presídio no estado Kafka.
A controversa ocasião foi motivo de inúmeras especulações ao caso, inclusive de declarações defendendo a inocência de Assanger por falta de provas.
O episódio pôde ser interpretado como uma atitude de ”virar às costas” à injustiça e Assanger, na ocasião, recebeu apoio apenas do ex-presidente equatoriano, Rafael Correa e da agência da ONU.
Ambos foram os únicos a investigarem o caso de fato, constatando ser ilegal a permanência de Assanger, simplesmente pela recusa do governo do Reino Unido em lhe conceder asilo político.
Por Alan Lima