Mona Lisa, Romeu e Julieta, afrescos do teto da Capela Sistina, Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael são nomes que quase todo mundo já ouviu falar. Em comum, todos esses artistas e obras fazem parte de um único período da História: o Renascimento. Afinal de contas, o que foi o Renascimento? E por qual motivo ele é tão importante?
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Aprenda quais são as principais características dessa época e como ela mudou a História da Europa e do mundo Ocidental para sempre. Entenda o que permitiu que um continente devastado por guerras e pestes conseguisse se reerguer, com diversas nações poderosas.
O que foi o Renascimento
O Renascimento, chamado também de Renascença ou Renascentismo, foi um período da História marcado por grandes mudanças, principalmente na sociedade europeia. Não há um consenso exato sobre quando o período começou e terminou. No entanto, aceita-se que entre os séculos XIV e XVI, principalmente a Europa, passou por profundas mudanças.
Com o fim da Baixa Idade Média, a sociedade europeia vivia boa parte em feudos e tinha na Igreja Católica um poder central que ditava as regras a serem seguidas. Por isso, a arte era voltada a temas religiosos e não era permitido que houvesse tradições consideradas pagãs, afetando a cultura da época. Pesquisas científicas que poderiam afetar os dogmas da Igreja eram barradas.
O Renascimento veio para quebrar esse monopólio, introduzindo pensamentos novos e resgatando valores clássicos da Grécia Antiga e do auge do Império Romano. Nesse sentido, o homem passaria a ser o centro das coisas e não mais a religião. Houve um espaço para experimentações, pesquisas, busca de conhecimento científico. A arte passou a ser mais livre e também patrocinada por uma nova classe de pessoas: a burguesia.
Origem do Renascimento
Para grande parte dos historiadores, o Renascimento surgiu graças ao comércio e se consolidou com o domínio europeu em outros continentes. Na Itália, cidades como Veneza, Florença e Gênova, faziam parte de ricas rotas comerciais desde o século XI.
A partir do século XV, grandes potências europeias se aventuraram pelos oceanos buscando alternativas ao domínio italiano. Foi nesse momento que as grandes conquistas marítimas. Foram realizadas
Países como Portugal, Espanha, Holanda e Inglaterra passaram a ter colônias nas Américas, África e Ásia. Houve também uma ampliação do comércio com o Oriente Médio e também com o extremo Oriente (regiões onde hoje estão Índia, China, Malásia, Indonésia e Japão).
Com o comércio crescendo e o aumento da riqueza, a Europa passou por um momento de bem-estar social. O dinheiro sobrando permitiu o financiamento de produção artística e científica. Esculturas, pinturas, desenhos, música, teatro e outras formas de arte foram incentivadas.
Antes do financiamento privado, a arte era patrocinada praticamente pela Igreja Católica e por pessoas da nobreza. No Renascimento, governantes e burgueses, comumente denominados de mecenas, passaram a investir em artistas. Alguns historiadores apontam que o gasto também servia como forma de se obter apoio popular. Afinal, patrocinar grandes artistas era um sinal de status, mas também de valorização da cultura local.
Portanto, o Renascimento surgiu graças as mudanças, inicialmente na Itália, e depois no resto da Europa, proporcionadas pelo comércio. A troca de produtos com outros povos trouxe o dinheiro para o patrocínio da arte e da ciência, permitiu a ascensão da burguesia e modificou a cultura europeia.
Características do Renascimento
Geralmente, afirma-se que o Renascimento foi marcado pelo Classicismo, Antropocentrismo, Cientificismo, Individualismo e pelo Racionalismo. Apesar de serem palavras incomuns no cotidiano, é algo bem simples de entender.
O Renascimento contou com o resgate de valores da Antiguidade que eram considerados como “perdidos” na época. Os principais nomes desse período da História consideravam que alguns valores da Grécia Antiga (Clássica) e de Roma Antiga eram fundamentais para a sociedade. Daí vem a característica denominada de Classicismo.
Durante o ápice da Idade Média, pelo fato de o domínio da Igreja ter sido muito grande, o pensamento comum, a filosofia e arte estavam voltados a temas mais religiosos. Deus era o centro de todas as coisas e isso deveria refletir nas obras de arte, na literatura e em praticamente todos os aspectos da sociedade.
No entanto, o Renascimento volta a pensar no homem e na figura humana como posição de destaque (Antropocentrismo) e não somente em Deus e outras figuras religiosas. O humanismo foi um forte movimento que surgiu na Renascença, justamente na busca de colocar o homem como centro do mundo.
A ciência e disciplinas como Física, Matemática e Biologia se tornaram chaves dentro do Renascimento (Cientificismo). Houve uma procura por explicações lógicas e não somente religiosas sobre a natureza e outros aspectos da vida (Racionalismo).
Um exemplo claro da busca pelo conhecimento e do ser humano como centro de tudo pode ser visto na obra Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci. Nela, o artista ressalta as proporções do corpo humano e suas características singulares. Dentro do Renascimento, a geometria e atributos matemáticos se tornaram vitais dentro da composição das obras de arte.
Além disso, o Individualismo passou a ser uma característica marcante da época, tanto no meio artístico, quanto no modo de viver das pessoas. Com o aumento do comércio e o acúmulo de riquezas, principalmente da burguesia, a procura por se destacar e também por ter uma vida mais confortável com itens de luxo como obras, peças de vestuário e propriedades passou a ser comum.
Foto: Pixabay
Fases do Renascimento
Existem historiadores e especialistas em arte que gostam de dividir o renascimento em quatro períodos: Trecento, Quattrocento, Alto Renascimento, Cinquecento. Geralmente, essa classificação é utilizada para o Renascimento na Itália. No entanto, alguns historiadores já aceitam incluir outros países europeus, principalmente no Cinquecento.
Trecento (século XIV)
O Trecento é considerado como a fase de preparação do Renascimento, sendo o momento de ruptura entre a cultura da Idade Média e as novas ideias. Apesar de cidades como Milão, Pisa e Veneza já observarem um processo de afastamento do pensamento medieval, foi em Florença que as mudanças mais bruscas foram notadas. Por isso, muitos historiadores consideram que o local é o berço da Renascença.
A flexibilização necessária para a realização do comércio com outros reinos, que possuíam culturas e pensamentos diferentes impulsionaram o Renascimento. Como Florença era uma cidade famosa pela compra e venda de tecidos de diversas partes do globo, a Renascença tinha terreno fértil para surgir.
As guildas, espécie de associações que se organizavam em torno de oferecer um produto ou serviço, foram fundamentais para o desenvolvimento do comércio local. Os líderes das guildas logo se tornaram pessoas ricas, abrindo empresas e aumentando ainda mais o fluxo de produção, de compra e venda de produtos e materiais.
Serviços bancários, de câmbio de moedas e de financiamento também começaram a ser feitos, novamente liderados por quem era influente nas guildas. Os líderes se tornariam o que hoje se conhece como burguesia.
Ou seja, além do comércio, o dinheiro dos reis, nobres e da Igreja passavam pelas mãos da burguesia. Famílias como os Medici, Mozzi e Strozzi se tornaram famosas na época. Essas mesmas famílias seriam consideradas como as grandes apoiadoras da arte da Renascença, ganhando o nome de mecenas.
O Trecento serviu como uma amostra do que viria nos anos seguintes, já que ainda estava reduzido a Florença e em outras localidades, em menor escala. Mesmo sendo um período ainda caracterizado pelas mudanças e por ainda não ter alcançado uma grande parte da sociedade, diversas obras e pesquisas científicas foram feitas.
Quattrocento (século XV)
O Quattrocento foi o segundo período do Renascimento, onde houve uma expansão das ideias para outras cidades e reinos italianos. Tudo começou com o Ducado de Milão que avançava contra os domínios de pequenos reinos e acabou perdendo o fôlego perto de Florença.
O fracasso de Milão foi visto por Florença como uma vitória do seu modo de ser e agir. Os cidadãos florentinos consideravam o local como exemplo a ser seguido. Alguns pensadores e filósofos da época chegaram a apelidar Florença de Nova Atenas, em clara referência à cidade clássica grega.
O estudo da língua grega passou a ser incentivado e ensinamentos de Platão e Aristóteles voltaram a ser debatidos séculos após terem sidos criados. Nesse período, destacam-se nomes como Demétrio Calcondilas, Jorge de Trebizonda, João Argirópulo, Teodoro Gaza e Barlaão de Seminara, considerados grandes intelectuais da época.
Ainda tímido, o Renascimento já dava seus primeiros passos fora da Itália graças a nomes como Rodolphus Agricola, Erasmo de Roterdão, Nicolau de Cusa, Mirandola e Thomas More. A pintura Retrato, de Luca Pacioli, é uma obra que representa bem o momento do Quattrocento.
Com a morte de Lourenço de Médici, um dos maiores mecenas de toda a Renascença e governante local, Florença passou por problemas na administração pública. Consequentemente, a arte sofreu com a fuga de talentos para outros locais. Florença já não era mais o principal polo do Renascimento e a Alta Renascença (Alto Renascimento) estava prestes a começar.
Alto Renascimento
O Alto Renascimento ou Alta Renascença foi um pequeno período intermediário entre o Quattrocento e o Cinquecento. Este período costuma ser encerrado durante o saque de Roma, em 1527. É nessa época que Leonardo Da Vinci atinge sua maturidade como artista, inventor e pesquisador. A Mona Lisa, por exemplo, foi criada em 1503.
Além disso, o Alto Renascimento se caracteriza pelo fato de os grandes artistas terem migrado para Roma, graças ao patrocínio do Papa Júlio II. Incomodada com o que ocorria em Florença, Veneza e outras cidades, a Igreja decidiu ter novamente o monopólio dos grandes artistas e da arte.
Muitos recursos foram empregados e obras como a Última Ceia (Da Vinci), os afrescos de Michelangelo e de Rafael se tornaram ícones do período. Diversas estátuas e bustos também foram encomendadas na época.
Vale dizer que ainda que governantes públicos também colaboraram no patrocínio das obras durante a Alta Renascença. Por serem muito caras, elas costumavam denotar o poder do Estado ou de quem estava no comando naquele momento. Muitas obras ficavam expostas em locais públicos como pátios, halls e salões.
Cinquecento (século XVI)
É somente no Cinquecento que há a grande expansão do Renascimento para o restante da Europa. Esta é a última fase desse período da História. No Cinquecento, o que hoje é a Itália passava por grandes problemas. Roma foi saqueada em 1527 e mais ou menos no mesmo período começou a haver uma contestação papal por parte dos protestantes.
Com os reinos da Itália enfraquecidos, invasões foram constantes e a decadência começou a tomar conta da sociedade. No entanto, a chegada de novas pessoas fez com que a cultura Renascentista fosse espalhada pelo continente.
A diminuição da influência papal e a abertura de novas rotas de comércio, aliados ao descobrimento da América fez florescer diversos centros regionais de arte, ciência e literatura. Academias foram sendo criadas em diversos locais, com destaques para Florença, Veneza e Milão.
Com o saque de Roma e a abertura de novas rotas de comércio, o Renascimento floresceu em Portugal, na Espanha, Inglaterra e pelo resto da Europa. A influência do Protestantismo, principalmente onde hoje é a Alemanha, ajudou a Renascença, já que fez com que a Igreja perdesse o monopólio do pensamento e da cultura.
O Cinquecento foi também a fase de transição da arte europeia para o Maneirismo e para o Barroco. Algumas obras já não seguiam de forma rígida os padrões de naturalidade empregados pelo Renascimento.
Além disso, o mundo passava por um momento diferente. A Europa havia se tornado o centro do poder global, com grandes potências disputando colônias nas Américas, na Ásia e na África. Portanto, o Renascimento foi dando lugar a novas fases da História.
Cultura renascentista
A cultura renascentista tem como característica a busca pelo conhecimento, pelo naturalismo e pela liberdade de pensamentos e ideias. Por se basear também a Grécia Antiga e em Roma Antiga, houve uma tendência de pensamentos democráticos e republicanos. Florença, foi um exemplo de república que seguiu muitas ideias Clássicas, sendo apelidada de Nova Atenas.
Devido ao humanismo, o pensamento passou a ser voltado ao homem como centro do mundo e não apenas Deus, como era durante a Idade Média. A busca por respostas na ciência passou a vigorar. Com isso a influência da Igreja Católica foi sendo reduzida. A figura do papa já não tinha o mesmo poder de antes.
Na parte religiosa, a Renascença ainda viu o fortalecimento do Protestantismo, principalmente onde hoje é a Alemanha e na Inglaterra. Em contrapartida, na parte final do Renascimento, a Igreja passou a patrocinar a arte em uma tentativa de voltar a ter um certo controle do que se produzia. No entanto, o saque de Roma, fez com que a cidade entrasse em decadência e o poder papal nunca mais foi o mesmo.
Com as grandes descobertas marítimas e o aumento do fluxo comercial, mudanças na alimentação, vestuário e no lazer passaram a ser sentidas. Com a invenção da prensa e o uso da língua local, a literatura passou a ser mais difundida. Ao invés de ler em latim, as pessoas podiam ler em português, espanhol, francês, italiano, inglês ou alemão.
A Europa passou a se tornar o centro de poder do mundo e isso refletiu no cidadão, principalmente os que possuíam mais recursos. Itens de luxo como tecidos raros e especiarias passaram a fazer parte do cotidiano, por exemplo.
Portanto, o Renascimento trouxe um sentimento de renovação, liberdade e descobrimento aos que viveram naquela época. Ao mesmo tempo veio o resgate de ideias Clássicas. Foi uma época onde a arte e a ciência moldaram o modo de pensar, com a Idade Média ficando para trás, dando lugar a novas etapas da História.
Renascimento literário
A literatura sofreu modificações durante o Renascimento. Ao longo da Idade Média, histórias de cavaleiros ou com conotações religiosas dominavam grande parte do que era lido pelas pessoas. Obras literárias que retratavam assuntos considerados polêmicos eram proibidas ou não recomendadas pela Igreja.
É preciso lembrar que durante boa parte da Idade Média, até o início do protestantismo, a Igreja Católica detinha um enorme poder na sociedade europeia. O papa conseguia até mesmo fazer que suas vontades se sobressaíssem as de monarcas da época. Portanto, é de se esperar que houvesse restrições na literatura.
Entretanto, com o comércio florescendo nas cidades italianas, a chegada de novas pessoas e ideias, além da popularização do italiano como língua comum, ajudaram a desenvolver a literatura da época.
Dante, Petrarca e Maquiavel são exemplos de autores renascentistas. Suas obras em língua nativa, fugindo do latim (padrão da época) se tornaram populares por serem de mais fácil acesso, já que poucos falavam latim.
Foi nessa época que surgiram obras lidas até hoje: “O Príncipe”, de Maquiavel, e a “Divina Comédia”, de Dante. Ambas as obras ainda sofriam influência do cristianismo. No entanto, faziam reinterpretações e questionamentos sobre a sociedade medieval.
Outro fator que ajudou na expansão dos livros foi a criação da tipografia por Guttemberg. A partir daquele momento, livros poderiam ser feitos de forma mais rápida e não era mais necessário haver cópias manuscritas.
Com o passar do tempo, o cristianismo foi dando lugar a ideais antropocêntricas e houve o resgate da filosofia da Grécia Antiga. Ensinamentos de Platão e Aristóteles se fundiam com o cristianismo em uma tentativa de se racionalizar a religião e tentar interpretar o mundo da forma mais real possível.
A literatura também influenciou o teatro. Na Inglaterra, William Shakespeare, autor de obras como “Romeu e Julieta”, “Hamlet”, “Henrique VIII”, entre outras, é um dos grandes nomes da época.
A principal era da Literatura em Portugal coincide com o início das Grandes Navegações e das descobertas de novas terras. No ambiente onde a identidade nacional portuguesa se fortalecia graças a expansão marítima, novas temáticas e autores surgiram, retratando as glórias do país e toda a aventura em descobrir um novo mundo.
Sem dúvidas, os autores mais importantes, e que são estudados até hoje, foram Luís de Camões e Francisco Sá de Miranda. O primeiro escreveu o poema épico Os Lusíadas, retratando a história de Portugal. Por sua vez, Sá de Miranda ficou famoso por introduzir sonetos em suas obras, inspirando-se na literatura italiana.
Além disso, no Renascimento podemos citar a literatura catequética, que são relatos de representantes da igreja durante a pregação da fé para novos povos. A Carta de Pero Vaz de Caminha, por exemplo, é um dos documentos escritos nessa época e é extremamente importante para o Brasil. Trata-se do relato mais antigo do nosso país, feito na chegada dos primeiros portugueses.
Portanto, além de relatar as novas descobertas e dar poder ao homem que desbrava o mundo, a literatura renascentista serve também como uma fonte primária de estudos sobre a colonização europeia na América, África e Ásia.
Renascimento artístico
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A arte é provavelmente a melhor forma de representação do Renascimento. Esculturas, pinturas, desenhos e outras obras artísticas costumam ser utilizadas para representar esse período da História da humanidade. A obra mais famosa de todos os tempos, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é desse período.
Durante o Renascimento houve a busca pelo realismo, com estudos profundos sobre a anatomia humana, buscando encontrar proporções e regras dentro da construção do corpo humano. A própria Mona Lisa, por exemplo, segue uma série de cálculos e detalhes sutis que antes não haviam. O Homem Vitruviano é outro grande exemplo de estudo do corpo humano.
A arquitetura também viu novidades. Saíram os temas góticos e entraram novas estéticas. A simetria, proporção e preferência por formas geométricas são presentes. Filippo Brunelleschi é talvez o principal nome da arquitetura renascentista. Ele foi o responsável por desenvolver a Cúpula da Santa Maria del Fiore, em Florença.
Estátuas como, David, de Michelangelo, também impressiona pelos detalhes e proporções. É possível ver as veias dos braços, como se fossem de uma pessoa. O tamanho do tronco, da cabeça e dos membros seguem o de um humano. Ao mesmo tempo havia uma busca pela perfeição do corpo, influência do pensamento clássico grego, resgatado na época.
Renascimento científico
Com o Renascimento, a ciência voltou a ser o centro da divulgação do conhecimento. Se antes, as explicações vinham apenas da religião, o período renascentista modificou o cenário, dando espaço a experiências, teorias, cálculos e pesquisas.
A troca de conhecimento se tornou comum e mais fácil de ser feita. Com isso, um pesquisador poderia fazer observações próprias baseadas em pesquisas anteriores, algo semelhante ao que ocorre atualmente.
Grandes partes dos estudos foram relacionadas a Biologia (estudo do corpo humano e de animais) e a área das exatas (Matemática e Física). Durante o Renascimento, houve grandes esforços para entender como o corpo humano funcionava.
Cadáveres foram estudados, em nome da ciência, para entender melhor como o corpo humano funcionava. Muitos conhecimentos da anatomia humana são da Renascença. Com isso, também ficou mais fácil a identificação de doenças e como tratá-las. É válido lembrar que a Peste Negra tinha assolado a Europa e conhecimentos sanitários também foram aprimorados.
Foi durante a Renascença que houve a comprovação da teoria de que a Terra orbitava o Sol (heliocentrismo). Nicolau Copérnico elaborou a ideia e anos depois, Galileu Galilei confirmou o que é aceito até hoje.
Renascimento comercial
O ápice da Idade Média foi marcado pelo isolamento da Europa. Com a queda do Império Romano do Ocidente, o continente se fragmentou em vários reinos menores. Era comum que parte da sociedade vivesse em feudos com terras férteis em volta de um castelo bem protegido. Os camponeses pagavam impostos ao Rei ou ao proprietário das terras para que estes os protegessem de invasores.
No entanto, com o passar dos anos, o desejo de explorar o mundo voltou e os Europeus partiram do continente em grandes aventuras, seja para o Oeste (Américas) ou para o Leste (Ásia). Com isso, houve a colonização voltada à exploração dos povos conquistados ou o comércio com reinos mais fortes ou distantes demais para serem dominados.
As cidades Italianas de Gênova, Veneza e Florença foram as primeiras a se destacarem, antes mesmo do que se considera como Renascimento. Já no século XI, graças ao comércio com o Oriente, esses locais passaram a acumular riquezas e foram expandindo seus domínios.
Com o passar dos anos, outras regiões e países se voltaram ao comércio.
Portugal e Espanha, foram os primeiros a se organizarem nacionalmente. Em seguida, Reino Unido, França, Países Baixos e outros também passaram a ter suas próprias rotas comerciais, sejam elas marítimas ou terrestres.
O aumento do comércio que possibilitou o surgimento da burguesia e consequentemente de pessoas influentes fora do clero e da nobreza. Assim, houve a possibilidade de mudanças comportamentais e, consequentemente, culturais.
Renascimento: relação com a burguesia e o individualismo
O Renascimento presenciou a afirmação de uma nova classe na sociedade: a burguesia. De forma resumida, o burguês era o indivíduo que conseguiu obter riquezas graças ao comércio. Ou seja, a partir daquele momento, além da nobreza e do clero, outras pessoas passaram a acumular posses e bens.
No entanto, como a burguesia não eram bem-vista pelos nobres (com receio de sua ascensão) e pelos mais pobres, houve uma tentativa de melhorar sua imagem. Algumas famílias burguesas se destacaram no patrocínio de artistas. Os Médici e os Sforza, por exemplo, ficaram famosos por gastarem grandes quantias de dinheiro com artistas da época. Os doadores eram chamados de mecenas.
Ao mesmo tempo, ao patrocinar nomes como Da Vinci e Michelangelo, a burguesia se voltava ao individualismo. Afinal, era possível encomendar uma obra do seu artista favorito. Antes, as obras eram públicas ou de propriedade de reis e da Igreja.
Vale ressaltar que as obras foram só uma parte do comportamento individualista. Agora, com a riqueza proporcionada pelo comércio, o burguês procurava ter conforto, itens de luxo, lazer e propriedades, algo impensável séculos atrás para quem não tinha status de nobreza.
Impactos deixados pelo Renascimento
Os impactos do Renascimento podem ser vistos até os dias de hoje. A pintura mais famosa de todos os tempos, a Mona Lisa, é uma obra da época. Produções como Romeu e Julieta, Hamlet, a Carta de Pero Vaz de Caminha e o teto da Capela Sistina apontam a magnitude do período e a riqueza do conhecimento da época.
Se hoje há um espaço para a ciência e tantas descobertas tecnológicas, há uma grande responsabilidade do Renascimento, justamente por permitir que a pesquisa voltasse a ter um local de destaque na sociedade. Muitos conhecimentos sobre anatomia, astronomia, física e química originam da Renascença.
Além disso, o Renascimento coincidiu com a época das Grandes Navegações, ou seja, a chegada europeia nas Américas e em outras regiões do planeta. A História do Brasil e de vários países foi influenciada pelo movimento.
Vídeos sobre o Renascimento
E agora, que tal ver alguns vídeos sobre o tema para refrescar a memória e também obter alguns detalhes explicados de forma diferente? Confira o que o Concursos no Brasil separou:
RENASCIMENTO | QUER QUE DESENHE | DESCOMPLICA
O canal Descomplica possui um resumo bem interessante sobre o Renascimento. O vídeo, com pouco mais de seis minutos, é um resumo bem didático sobre o período. Chama a atenção como a síntese é feita de forma clara e como é feita a apresentação dos fatos.
HISTÓRIA GERAL #11 RENASCIMENTO
O canal Parabólica costuma trazer conteúdos de História. Entre eles, está um vídeo sobre o Renascimento voltado para quem vai prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Com cerca de trinta minutos, a aula abrange diversos aspectos sobre o Renascimento.
O Renascimento foi um dos principais momentos da História, especialmente do mundo ocidental. Obras de arte, pensamentos, descobertas científicas, pessoas e a cultura renascentista ecoam até os dias de hoje. Estudar o Renascimento é entender como o Ocidente saiu da Idade Média e caminhou para novas fases.
Texto: Carlos Humberto Rocha