Desde que as civilizações começaram a tomar forma de sociedade organizada, que o homem sentiu a necessidade de se expressar através do que já esboçava ser as primeiras tentativas de comunicação.
Logicamente essa necessidade deu origem às primeiras formas de escrita, e como consequência de todos os efeitos da relação humana, os primeiros contatos com as representações numéricas.
Numeral é a classe gramatical que representa os números de forma escrita, ou indigitada (assinalada). O conceito ou significado de numeral pode ser confundido com o de número, mas a diferença está entre a representação por extenso do primeiro, em contrariedade a ideia ou representação do segundo.
Os tipos de numeral podem variar conforme a classificação e aplicabilidade dentro do universo da língua. As diferenças podem ser em relação à ordem, contagem, multiplicação ou divisão (fração).
De acordo com essas diferenças, os numerais classificam-se em:
Cardinais
Indicam a quantidade exata dos seres ou objetos.
Ex.: um, dois, nove, vinte e cinco, etc.
Ordinais
Indicam ordem, sequência, posição ocupada por alguém em uma série.
Ex.: segundo, quarto, vigésimo, centésimo, quinto, quadragésimo nono.
Multiplicativos
Fazem referência a quantidade de vezes em que um número foi multiplicado, indicando aumento. Os multiplicativos são bastante usados como tentativa de reduzir de forma sintética a representação do numeral.
Ex.:
Duplo ou dobro (duas vezes), triplo (três vezes), sétuplo, etc.
Fracionários
Ao contrário do anterior que representa a multiplicação, os fracionários representam a divisão ou fração, também como forma de representação sintética.
Ex.:
Meio (ou metade), três quartos, cinco sétimos, quatro doze avos, etc.
Entenda que nos números fracionários, a palavra “avos” é usada para representar todos os denominadores que possuírem valor maior que dez, ou seja, maior que a décima parte de uma fração.
Coletivos
Como o último das classificações, os numerais coletivos representam aqueles números que, mesmo representados no singular, indicam um conjunto de algo, dessa forma definindo a numeração exata dos seres que pertencem ao conjunto citado.
Ex.:
Dúzia (doze), cento (cem), milheiro (mil), quinquênio (período de cinco anos), etc.
Flexões dos numerais
Pelo fato de serem parte representativa da nossa escrita, os numerais também podem sofrer flexões conforme as variações de gênero (masculino e feminino) ou número (singular e plural), e também a classe dos invariáveis.
Numerais cardinais – Suas variações de gêneros ocorrem em “um” e “uma”, “dois” e “duas”. Na parte das centenas, apenas a partir de “duzentos e duzentas”, “trezentos e trezentas”, e assim por diante. Variam também os cardinais representantes das casas dos milhões, bilhões e trilhões. O restante é invariável.
Ex.:
Vimos dois meninos correndo no campo (plural).
Vimos cinco meninos correndo no campo (singular).
Numerais ordinais – Variam em gênero e número.
Ex.:
Ele foi o quinto colocado
Ela perdeu o primeiro lugar por centésimos.
Eles foram os primeiros.
Elas foram as primeiras da classe.
Multiplicativos – São invariáveis quando exercem função de substantivo, mas variam em gênero e número quando em função de adjetivo.
Ex.:
Esse recente problema conseguiu criar o dobro de dor de cabeça do anterior (substantivo).
Esse recente problema possui dupla importância em relação ao último (adjetivo).
Fracionários – Variam em gênero e número conforme o numeral cardinal que vier antes deles.
Ex.:
Comi um quarto da pizza.
Preciso de três quartos da quantia do chocolate em barra para a receita.
Coletivos – Variam apenas em número.
Ex.:
Comprei uma dúzia de bananas.
Preciso de duas dúzias de ovos para fazer o pão-de-ló.
Por Alan Lima