Murilo Eugênio Rubião foi mais conhecido como Murilo Rubião. Ele nasceu no dia 1º de junho de 1916, em Carmo de Minas.
O ensino primário e secundário foi nas cidades de Passa Quatro e Conceição do Rio Verde. No ano de 1942, graduou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais, que atualmente é conhecida com o Universidade Federal de Minas Gerais.
Apesar de ter concluído a faculdade de Direito, sempre teve uma imensa paixão pelo jornalismo e com isso, tornou-se diretor da Rádio Inconfidência e redator da Folha de Minas.
Primeiro livro
No ano de 1947, fez o lançamento do seu primeiro livro de contos chamado de “O ex-mágico”, porém, não teve a repercussão que queria. Com isso, optou por ingressar na política, sempre na função de assessor.
No ano de 1951, atuou como chefe de gabinete do então governador JuscelinoKubitschek. Nos anos de 1956 a 1961, atuou como adido cultural do Brasil, na Espanha.
Além disso, no ano de 1966 organizou o Suplemento Literário do Diário Oficial Minas Gerais. Inclusive, o Suplemento Literário tornou-se o melhor órgão de imprensa cultural do Brasil.
No ano de 1974, foi publicado “O pirotécnico Zacarias” e com isso, obteve muita fama como escritor. Nos anos posteriores, todas as suas obras foram consideradas como uma manifestação da literatura no Brasil.
Este ilustre escritor teve grande influência em vários autores brasileiros, como Moacyr Scliar e José J. Veiga.
Algumas obras de Murilo Rubião
Murilo Rubião publicou diversas obras, entre elas:
- Ex-mágico (1947)
- A estrela vermelha (1953)
- Os dragões e outros contos (1965)
- O pirotécnico Zacarias (1974)
- O convidado (1974)
- A casa do girassol vermelho (1978)
- A armadilha (1984)
- O homem do boné cinzento e outras histórias (1990)
- Teleco, o coelhinho (1993)
- Contos reunidos (2005)
Diversas obras de Murilo Rubião foram adaptadas para outras linguagens, como por exemplo, o cinema.
As obras que foram parar nas telas do Cinema foram: “A Armadilha”, “O ex-mágico da Taberna Minhota”, “O pirotécnico Zacarias” e “O bloqueio”.
Outras obras foram utilizadas para peças teatrais, como por exemplo, “O ex-mago”, “The piranha lounge” e “O ex-mago da Taberna Minhota”.
Além disso, os contos principais de Murilo Rubião foram traduzidos para outros idiomas, espanhol, alemão e inglês.
As críticas aos contos de Murilo Rubião
Quando houve o lançamento de “O ex-mágico”, alguns críticos alegaram que havia a semelhança com os contos existentes na obra “A metamorfose” de Franz Kafka.
Murilo Rubião não conhecia o autor, porém, realmente existiam traços comum na literatura fantástica.
A literatura fantástica constitui-se de narrativas referentes a fatos inexplicáveis, inconcebíveis, surreais e que causam uma sensação grande de estranhamento nas pessoas.
Com isso, havia uma atmosfera de irrealidade de dimensão alegórica, de absurdos, permitindo que o leitor escolha o sentido para eventos sobrenaturais.
Os contos do escritor Murilo Rubião traziam uma perspectiva que invalidava a racionalidade e a lógica.
Quando Murilo Rubião publicou seus contos, fez inúmeras sátiras, como:
- O ex-mágico – Satirizou a burocracia e ao cotidiano comum;
- Alfredo – Abordava sobre a não aceitação das diferenças entre os seres;
- Os dragões – Abordava a corrupção humana;
- A noiva da casa azul – Tratava sobre a passagem do tempo e o caráter;
- O pirotécnico Zacarias – Tinha um humor negro referente à fugacidade da existência e a vacuidade; e
- O convidado – Tratava sobre a solidão e a morte.
Com estas sátiras foi possível constatar que existia mais de um significado oculto, assim como também a natureza polissêmica e aberta.
Por outro lado, uma parte da crítica conseguiu enxergar nos contos de Murilo Rubião, principalmente em O pirotécnico Zacarias e O convidado, um universo agonizante, denso e fantasmagórico impar na nossa literatura.
Este fabuloso escritor e jornalista faleceu em Belo Horizonte, no dia 16 de setembro de 1991.
Por Janaina Silva