Antes da chegada dos portugueses no território brasileiro, muitos povos nativos estavam estabelecidos na região, estes tinham o seu modo próprio de vida, cultivavam seus costumes, tradições, suas religiões e idiomas. No entanto, após o contato com os europeus, muitas dessas sociedades não resistiram, enquanto outras, continuam vivas até hoje, como por exemplo o povo “tupi-guarani”.
Como a mitologia tupi-guarani explica a criação do mundo?
Quase todos os mitos de origem guarani relacionam a criação do mundo com a figura de Tupã, o deus Sol, com a ajuda de Araci (ou Jaci). Esta última é chamada a deusa Lua, e ambos (Tupã e Araci) desceram para a terra em uma região conhecida como Arégua, no atual Paraguai, e dali criaram tudo que existe na Terra.
Já a humanidade foi formada a partir de estátuas de argila que deram formato ao homem e a mulher, misturados com outros elementos da natureza.
A origem da mandioca (segundo o povo Tupi):
Mani era uma criança nascida de mãe e pai Tupi. Desde pequena chamava atenção por seu muito branca, bem diferente das outras crianças da tribo.
Com o passar do tempo, a menina sempre se demonstrou muito quieta e tímida, o que preocupava seus pais.
Até que certo dia, Mani não se levantou da rede. O Pajé foi chamado, mas o seu tratamento não surtiu efeito na jovem, que, mesmo adoecida, mostrava uma feição alegre.
E foi sorrindo que Mani morreu. Seus pais então, seguindo as tradições de seu povo, a enterram em sua própria Oca e todos os dias regavam a cova.
Até que depois de um tempo surgiu em seu túmulo uma plantinha verde, a qual crescia muito rápido. Foi quando a mãe e o pai decidiram por cavar um pouco a terra e encontraram nela raízes grossas e morenas.
Porém, sob essa casca havia uma polpa muito branca, quase da cor de Mani. A planta foi transformada em alimento e chamada de Manioca.
Anhum, o deus da música:
Seguindo a mitologia Tupi-Guarani, Anhum é considerado o deus da música. Ele era conhecido por tocar como ninguém o Sacro Taré, instrumento que havia sido criado pelos deuses.
Anhangá, o protetor das matas:
Outro personagem importante da cultura tupi-gurani é Anhangá, um deus que fora enviado para proteger os animais. Sua função era afugentar caçadores quando estes colocavam a vida dos animais da floresta em risco. Sempre que algum animal conseguia fugir da caça, a façanha era atribuída a esse deus.
O importante papel de Sumé, deus das leis e do conhecimento:
De acordo com as tradições, os tupis recebiam o conhecimento por meio de Sumé, responsável ainda por aplicar leis e punir os infratores.
Este personagem era de extrema importância para esse povo, já que, segundo eles, foi a partir deste que recebiam informações sobre o preparo de diversos alimentos.
Existem muitos outros deuses e lendas da mitologia tupi-guarani que merecem nossa atenção e nosso reconhecimento.
É importante para nossa identidade nacional conhecer ao menos um pouco sobre os povos que aqui habitavam e habitam até hoje, já que carregamos muitas heranças desses povos, como é o caso da mandioca por exemplo.
Por Douglas Vieira Rocha
