Materialismo histórico

O materialismo histórico compreende as relações sociais como produto das relações de produção e que estas por sua vez são determinadas pela estrutura econômica presente na sociedade.

O materialismo é um conceito filosófico que coloca a matéria como essencial para a formação do ser humano, das coisas e fenômenos do universo, sejam eles culturais, sociais, históricos ou mentais.

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O materialismo se contrapõe ao idealismo. Enquanto no primeiro é a matéria que forma a realidade em que vivemos, no segundo, são as ideias que modelam e transformam essa realidade.

O materialismo histórico é uma concepção social filosófica, desenvolvida por Marx e Engels, que diz ser o modo de produção econômico, o fator que determina o desenvolvimento histórico e sociocultural de uma sociedade.

O contexto em que se desenvolve essa nova concepção da história social humana, é o da revolução Industrial na Europa nos séculos XVII e XVIII. Marx e Engels buscam entender as novas relações sociais que surgem com a revolução e evidenciam o fortalecimento da burguesia como classe social dominante que controla o poder econômico e político através do controle dos meios de produção e a classe proletária que vende sua força de trabalho para garantir sua sobrevivência.

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È uma relação desigual que vai mudar com a tomada de consciência, por parte do proletário, de sua condição social e buscar mudanças nessa relação de exploração.

No materialismo histórico marxista, o modo de produção capitalista se define na relação da infraestrutura (que é a estrutura econômica – trabalho e relações comerciais) com a superestrutura (ideologia – governos, leis, costumes e tradições), onde a primeira determina a segunda.

A evolução da história humana está intimamente ligada às várias formas de produção criadas pelas pessoas vivendo em sociedade. Marx propõe essa evolução histórica como um processo dialético, formado pelas forças produtivas e relações de produção, que ao entrarem em contradição, geram a lutas de classes.

A dialética, que Marx trabalha para compreender o materialismo histórico, possui quatro princípios fundamentais que são a história da filosofia composta pelo surgimento de doutrinas filosóficas diferentes que contrapõe o materialismo marxista ao idealismo criado por Hegel; o segundo princípio é que o ser humano determina a consciência e não o inverso; o terceiro mostra que a matéria não é algo estático, imóvel, que não sofre transformações, mas sim algo que se modifica ao longo de tempo e influencia a vida das pessoas, permitindo várias visões sobre ela; o quarto princípio é do questionamento das contradições na essência dos fatos e da matéria.

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A dialética marxista propõe que o homem modifica sua história pela práxis, ou seja, pela prática cotidiana e não pelas ideias. É na modificação da matéria que o homem constrói seu pensamento, forma sua personalidade e cria sua realidade. Isso faz da dialética, a base filosófica do materialismo histórico.

O movimento social, de acordo com Karl Marx, é um processo histórico natural regido não pela vontade do homem, mas sim por leis independentes dessa vontade. O homem, nessa concepção não tem autonomia de escolha, ele vai viver suas relações sociais de acordo com suas relações econômicas em cada período histórico. Assim, na Antiguidade o homem era escravo ou cidadão, na Idade Média, era servo ou senhor, na Idade Contemporânea, patrão ou proletário.

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Com isso, é possível definir alguns aspectos da concepção materialista histórica:

  • As ideias não influenciam a vida social;
  • O homem não possui autonomia de escolha em suas relações sociais;
  • A pesquisa historiográfica se baseia no concreto e não na reflexão abstrata dos acontecimentos históricos;
  • A vida social é consequência da práxis humana, que se torna central para história social;
  • O trabalho transforma a natureza e media as relações sociais durante toda a história humana;
  • O homem deixa de ser visto como um ser que está unido à natureza, fazendo parte dela, para se tornar o dominador e transformador dessa natureza;
  • Preferência pelo realismo cotidiano e científico.

No materialismo histórico, dois conceitos são chaves para entende – lo, a luta de classes e o modo de produção. A história é construída através da sucessão de modos de produção, que se transformam de acordo com as mudanças nas relações sociais e pela luta de classes, que ocorre quando o indivíduo toma consciência de sua posição dentro desse modo de produção e passa a reivindicar os seus direitos.

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