O escritor Jorge Amado, conhecido também pela militância comunista, alcançou grande sucesso com o público e com a crítica. Sua vasta obra foi traduzida em vários países.
Foi filho de Eulália Leal Amado e João Amado de Faria. Irmão do escritor James Amado e do neuropediatra Joelson Amado.
Em 1933, casou-se com Matilde Garcia Rosa, porém, se separou onze anos depois.
Casou-se depois com a escritora Zélia Gattai (1916-2008), que aos 63 anos começou a escrever suas memorias e com ela teve dois filhos: João Jorge, e Paloma.
Em 1945, ligado ao Partido Comunista, foi eleito deputado federal do estado de São Paulo, sendo responsável por varias leis que beneficiaram a cultura. Estudou ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca quis exercer a profissão de advogado. Em parte devido ao exílio no regime getulista, viajou por todo o mundo e viveu na Argentina, Uruguai e, depois, em Paris e em Praga.
Infância e Adolescência
Ainda criança Jorge mudou-se com a família para a cidade de Ilhéus, onde passou a infância e aprendeu suas primeiras palavras.
Com apenas 11 anos de idade foi estudar no colégio Antônio Vieira, onde desenvolveu o seu gosto pela leitura. Com 12 anos de idade fugiu do internato e foi para Sergipe, onde o seu avô morava.
Depois de alguns meses, seu pai mandou busca-lo, porém, como não desejava voltar para o colégio, foi trabalhar na plantação de cacau.
Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, e acabou sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo jovem que fez um grande papel na renovação das letras baianas.
Ainda com 14 anos estreou na revista “A Luva”, com um poema de feições modernistas e começou a trabalhar no “Diário da Bahia”, depois em “O Imparcial”.
Jorge desde muito cedo frequentava candomblés, tornou-se assim muito amigo de pais-de-santo, perseguidos pela polícia. Esses fatos são contados detalhadamente nos livros “Tenda dos Milagres” e “Jubiabá”.
Primeiras Obras
No Sul, atuou sempre na imprensa, tendo sido redator-chefe e colaborador em algumas revistas.
A sua primeira obra publicada foi a novela Lenita, na qual, foi redigida com Dias da Costa e Edison Carneiro.
Jorge Amado dizia que eram imaturos quando fizeram esta obra. Com dezoito anos, em 1931, lançou o seu primeiro livro, “O pais do carnaval”, foi publicado e recebeu elogios.
Após visitar Pirangi, no mesmo ano, decidiu escrever sobre os trabalhadores da região. Assim, deu inicio ao ciclo de livros que retratam a civilização do cacau.
Com a publicação de “Suor”, em 1934 sua ficção foi para a realidade urbana de Salvador. Alguns anos depois lançou o romance Jubiabá, protagonizado por Antonio Balduino.
Aos 23 anos, Jorge amado, ganhou fama e projeção, e o livro tornou-se seu primeiro sucesso internacional. Em 1937 publicou “Capitães de Areia”, que retrata a vida de menores delinquentes da Bahia.
Principais Obras
- O País do Carnaval, 1931
- Cacau, 1933
- Suor, 1934
- Jubiabá, 1935
- Mar Morto, 1936
- Capitães da Areia, 1937
- Terras do Sem-Fim, 1943
- O Amor do Soldado, 1944
- São Jorge dos Ilhéus, 1944
- Bahia de Todos os Santos, 1944
- Seara Vermelha, 1945
- O Mundo da Paz, 1951
- Os Subterrâneos da Liberdade, 1954
- Gabriela Cravo e Canela, 1958
- Os Velhos Marinheiros, 1961
- Os Pastores da Noite, 1964
- Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966
- Tenda dos Milagres, 1969
- Teresa Batista Cansada de Guerra, 1972
- Tieta do Agreste, 1977
- O Menino Grapiúna, 1981
Jorge Amado faleceu no dia 6 de agosto de 2001. O seu velório foi no Palácio da Aclamação em Salvador.
Por Paloma Gomes