O caminhoneiro carrega o país, a economia, e a sua bagagem na carroceria do caminhão, faz o Brasil “funcionar”. Em 2018, foi provado que sem o caminhoneiro, não há comida na mesa, gasolina nos postos entre outras coisas…
Uma classe que teve o poder de paralisar todos os setores do país
A política de preços da Petrobras, que oscilava diariamente, com a intenção de que a empresa fosse bem-vista exteriormente, para que atraísse mais investidores, afetou diretamente o bolso dos caminhoneiros que precisaram pagar mais caro pelos tributos sobre o diesel (Cide, PIS, Confins).
Os 9 dias da greve dos caminhoneiros ou também conhecida por Greve do Diesel
- 18/05 -Sexta-feira: Foi anunciada a greve.
- 20/05 – Domingo: Visando evitar a paralização, duas liminares foram emitidas sob pesadas multas, uma de R$ 300,000 (trezentos mil reais) por dia e outra de R$ 100,000 (Cem mil reais) POR HORA, a segunda vinha do Estado do Paraná e a primeira era da CCR NOVA DUTRA, em São Paulo, foram emitidas na véspera da paralização.
- 21/05 – Segunda-feira: Através do aplicativo de mensagens mais utilizado no país, o WhatsApp, muitos caminhoneiros se organizavam espontaneamente para aderirem à greve, porém a ABCAN (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) que tem como presidente José da Fonseca Lopes assumiu-se como organizadora da paralização, que gradativamente afetou praticamente todos os estados.
- 22/05 – Terça-feira: O movimento já atingia 19 estados e também o Distrito Federal, com quase 200 pontos de paralisação e o temor de que fosse faltar combustível nos dois maiores estados do país, Rio de Janeiro e São Paulo, uma vez que os seus postos de combustíveis já não estavam conseguindo repor o estoque.
- 23/05 – Quarta-feira: A greve já apresentava os seus efeitos-colaterais: O CEASA E A CEAGESP começavam a ver seus estoques zerarem e, os poucos produtos que haviam disponíveis sofreram aumento de preços considerável. O governo pleiteando uma trégua de 3 dias, reuniu-se pela primeira vez com o presidente da ABCAN e na ocasião, não pôde ser celebrado um acordo. O presidente da Petrobrás anuncia que reduzirá em 10% o preço do diesel nas refinarias.
- 24/05 – Quinta-feira: A ABCAN abandona a reunião, resultando mais uma vez em uma negativa de acordo com presidente Michel Temer, porém, outras organizações cederam à proposta que oferecia uma baixa de 10% no preço por mais quinze dias e alteração na política de preços da Petrobrás que oscilava diariamente para mensalmente. Estimou-se um custo total de R$ 5 bilhões com este acordo. Os pontos paralisados já eram 500. Era permitido pelos caminhoneiros, o tráfego somente de veículos essenciais e passeio.
- 25/05 – Sexta-feira: Apesar de ter assinado o acordo com o governo, a CNTA diz que, os caminhoneiros é quem decidem quando parar. Os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul têm redução da sua frota em operação. Oito estados da federação sofrem com falta de combustível: gasolina, diesel e etanol.
Foi declarado a medida em que se é permitido fazer compras sem licitação, apreender ou requisitar bens privados – cidade de São Paulo declara emergência. O Governo federal baixa o Decreto da Garantia da lei e da ordem (GLO) que é permitido a desobstrução das vias pelas forças armadas e intervenção militar.
O país tem um final de semana tenso e cheio de incertezas
- 26/06 – Sábado: 596, é o número informado pela PF que representa a quantidade de pontos interditados. 13 voos foram cancelados por falta de combustível. 6 operações com o uso de força, possibilitaram a entrega de combustível em alguns postos. Marcio França, governador de São Paulo anunciou que não seria cobrado pedágio sob eixo elevado, esperando receber em troca, a volta dos caminhoneiros ao trabalho.
- 27/05 – Domingo: 00,46 por 60 dias são os números prometidos pelo presidente Michel Temer, para ter a liberação das rodovias, prometeu baixar em quarenta e seis centavos o preço do diesel por sessenta dias juntamente com a isenção de pedágio sob eixo suspenso.
Parecia ter sido resolvida a questão, a ABCAN chegou a dizer que tudo havia sido combinado e, que, voltaria ao normal na manhã seguinte, o Diário Oficial divulgou o acordo.
- 28/05 – Segunda-feira: Tudo igual para oito estados em que se mantinha a greve. Caminhoneiros alegavam que não tinham recebido notícia alguma de que era para voltar à rodar, outros alegavam que, somente voltariam quando o preço oferecido pelo governo fosse praticado nas bombas. Temer anuncia que os danos causados pelos caminhoneiros logo seriam sanados.
- 29/05 -Terça-feira: 9 é o número de dias que se completava a Greve dos Caminhoneiros, na terça feira em que o país viu os petroleiros anunciarem que adeririam as paralisações, porém, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) proíbe a adesão dos petroleiros.
- 30/05 – Quarta-feira: A desocupação da Régis Bitencourt e da Dutra pelos caminhoneiros veio através da intervenção das forças nacionais.
Aos poucos, o Brasil voltou a “funcionar”, os caminhoneiros voltaram a rodar pelas estradas e mostraram para a população que, uma única categoria, é capaz de literalmente carregar o país. Em solo tupiniquim mostraram com a greve dos caminhoneiros a força que possuem e que somos todos altamente dependentes dessa classe de distintos trabalhadores.
Autora: Érica Calefi