Nascimento e vida de Friedrich Nietzsche
Friedrich Nietzsche nasceu em Röcken, na Alemanha, no dia 15 de outubro de 1844.
Sua família era luterana e queria que Nietzsche se tornasse pastor como seu pai e seus avôs.
Ainda na adolescência, Nietzsche se torna ateu e quando entra para a Universidade de Leipzig, descobre a sua vocação filosófica.
Foi um aluno brilhante, com forte formação clássica. Aos 25 anos é nomeado professor de Filologia na Universidade de Basileia.
Por dez anos desenvolveu a sua filosofia em contato com o pensamento grego antigo.
Em 1879 fica muito doente, o que o obriga a parar de lecionar devido à perda de sua voz.
Começou a procurar um lugar de clima favorável para recuperação de sua saúde e também para aprimorar seu pensamento. Em suas andanças esteve em Veneza, Gênova, Turim e Nice.
Em 1882, começou a escrever “Assim Falou Zaratustra”. Escreveu por sete anos essa obra, mas em 3 de janeiro de 1889 teve uma “crise de loucura” , que o colocou sob tutela de sua mãe e irmã. Essa “crise” durou até à sua morte.
Contudo, o sucesso de Nietzsche só veio à tona quando um professor dinamarquês leu a sua obra “Assim Falou Zaratustra” e, consequentemente, tratou de espalha-la, em 1888.
Muitos estudiosos da época tentaram identificar os momentos em que Nietzsche escrevia sob a influência de crises nervosas ou sob o efeito de drogas.
Ele faleceu em Weimar, Alemanha, no dia 25 de agosto de 1900, com o diagnóstico de paralisia cerebral progressiva.
Pensamento e obra de Nietzsche
Em 1871, Nietzsche publicou seu primeiro livro, “O Nascimento da Tragédia”, o qual dedicou ao amigo Wagner. A segunda edição foi pulicada em 1875, com um complemento sobre “Helenismo e Pessimismo”.
Nessa obra ele faz um contraste entre os deuses Dionísio e Apolo.
Em 1883 publicou “Assim Falou Zaratustra”, sua obra mais conhecida, que mistura uma reflexão filosófica com poesia. Nesse livro, Nietzsche critica o pensamento tradicional e estabelece um novo padrão de valores.
Para ele, não existiam o bem e o mal, a verdade e a mentira, a beleza e o feio de forma inerente ao homem, mas sim o desejo do poder.
Segundo o pensador, os valores tradicionais foram moldados pela cultura judaico-cristã, que pregava a humildade e a submissão.
O pensamento de Nietzsche influenciou as ideias de Eugenismo – que dizia que a sociedade era guiada pelos mais fortes.
Outras obras escritas por Nietzsche foram:
- “Para Além do Bem e do Mal” (1886), primeira crítica feroz sobre a modernidade.
- “Genealogia da Moral” (1887) e “Anticristo” iniciada em 1888 e só publicada em 1895, na qual faz uma comparação com outras religiões, criticando fortemente a mudança de foco do cristianismo, uma vez que o centro da vida passa a ser o além e não o mundo presente.
As obras de Nietzsche trazem quatro conceitos básicos:
1ª O conceito do super-homem
O Super Homem (ou Além do Homem) poderia ser representado por aquele que encara a vida sem as muletas que o próprio homem usou até hoje para poder suportar a existência, como a religião ou a moral, por exemplo.
Segundo Nietzsche, estas muletas seriam uma negação da morte e por causa dessa negação é que as pessoas acreditam em falsas promessas como o paraíso, por exemplo.
Portanto, o Super Homem seria um ser superior, uma forma melhorada de nós mesmos: não na força, mas no psicológico.
2ª O eterno retorno
Na obra “A Gaia Ciência”, Nietzsche nos propõe um exercício mental: “E se um dia um demônio se esgueirasse em tua mais solitária e te dissesse: ‘Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nada de novo, cada dor e cada prazer (…) há de retornar (…). Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: ‘Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!’”.
De acordo com o filósofo, a forma como você reagiria à proposta do demônio retrata o modo como você leva a vida e faz questionar sobre o rumo que dá a ela e como toma suas decisões.
3ª Deus está morto
A afirmação que Nietzsche fez na obra “O Anticristo”, de que “Deus está morto”, é vista com maus olhos pelos cristãos até hoje. A principal ideia que ele criticava era a da moral cristã.
Para ele, os cristãos não são bons porque se preocupam com o próximo. Eles são bons porque têm medo de queimar no inferno, de serem punidos. Não é uma bondade natural.
Nietzsche propõe uma ética que dependia simplesmente da própria pessoa, que não deveria acreditar em recompensas além da vida ou em deuses que tratam as pessoas como animais submissos.
Assim, a pessoa seria boa simplesmente porque ela se sente bem consigo mesma sendo assim e não porque uma entidade superior e vingativa a castigaria se não fizesse o bem.
4ª Niilismo de Nietzsche
O niilismo é uma descrença total nos valores impostos pela sociedade. Para os niilistas, a vida não deve ser regida por nenhum tipo de padrão que nos foi ensinado pela escola, pelos pais ou assistindo à TV.
Quando a pessoa deixa de acreditar no sentido das coisas, ela cai no vazio absoluto, restando apenas esperar pela morte.
Porém, Nietzsche não acreditava nisso como saída, para ele, quando se mata Deus, a pessoa se torna responsável por criar suas próprias regras, usando o conceito de Eterno Retorno como guia.
Por Simone Oliveira