Enfisema, em seu sentido literal, é a presença de ar ou qualquer substância gasosa nos tecidos do corpo. Sua origem vem do grego emphysema, cuja tradução para o significado é “ato de encher de ar”, ou numa tradução mais livre, “assoprar”. O tipo de enfisema mais comum à medicina é a popularmente conhecida como pulmonar, em termos técnicos, conhecida pela sigla DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
Enfisema Pulmonar
Atualmente a DPOC é uma das doenças crônicas mais comuns e a quarta no ranking das maiores causadoras de mortes em nível mundial.
Caracteriza-se pela distensão irreversível do pulmão provocada pelo excesso de ar na região conhecida como alvéolos pulmonares. O avanço dessa distensão causa destruição dos septos interalveolares, causando falta de ar, cansaço extremo, podendo até mesmo levar o paciente à insuficiência respiratória ou cardíaca.
Na esmagadora maioria dos casos, a doença é causada pela fumaça de cigarros ou pela poluição do ar. Nos casos de tabagismo, a doença pode ser adquirida tanto pela pessoa que fuma (ativo), quanto por pessoas em contato direto com fumantes, ou mesmo de mãe para filho, por meio da gestação (passivo).
Tipos de enfisema
- Pulmonar crônico ou de distensão – Ocorre quando há obstrução brônquica, por meio de doenças que acometem os brônquios, tais como bronquite e asma.
- Bolhoso– Possui uma característica obstrutiva, onde pode haver, por meio do alargamento dos espaços alveolares, formação de bolhas com paredes muito finas, comprimindo o tecido pulmonar em redor.
- Essencial ou idiopático– Este tipo de enfisema é de origem parenquimatosa (celular) e não brônquica. Caracteriza-se pela diminuição progressiva do tecido conjuntivo do pulmão, ocasionando rompimento dos septos interaveolares confluindo para os alvéolos.
- Compensador – Originado pela distensão pulmonar, causando a ocupação do espaço interior do tórax correspondente ao tecido pulmonar ressecado e com suas funções paralisadas.
- Senil – Sua origem está na atrofia fisiológica pela involução do parênquima pulmonar, em função de idade avançada.
Existem também tipos de enfisema que podem ocorrer por meio de traumas na região pulmonar. Os mais conhecidos são:
- Enfisema Gagrenoso ou Gasoso – Ocorre em regiões onde houve gangrena como resultado de produção gasosa por meio de bactérias infectantes;
- Mediastínico – Ocorre quando há presença de ar na região do mediastino, geralmente causada por ruptura broncopulmonar, fratura traqueal ou brônquica nas regiões do mediastino.
- Subcutâneo – Infiltração de gás no tecido celular subcutâneo (abaixo da pele), como consequência de complicação por meio de traumatismo ou cirurgia na região do tórax, ou mesmo podendo ter sido causada por acidente de mergulho.
Diagnóstico
Geralmente, relatos inicias de pacientes descrevem falta de ar, aliada aos esforços cotidianos comuns, como subir escadas, carregar peso, normalmente inseridos dentro de um quadro de tabagismo.
Na primeira inspeção clínica o paciente apresenta certa expansão no tórax, com formato arredondado, comumente apelidado de “tórax em barril”. Após esta primeira parte são feitos os exames de raio-X e tomografia computadorizada, onde já é possível visualizar o aumento da área pulmonar e hiperareação.
Por fim, são feitos exames bioquímicos no sangue para diagnosticar taxas anormais de oxigenação ou mesmo acúmulo de gás carbônico, aliado ao exame de espirometria como método para avaliar a capacidade ventilatória dos pulmões.
Tratamento
Infelizmente lesões nas regiões alveolares são irreversíveis. Porém, atualmente os tratamentos para enfisema buscam aliviar os sintomas e evitar uma evolução da doença. Em estágios menores é possível obter resultados satisfatórios apenas com uso de medicamentos (via oral ou inalatória) como corticoides ou broncodilatadores, mas para casos mais graves ou emergenciais também existe tratamento por meio de medicação injetável.
Porém, como se trata de uma doença que não possui cura, há casos de pacientes, principalmente em estágios mais elevados, que podem se beneficiar de práticas como oxigenoterapia. Também é possível obter melhora por meio de cirurgia, com o intuito de melhorar a mecânica respiratória, porém é importante que o doente se conscientize de que deve agir e realizar suas tarefas buscando um menor gasto de oxigênio, levando uma vida um pouco mais branda, evitando assim uma progressão da doença.