A palavra embargo pode ser entendida em seu sentido literal como impedimento, obstrução, empecilho. Algo que cause a interrupção de um determinado processo.
Do ponto de vista econômico, embargo é o termo usado para identificar um possível corte de relações comerciais, geralmente de um país desenvolvido para um subdesenvolvido ou mesmo em desenvolvimento.
Em nossa realidade atual temos presenciado alguns exemplos de embargos econômicos, principalmente os que partem de potências econômicas, como os Estados Unidos em relação a alguns países da América do Sul.
Como um dos mais conhecidos, podemos citar o embargo criado entre o país Norte-Americano e a ilha de Cuba. A iniciativa para o processo se deu no ano de 1962, quando já eram consideradas altamente difíceis as negociações entre os dois países.
Cuba, que antes mantinha uma boa relação com a extinta União Soviética, era subsidiada por ela e mantinha uma parceria de exportação de produtos cubanos. Com o fim da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (hoje Rússia), o então líder cubano Fidel Castro viu não apenas sua parceria acabar, como também a impossibilidade de negociar com os Estados Unidos.
A quebra de negociações com o país Norte-Americano começou em 1962, sendo transformada em instrumento legal em 1992, e posteriormente em 1995. No ano de 1999, o então presidente americano Bill Clinton resolveu estabelecer um acordo em que filiais externas de empresas americanas não mais negociassem com os cubanos, considerando transações que ultrapassassem 700 milhões de dólares por ano.
Esta determinação perdura até os dias de hoje, configurando definitivamente o bloqueio (embargo) econômico mais longo da história moderna.
Sem ter mais a quem pedir ajuda, o governo cubano, mesmo possuindo um severo viés de pensamento socialista e de economia fechada, se viu obrigado a uma abertura de mercado moderado, tal como fez a Venezuela.
Infelizmente, considerando a realidade entre estas duas nações, a sociedade Cubana foi a mais prejudicada. A quebra de relações aumentou a expectativa sobre um fantasma de recessão que já afetava o país desde aquela época, e atualmente completou mais de meio século sem quase relação comercial alguma com os Estados Unidos.
Várias discussões a respeito são levantadas por economistas em todo o mundo. Alguns alegam que o efeito muitas vezes esperado em uma atitude de embargo econômico é contrário e fortalece ainda mais governos considerados locais.
Um bom exemplo disso foi o governo do já falecido líder iraquiano Saddam Hussein, que apesar de suas medidas radicais, sustentou-se por muito tempo no poder. Sem contar o exemplo da Coréia do Norte, pois apesar de ser considerado o país mais fechado do mundo, tem se adaptado de forma a sobreviver isolado em seu universo político.
Controversas, radicais ou não, essas atitudes são vistas como algo passível de negociações formais, civilizadas entre as nações envolvidas. Ao contrário do que pensam alguns, é mais fácil tentar resolver dentro do âmbito político, em vez do econômico.
Os exemplos citados e todos os outros ocorridos ao longo da história da sociedade moderna apenas sustentam a tese de que o maior prejudicado dentro de atitudes tão extremistas é a própria população. Ela é a que mais sofre com a dificuldade de giro da economia, desfavorecendo mais ainda o percentual dos que dispõem de menos recursos.
De uma forma geral, sendo encarados também do ponto de vista estratégico, os embargos econômicos constituem um verdadeiro desastre, pelo fato de por si só deixarem explícito uma total ineficácia sobre as atitudes tomadas e as conseqüências geradas.
Por Alan Lima