Muitos acreditam que o uso de doping em eventos esportivos tenha surgido só nos dias atuais, principalmente nos últimos 30 anos. Mas o fato é que existe todo um histórico de utilização de substâncias estimulantes, e isso desde a antiguidade. Povos como os egípcios, os vikings, os indígenas, os astecas, os incas, entre outros, faziam o uso de substâncias similares às que são encontradas hojem em dia, nos casos de doping que se tornam famosos na atualidade. As finalidades eram diversas: desde para aumentar a disposição durante a guerra até para ajudar a percorrer longas distâncias em poucos dias. Contudo, o doping desenvolveu-se mais após a 2º guerra mundial, nos anos 40 do século passado.
O QUE É DOPING?
O doping pode ser entendido como a substância química que normalmente é dada ao cavalo para estimulá-lo, aumentando artificialmente o seu desempenho, no intuito de assegurar a vitória em corridas. Drogas como essas de uso veterinário e métodos específicos são utilizados por atletas em competições para proporcionar alterações físicas ou mentais que beneficiem o aumento da performance e, consequentemente, conquistem-se medalhas…
TIPOS DE DOPING
Confira os principais tipos de doping:
- Estimulantes: podem ser de origem natural (ex.: cafeína e efedrina) ou sintetizada (ex.: anfetamina). Esse tipo atua diretamente no sistema nervoso. Resulta em melhorias na força e agressividade, redução de peso, além de diminuir a fadiga e a sonolência.
- Esteroides anabolizantes: foram desenvolvidos por volta de 1930, os esteroides anabolizantes são uma forma sintética da testosterona, o hormônio masculino. Quando utilizando ele aumenta a formação de massa muscular, através da estimulação das células dos ossos e músculos ao sintetizar proteína. Essa dopagem promove ganho de força, potência e agressividade. Usado por aqueles que querem ganhar vantagem ilegal no esporte.
- Betabloqueador: usado para diminuir a influência dos músculos, pressão arterial e frequência cardíaca. Ideal para as práticas esportivas de tiro com arco e pistola, onde o participante precisa evitar os tremores.
- Diuréticos: substância capaz de esconder o uso de drogas no organismo, além de contribuir com o controle ilegal de peso.
- Narcóticos analgésicos: são substâncias que atuam no sistema nervoso central, reduzindo a dor.
- Doping sanguíneo: é um técnica que usa o próprio sangue do indivíduo na intenção de melhorar o desempenho. Funciona através da remoção e armazenamento do sangue em um ambiente refrigerado. Quando a competição se aproxima, esse sangue que foi armazenado é retirando e reinjetado no organismo. A técnica aumenta os glóbulos vermelhos da corrente sanguínea, proporcionando o ganho de força, velocidade e resistência.
- Eritropoietina: é o hormônio que age semelhantemente ao doping sanguíneo, ele aumentar a produção de glóbulos vermelhos.
- Hormônio do crescimento humano: é o hormônio que aumentar a massa muscular, o que promove ganhos de força e agressividade. Essa substância é mais difícil de identificar em exames antidoping.
RISCOS DO DOPING PARA O ATLETA
O uso do doping pode trazer consequências graves à saúde do atleta. Com o uso constante e em elevadas doses, essas drogas estimulantes são seriamente perigosas, pois ao contrário de medicamentos manipulados com o objetivo de tratamento terapêuticos, eles podem levar a morte do indivíduo.
De acordo com a substância ou método ilícito utilizado, o doping pode causar vários efeitos colaterais. Quando usado por mulheres, ele pode levar ao crescimento do órgão genital, diminuição dos seios, crescimento de pelos no rosto e corpo, ausência do ciclo menstrual, esterilidade, além da alteração da voz para um tom masculino.
Se a utilização é feita por homem, as drogas podem levar ao surgimento de seios, e para os mais novos, causar o encerramento precoce das cartilagens de conjugação, parando o seu desenvolvimento, além da atrofia testicular que pode deixá-lo estéril.
Em ambos os sexos pode levar a alterações de comportamento, como elevação da agressividade e dependência psíquica. Podem causam doenças graves como tumores hepáticos, câncer, aumento da quantidade de glóbulos vermelhos e doenças cardiovasculares.
CASOS DE BANIMENTO
Vários atletas são flagrados frequentemente em exames antidoping, o que podem gerar a estes diversas formas de punição, incluindo o banimento das suas respectivas modalidades oficiais.
Dentre os casos famosos de banimento encontra-se o de Ben Johnson, que quebrou o recorde mundial em Seul no ano de 1988 e foi o primeiro a correr abaixo dos 9s80. Em seu exame foi acusado positivo para um esteroide após 2 dias de ter ganhado o ouro. Ben terminou por perder a sua medalha, além do recorde mundial. Passado dois anos da suspensão, ele retornou sem bons resultados. Acabou que foi novamente autuado no exame antidoping feito em 1993, o que resultou no seu banimento definitivo.
A nadadora Rebeca Gusmão teve seu exame de doping confirmado no ano de 2007, o que resultou em uma suspensão por 2 anos. Ela chegou a recorrer da decisão da federação, porém foi novamente culpada por doping, o que resultou no seu afastamento completo da natação.
Outro caso de doping foi do velocista Steve Mullings. Ele chegou a atingir boas marcas na corrida de 100 metros, porém durante as seletivas dos Jogos Olímpicos de Atenas, teve seu exame antidoping positivo, o que causou uma suspensão de 2 anos. Depois desse período, competiu novamente e mais uma vez teve o exame positivo. Devido à reincidência, acabou sendo banido de vez pela Agência Jamaicana Antidoping.
MEDICAMENTOS PROIBIDOS
Os atletas possuem uma vida bem regrada, o que envolve controle da alimentação, prática de exercícios físicos e até cuidados ao tomarem remédios, pois certos medicamentos de uso comum da população podem ter em sua composição algum tipo de substância estimulante que pode ser acusada nos exames antidoping e resulte em penalização.
Seguem abaixo alguns dos medicamentos cotidianos que são proibidos para atletas:
- Neosaldina;
- Descongestionante nasal Rinofluimucil;
- Pílula anticoncepcional Micronor;
- Pílula anticoncepcional Mesigyna;
- Creme dermatológico Trofodermin;
- Creme dermatológico Novaderme.
Outros fármacos proibidos em competições esportivas são:
- Androstenediol;
- Furazabol;
- Mesterolona;
- Prasterona;
- Androstenediona;
- Insulina;
- Anastrozole;
- Aminoglutetimida;
- Clomifeno;
- Diuréticos;
- Clorotiazida;
- Hidroclorotiazida;
- Adrenalina;
- Anfetamina;
- Glucocorticosteróides.
Esses são apenas alguns itens de uma vasta lista de medicamentos proibidos para competidores esportivos.
O doping pode ser visto como uma excelente vantagem na mentalidade de atletas antiéticos. Porém, além de prejudicar outros competidores que vêm se esforçando e treinando, estes acabam por prejudicar a si mesmos, visto os inúmeros riscos que essa atitude pode causar.
Compartilhe esse artigo
