O assunto Dívida Externa é algo bastante complexo de se discutir, por isso também causa bastante controvérsia nas mais variadas visões de especialistas.
O que é?
O termo Dívida Externa classifica o montante de débitos que um país possui, através de empréstimos feitos no exterior, geralmente feitas em acordos com bancos estrangeiros ou instituições financeiras internacionais, como por exemplo, o FMI, ou o Banco Mundial.
Uma grande elevação na dívida externa de um país pode ser muito prejudicial, principalmente se este for considerado subdesenvolvido ou mesmo em desenvolvimento, pois dessa forma se estabelece uma extrema dependência do país em relação a seus credores.
Alguns países com alta dívida externa não são capazes de saldar o compromisso, de forma que boa parte dos recursos gerados no país fica comprometida em garantia de pagamento de juros aos países ou órgãos credores.
Dívida no Brasil
O Brasil é um grande exemplo de país com alta dívida externa. O histórico dessa dívida data deste o período da Independência do país, em 1822.
Para consolidação do processo de independência, Portugal exigiu o pagamento de três milhões de libras esterlinas, e como o Brasil ainda não possuía tais recursos, resolveu fazer um empréstimo com a Inglaterra, efetuando o pagamento em 1824.
Daí por diante a dívida só cresceu e hoje o valor estimado, considerando dívida pública e privada, atinge a marca dos 322,121 bilhões de dólares, segundo dados do próprio Banco Central.
Mas algo importante a destacar é o fato de a dívida externa brasileira nem sempre esteve como os dias de hoje.
Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, as contas externas brasileiras demonstravam um quadro até bastante favorável. O montante da dívida havia diminuído substancialmente nos últimos 15 anos, reduzindo a carga de seu serviço para os anos seguintes.
As reservas acumuladas durante o período em que a guerra acontecia, considerando os superávits adquiridos no balanço de pagamentos, alcançavam um percentual de cerca de 650 milhões de dólares no início de 1945.
Porém, os cinco anos seguintes começariam a manifestar indícios de desequilíbrio entre as transações externas, cujo descontrole nas negociações, no início da década de 50, fizeram o país voltar a buscar a ajuda de capitais de empréstimo em larga e crescente escala.
Considerando então este período, pode-se dizer que o endividamento do país passou por duas fases de razoável expansão.
A primeira e de duração menor, ocorreu entre o período de 1953 a 1961, e a segunda após um período de sete anos, prolongou-se até o ano de 1982, com uma diferença da anterior não apenas pela natureza como pela evolução do percentual de juros.
Mas ambos os períodos tinham em comum um cenário onde os próprios encargos da dívida serviram para reforçar os desequilíbrios do balanço de pagamentos, contribuindo para a consolidação de crises cambiais profundas, além de ruptura ocasionada por negociações com credores e instituições oficiais internacionais.
Também é importante lembrar que nos dois períodos mencionados, a deterioração do caráter da dívida, gerou acúmulo de compromissos em curto prazo, ocasionando a crise que se estendeu em toda a década de 80 até o início de 90.
Durante o período de governo compreendido entre os anos de 2008 até 2012, o assunto Dívida Externa novamente vinha à tona, considerando notícias de representantes do então governo, declarando quitação da dívida externa, inclusive chegando a mencionar o país como agora pertencente a um seleto grupo de países credores.
Essa questão foi explicada anos mais tarde, gerando diversas discussões políticas dentro do âmbito econômico, onde na verdade o que houve foi um aumento da dívida interna para a quitação da externa.
De forma, o déficit alcançado naquele período chegou à astronômica marca de 1,4 trilhão de reais, tanto que o status da atual crise que se perpetua desde então, ainda reflete sobre a alta da dívida interna, e hoje também sobre a dívida externa.
Autor: Alan Lima