Ao contrário do que se pode pensar, parcerias feitas por meio de corporativismo não é algo comum apenas à sociedade atual. Este sistema foi desenvolvido na Europa do século XIX e tem característica principal o modelo de ajuda mútua entre os membros envolvidos, daí a origem do nome.
Apesar desse sistema já possuir mais de 200 anos de existência, é uma modalidade que cada vez se torna mais forte na sociedade contemporânea. De forma que, hoje, é uma alternativa optada por milhões de pessoas em todo o mundo, através de projetos que geram renda e oportunidade de trabalho dentro de um âmbito geral de desenvolvimento.
Numa forma mais técnica de se abordar o assunto, Cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada pela associação de pessoas com o objetivo de prestar serviços financeiros apenas aos seus associados.
Dentro dessa modalidade, os chamados “cooperados” (os membros envolvidos) atuam tanto como donos quanto usuários. Dessa forma, podem participar da gestão e usufruir dos produtos e serviços que ela proporciona.
Como surgiram as Cooperativas de crédito
As cooperativas de crédito nasceram da ideia em se oferecer soluções financeiras conforme a necessidade de cada membro associado. O papel delas é de suma importância para incentivar o desenvolvimento econômico, já que, nesta modalidade, usam-se os ativos gerados pelos próprios associados, e, assim, mantém-se os recursos dentro do ambiente onde foram investidos.
O primeiro registro oficial de corporativismo de crédito na América Latina data do ano de 1902, na localidade conhecida como Linha Imperial, município de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul. Fora trazida por intermédio do padre Theodor Amstad e atualmente é um órgão que faz parte do sistema Sicredi com o nome de Sicredi Pioneira RS.
Atribuições das Cooperativas de crédito
Dentro das cooperativas os associados podem encontrar diversos tipos de serviços disponíveis, principalmente de ordem financeira nos bancos, como conta-corrente, cartões de crédito, aplicações financeiras, financiamentos e empréstimos.
Como a própria essência do nome traduz, o cooperativismo de crédito não visa lucros. A adesão é voluntária e todos os que resolvem associar-se possuem direitos e deveres iguais, independentemente do capital social gerado na cooperativa ou do percentual de cota adquirido por cada membro.
Entre algumas das vantagens que o membro pode obter quando associado, o atendimento de forma personalizada é uma das principais. Como aspecto bastante positivo, tudo que sobra dos valores investidos é novamente repartido entre os cooperados.
Entretanto, assim como as potenciais sobras, o cooperado também fica sujeito às eventuais perdas que possam existir quando é feito o rateio dos valores.
As cooperativas de crédito funcionam em conformidade com as normas e supervisão do Banco Central, ao contrário de outras modalidades de corporativismo semelhantes, como transporte, educação, agropecuária e outras.
As cooperativas representam hoje uma das modalidades de crédito mais usufruída, tanto pela facilidade de associação quanto pelas vantagens não encontradas em outros tipos de crédito, como empréstimos bancários, por exemplo. Como todo o risco financeiro é assumido pelos membros do grupo, naturalmente se tornam um diferencial aos demais modelos praticados.
Entre algumas dessas vantagens, podemos citar: taxas de juros diferenciadas (muitas vezes altamente discrepantes às outras formas de financiamento), redução ou mesmo isenção de tarifas de serviços, rendimentos superiores aos praticados pelo mercado convencional, e, logicamente, o atendimento diferenciado aos associados, considerando o fato de eles serem, não apenas usufrutuários, mas também sócios, representantes diretos do sistema de cooperativismo.
Por Alan Lima