Hoje os alunos, especialmente do Ensino Médio, são estimulados a desenvolver suas próprias opiniões e sustentá-las em textos argumentativos. Além de um importante método de avaliação, esse tipo de atividade permite aos alunos refletir de maneira crítica a respeito dos problemas que os cercam e propor soluções, o que os influencia a ser cidadãos ativos da sociedade.
O que é, então, uma boa argumentação? Como dar base para os argumentos? Como argumentar da maneira certa?
A pedagoga Noemi Lemes diz: “uma argumentação bem-sucedida é aquela que trabalha com o novo, quando o aluno expressa de forma clara e lógica sua própria perspectiva”.
Reproduzir opiniões do senso comum em textos vagos e superficiais, “inventar” várias evidências ou relacionar ideias aleatórias para sustentar um ponto de vista não vai dar força alguma à argumentação.
Expor as ideias de maneira organizada, usar corretamente os recursos e normas gramaticais e ser capaz de fundamentar as afirmações logicamente produzirá argumentos de qualidade com capacidade de convencimento e estímulo ao diálogo e troca de ideias.
Se constroem argumentos visando explicar um ponto de vista com credibilidade. O objetivo não é apenas passar uma informação, muito menos impor uma opinião como a única correta. Pode-se propor uma solução para um problema ou justificar-se por determinada posição ou pensamento.
Como dar base para os argumentos?
A boa argumentação deve estimular o raciocínio de maneira inteligente. Para isso, pode-se usar dados e estatísticas reais, ilustrações, conteúdo especializado na área, entre outros. No entanto, o uso de generalizações, clichês e opiniões sem base concreta apenas encherá espaço e não adicionará valor à argumentação.
A contra argumentação
Esse recurso, uma oposição bem fundamentada, é justamente empregado para “responder” ou rebater os argumentos expostos. Deve seguir as mesmas diretrizes da argumentação para ter credibilidade, além de ser capaz de superar a ideia, a justificativa e as evidências anteriormente apresentadas com base em novos pensamentos e dados.
Como argumentar da maneira certa?
Além de apresentar uma ideia plausível e baseá-la em exemplos concretos, deve-se levar em consideração o modo de argumentar, visando passar a mensagem de maneira eficaz e adequada. Pode-se usar a argumentação passiva, agressiva ou assertiva. Veja alguns exemplos:
Passiva: “Talvez seja melhor não obrigar os estudantes…”
Agressiva: “Obrigar os estudantes é completamente ridículo e inaceitável…”
Assertiva: “Obrigar os estudantes não é o melhor modo de lidar com a situação, pois pode incitar represálias…”
Recomenda-se usar tom assertivo nas argumentações, mostrar firmeza nas próprias convicções e respeito pela opinião alheia, além de abrir espaço para contra argumentações e debates.
Argumentação em textos argumentativos
Abaixo estão listados alguns tipos de textos argumentativos, os quais, em sua maioria, seguem a estrutura de introdução + desenvolvimento + conclusão.
Texto Dissertativo-Argumentativo
- apresenta tema;
- argumentação é forte característica do desenvolvimento;
- exposição e defesa do pensamento do autor.
Texto Editorial
- texto opinativo e crítico;
- normalmente conta com aspectos subjetivos do autor;
- objetivo de convencer.
Ensaio
- apresenta ideias, pensamentos e opiniões pessoais sobre temas específicos;
- modo mais flexível e despretensioso de argumentar;
- texto mais informal, não necessariamente segue a estrutura da produção textual.
Artigos de Opinião
- escritos por especialistas;
- apresentam pontos de vista sobre variados temas;
- visam transmitir conhecimento por meio da argumentação eficaz.
A boa argumentação é uma poderosa ferramenta de convencimento e mudança que pode ser aplicada de diferentes formas. O importante é selecionar boas ideias, pesquisar e incorporar evidências realistas para sustentar essas ideias e se certificar de empregar o modo correto de argumentar para cada situação.
Desse modo, a argumentação contribuirá para a construção de pensamentos críticos, opiniões bem embasadas e até mesmo para o desenvolvimento de soluções criativas e efetivas de problemas.