Em março deste ano, será lançado o novo Cadastro Único (CadÚnico). O sistema, que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda no Brasil, ganhará uma nova plataforma, que será mais moderna, eficiente e segura para acessar os programas sociais do governo.
Essa atualização, que está sendo conduzida pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), trará várias melhorias, como a automação na inclusão de dados cadastrais e a integração de dados de diferentes bases governamentais, resultando em um processo mais ágil e preciso.
O que muda com o novo CadÚnico?
Entre as principais mudanças, destaca-se a integração do sistema com diversas bases de dados públicas e privadas. Isso permitirá que, no momento da inclusão ou atualização de informações, os dados sejam buscados e inseridos automaticamente.
Além disso, o cruzamento de informações possibilitará verificar a autenticidade dos dados, especialmente a partir do CPF, garantindo que os dados pertençam realmente à pessoa que está se inscrevendo e que seu CPF esteja regularizado.
Outra grande mudança será a integração do sistema com a biometria dos cadastrados. Dessa forma, todas as informações referentes ao CPF, inclusive eventos ocorridos após o cadastramento, estarão disponíveis no sistema apenas com a busca do número, proporcionando uma visão mais completa da situação socioeconômica dos beneficiários.
Com essas melhorias, será mais fácil para os operadores do CadÚnico identificar possíveis erros ou fraudes nos cadastros. Isso também ajudará a detectar quando uma pessoa ou família que recebe um benefício social passa a não cumprir mais os requisitos necessários.
Assim, além de otimizar os processos, o novo sistema também assegura uma distribuição mais justa dos benefícios sociais.
“A reforma trará facilidades, primeiramente, para o operador, que não precisará mais preencher todo o cadastro, já que boa parte das informações virá da base nacional”, destaca a secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único, Letícia Bartholo.
A ideia também é de simplicar o procedimento de quem vai se cadastrar.
Como ocorrerá a migração para nova plataforma?
A transição para a nova plataforma será feita de uma vez só, com a desativação do sistema antigo e a ativação do novo portal, que passará a ser o único meio de gerenciar as informações cadastrais.
Esta ação visa evitar confusões e proporcionar uma mudança mais organizada e eficiente.
Para habilitar os operadores do sistema para a nova plataforma, o MDS promoverá um processo de divulgação e capacitação online. Esse treinamento obrigatório incluirá níveis básico, intermediário e avançado.
A capacitação começará em fevereiro, assegurando que a transição seja tranquila e que todos os entrevistadores e operadores estejam com seus conhecimentos atualizados.
Sobre o CadÚnico
O Cadastro Único é um instrumento do Governo Federal que identifica e caracteriza as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no Brasil.
Criado para fornecer ao governo informações detalhadas sobre as condições socioeconômicas dessas famílias, ele é mantido atualizado constantemente pelas prefeituras.
Sua origem se deu pelo Decreto nº 3.877, em 24 de julho de 2001. Em 2003, ele foi integrado ao extinto Programa Bolsa Escola e ao Programa Bolsa Família, que nasceu naquele ano, e que até hoje utiliza o CadÚnico como principal base de dados para identificação de beneficiários.
Em 2005, a adesão formal ao sistema pelos municípios e estados brasileiros resultou em um grande processo de atualização cadastral que se mantém até hoje, garantindo a eficácia dos programas sociais.
A abrangência do CadÚnico cresceu substancialmente ao longo dos anos. Em 2003, cerca de 10 milhões de famílias estavam registradas; hoje, esse número alcança impressionantes 92 milhões.
Os principais programas que utilizam o CadÚnico incluem o Programa Bolsa Família, Programa Tarifa Social de Energia Elétrica, ID Jovem, Programa Minha Casa Minha Vida e outros.