Cerca de 2,5 milhões recebem Bolsa Família sem ter direito, diz ministro

O número de inscritos indevidos no Bolsa Família é um dos complicadores do relançamento do benefício social, pois o número representa 11% do total de pessoas contempladas pela iniciativa do Governo Federal.

Na última quinta-feira (9), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou que existem cerca de 2,5 milhões de pessoas recebendo o Bolsa Família sem ter direito. Mais especificamente, essa quantia corresponde a cerca de 11% do total de pessoas contempladas pela iniciativa.

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A fala aconteceu durante uma entrevista à imprensa, quando Dias visitou uma unidade da Cozinha Solidária, projeto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Atualmente, o governo está organizando uma revisão cadastral para que a iniciativa seja lançada em março. Saiba mais a seguir:

Qual é a situação do benefício?

De acordo com Dias, estima-se que cerca de 10 milhões de beneficiários vinculados ao Bolsa Família serão avaliados pela revisão do cadastro. Neste valor total, cerca de 2,5 milhões possuem grandes indícios de irregularidade, comprometendo a transferência de renda para os cidadãos.

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Sobretudo, a pasta responsabiliza o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL) pela falta de organização no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Basicamente, essa é a base de dados mais importante para acompanhamento das famílias brasileiras de baixa renda no país.

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Por meio dessas informações, pode-se inserir os cidadãos de baixa renda em iniciativas sociais, como o Bolsa Família, Auxílio Gás, Tarifa Social de Energia Elétrica e outros. Na época, o Auxílio Brasil permitiu a entrada das chamadas famílias unipessoais, compostas por uma pessoa morando sozinha e se sustentando.

Porque estavam inseridos no critério de renda, foram considerados elegíveis e inscritos no benefício, após os sorteios mensais realizados pelo Ministério da Cidadania. Segundo o boletim publicado em novembro do ano passado, pela equipe de transição, existem 21,9 milhões de famílias brasileiras vinculadas ao programa.

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Desse total, 5,3 milhões de famílias estão na categoria de família unipessoal. Em comparação, na época de vigência do Bolsa Família, antes de dezembro de 2019, a quantidade de famílias unipessoais era 2,2 milhões.

Com base nas informações divulgadas por Dias, existem famílias com renda superior a nove salários mínimos recebendo os valores que são originalmente destinados às pessoas de baixa renda. Em números específicos, isso corresponde a R$ 11,7 mil como renda familiar mensal.

A expectativa é realizar o pente-fino nas inscrições a fim de combater a fraude com benefícios, por conta das pessoas que receberam os valores de maneira indevida nos últimos anos.

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Como consequência, será possível alcançar mais famílias de baixa renda que realmente precisam dos pagamentos e realizar um controle mais efetivos. O planejamento divulgado pelo Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, é concluir o processo e relançar o programa em março desse ano.

Como funciona o Bolsa Família?

Com o relançamento do Bolsa Família em março, substituindo o antigo Auxílio Brasil, a previsão é que as regras sejam modificadas a fim de ampliar as frentes de atuação. Desse modo, as parcelas mensais permanecerão em R$ 600.

Contudo, haverá uma ampliação do pagamento com parcelas extras de R$ 150 para cada criança de até 6 anos de idade nas famílias vinculadas ao programa social, sendo a quantia máxima de duas por família. Ademais, essa ampliação será implementada gradativamente depois da retomada do benefício.

Com o pente-fino e revisão cadastral no CadÚnico, espera-se que o Bolsa Família retome o ritmo de processamento das novas inscrições, através de uma nova base de cadastro para inserções mais eficientes. Como o foco neste momento é remover os cadastros incorretos e indevidos, ainda não foram lançadas as novas regras do programa.

Apesar disso, a proposta segue priorizando o atendimento de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no país.

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