O que significa quando uma pessoa faz carinho na sua nuca?

A ciência mostra que essa região é sensível e pode gerar respostas intensas, mas sua interpretação vai além da biologia, envolvendo também emoções e experiências pessoais.

O toque na nuca é um gesto que pode transmitir uma variedade de mensagens, dependendo do contexto e do tipo de relação entre as pessoas.

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Essa região do corpo é particularmente sensível e íntima, o que torna o carinho nesse local algo repleto de significados.

Pode ser um sinal de afeto, conforto ou até mesmo uma forma sutil de demonstrar proteção. A interpretação varia conforme a situação, a intenção de quem toca e a maneira como o gesto é recebido.

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Carinho na nuca é um gesto íntimo que pode expressar afeto ou desejo, dependendo do contexto e da relação entre as pessoas. Foto: Reprodução / Pexels

Quando uma pessoa faz carinho na sua nuca, o significado pode ter diferentes interpretações, mas, de acordo com estudos neurocientíficos, é frequentemente associado ao prazer e à excitação sexual, especialmente para as mulheres.

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Por muito tempo, vários cientistas acreditaram que a nuca era sensível porque as partes do corpo são “mapeadas” no nosso cérebro de uma forma curiosa.

Na década de 1990, o neurologista Vilayanur Ramachandran sugeriu que a nuca e os pés, por exemplo, eram representados no cérebro próximos das áreas ligadas aos órgãos genitais.

A ideia era que um toque na nuca “ativaria” essa região cerebral vizinha, gerando uma sensação erótica. No entanto, essa teoria antiga foi sendo questionada.

Um estudo mais recente, liderado por Marilyn Lucas, da Universidade de Witwatersrand e publicado na revista “Cortex“, investigou a verdade por trás da hipótese da zona erógena de Ramachandran de forma mais sistemática.

Recrutando quase 800 participantes, os pesquisadores pediram que classificassem a capacidade de 41 zonas do corpo de produzir excitação sexual em uma escala de 0 a 10. Os resultados foram surpreendentes:

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  • Ao contrário da crença popular e da teoria de Ramachandran, a pontuação obtida para os pés como zona erógena foi muito baixa, independentemente de fatores como idade, orientação sexual ou sexo;
  • Mulheres relataram maior sensibilidade em diversas partes do corpo, incluindo a nuca e o pescoço. Elas atribuíram pontuações significativamente mais altas a essas regiões, entre outras, como costas, quadris, coxas, boca/lábios e mamilos, em comparação com os homens;
  • A distribuição erógena não se correlaciona com a representação do corpo no córtex somatossensorial, como Ramachandran havia sugerido, mas sim com outras áreas cerebrais envolvidas no processamento do prazer e do desejo.

Como o cérebro reage ao carinho na nuca?

Quando alguém acaricia sua nuca, seu cérebro não responde apenas ao toque físico em si, mas também à emoção e ao significado social por trás desse gesto.

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Diferentemente do que se pensava, a associação entre toque e emoção não acontece em uma área separada do cérebro, mas sim no córtex somatossensorial primário.

Essa região, antes vista como responsável apenas por processar as características básicas do toque (como textura e intensidade), na verdade também é sensível ao significado emocional, ou seja, se o toque é percebido como agradável, desagradável, desejado ou repulsivo.

Isso foi demonstrado em um estudo do Instituto de Tecnologia da Califórnia publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

A pesquisa sugere que nossa percepção do toque não é puramente objetiva; ela é profundamente moldada por como nos sentimos em relação à pessoa que nos toca e até mesmo pela antecipação desse toque.

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Os autores enfatizam que o cérebro não processa primeiro as propriedades físicas do toque para depois interpretá-las emocionalmente. Pelo contrário, a emoção já está embutida na forma como o córtex somatossensorial primário responde.

Isso abre portas para novas abordagens no tratamento de condições como o autismo, ajudando a remodelar as respostas sociais ao toque e até mesmo para auxiliar vítimas de traumas a restabelecerem respostas positivas ao toque suave.

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