O Ministério da Economia já divulgou a segunda previsão de salário mínimo para 2023, chegando a R$ 1.310. Os cálculos da pasta foram baseados no índice de inflação, que está em 8,1%, não sendo considerado nenhum valor a mais. Ou seja, nas estimativas do governo, o piso nacional não deve ter um ganho real.
Caso o índice de inflação continue aumentando até o fim de 2022, é possível que o salário mínimo fique acima do esperado. No entanto, o governo federal só irá confirmar as quantias em janeiro do próximo ano.
Economista prevê a possibilidade de ganho real
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, acredita que essa é a expectativa porque “a inflação subiu tão rápido que as negociações não conseguem dar conta da velocidade”. No entanto, para ele, o cenário deve mudar em breve.
“Quando a inflação começar a cair, você vai ver que vai estar tendo alguns aumentos reais. Vai ser interessante olhar em três ou quatro meses. Essa valorização recente vai começar a bater daqui a alguns meses”, pontuou. Sendo assim, Serra prevê a possibilidade de um aumento acima da inflação no salário mínimo de 2023.
Salário mínimo deve sofrer reajuste para o próximo ano
Obrigatoriamente, todos os anos, o piso nacional deve ser atualizado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Esse índice calcula a inflação do ano anterior, definindo quanto o preço de produtos e serviços subiu. Assim, pela lei, o percentual encontrado deve ser acrescido ao salário mínimo.
A ideia é manter o poder de compra da população. Para 2023, o Ministério da Economia está utilizando apenas o INPC e nenhum valor a mais para calcular o piso. A pasta já está na sua segunda previsão, sendo que a primeira chegou a ser enviada na proposta Orçamentária para o Congresso. Veja os números:
- Primeiro cálculo: nos primeiros meses do ano, o índice de inflação notado foi de 6,7%, elevando o salário mínimo de R$ 1.212 (hoje) para R$ 1.294;
- Segundo cálculo: no último mês (maio), o Ministério notou uma alta na inflação para 8,1%. Sendo assim, o piso passaria de R$ 1.212 para R$ 1.310.
Esse valor serve de referência para milhares de trabalhadores ativos e inativos, influenciando até mesmo em pagamentos de benefícios. Vale ressaltar que, caso o salário mínimo leve em consideração apenas a inflação, será o quarto ano sem ganho real.