Você tampa o rosto quando vai ser fotografado? Veja o significado

Em um mundo onde as selfies e a exposição visual parecem dominar, muitas pessoas encaram a câmera com hesitação, ansiedade ou até rejeição.

É mais comum do que imaginamos: há quem sinta um desconforto intenso ao ser fotografado, a ponto de evitar poses ou até esconder o rosto.

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O que parece um simples gesto pode revelar questões profundas sobre autoimagem, autopercepção e influências sociais.

Se você já se pegou fugindo das lentes ou não se identificando com suas fotos, vale a pena entender o que pode estar por trás dessa reação, de acordo com a psicologia e a neurociência.

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A relutância em ser fotografado pode estar ligada a uma preocupação exagerada com supostos defeitos na aparência. Foto: Reprodução / Pexels

1. Timidez

A timidez inerente ao ato de ser fotografado pode instigar o gesto de tapar o rosto como uma manifestação de desconforto e um desejo de não se destacar.

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Essa reação pode ser interpretada como uma forma não verbal de comunicar vulnerabilidade ou aversão ao foco da atenção.

Indivíduos que experimentam esse sentimento podem se sentir expostos e desconfortáveis com a ideia de sua imagem ser registrada e potencialmente vista por outros.

Um estudo publicado no periódico “Brain Sciences” investigou as bases neurais da vergonha e do constrangimento.

Através de uma meta-análise de estudos de neuroimagem funcional, os pesquisadores descobriram que tanto a vergonha quanto o constrangimento estavam associados à ativação da ínsula anterior esquerda, uma região cerebral envolvida no processamento da consciência emocional e da excitação.

Adicionalmente, a vergonha e o constrangimento ativaram áreas relacionadas à rede de dor social e à inibição comportamental, o que pode refletir o desejo de se esconder ou evitar o julgamento social.

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2. Insegurança em relação à aparência

A insegurança relacionada à própria imagem corporal é outro fator significativo que leva algumas pessoas a cobrir o rosto ao serem fotografadas.

A discrepância entre o “eu percebido” e o “eu ideal”, conforme postulado pelo psicólogo Carl Rogers, pode gerar uma dissonância emocional considerável.

Quando uma fotografia captura uma imagem que não corresponde à representação interna desejada, pode surgir desconforto e até mesmo rejeição dessa imagem.

Pesquisas em psicologia social aprofundam essa perspectiva. Um estudo publicado no periódico “Frontiers in Psychology” explorou os papéis da vergonha e da culpa na relação entre a autodiscrepância e o desajustamento psicológico.

Os resultados indicaram que a vergonha mediou parcialmente a associação entre a discrepância entre o eu real e o eu ideal e sentimentos de depressão.

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Essa descoberta sugere que a percepção de uma lacuna entre como a pessoa se vê e como gostaria de ser pode levar à aversão a imagens que exponham essa discrepância.

3. Medo da avaliação negativa

O receio de ser julgado negativamente pelos outros é outro motivo para o comportamento de tapar o rosto em fotografias.

O conceito de “autoconsciência pública”, explorado por Fenigstein e Scheier, descreve a preocupação com a forma como somos percebidos socialmente.

Nesse sentido, indivíduos com alta autoconsciência pública podem experimentar ansiedade significativa em situações em que se sentem sob o escrutínio alheio, como ao serem fotografados.

Em uma pesquisa publicada no “Journal of Consulting and Clinical Psychology“, Fenigstein, Scheier e Buss desenvolveram uma escala para avaliar a autoconsciência pública e privada.

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Eles observaram que a autoconsciência pública se correlacionava moderadamente com a ansiedade social, indicando que a intensa consciência de como os outros nos veem pode induzir desconforto em contextos sociais.

A fotografia, por sua natureza permanente, pode ser vista como um registro duradouro de potenciais “imperfeições”, intensificando o medo da avaliação negativa e levando ao ato de ocultar o rosto.

Além disso, a pressão cultural por padrões estéticos irreais pode exacerbar esse medo, fazendo com que as pessoas se sintam inadequadas e vulneráveis quando estão diante de uma câmera.

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