Algumas pessoas só conseguem dormir com a televisão ligada, um hábito que vai além do mero entretenimento e pode estar profundamente ligado a necessidades emocionais.
A psicologia sugere que esse comportamento pode revelar aspectos interessantes sobre nosso bem-estar. Afinal, por que alguns se sentem mais seguros e confortáveis com o som e a luz da TV, enquanto o silêncio absoluto causa inquietação?
O que significa dormir com a televisão ligada?
Dormir com a televisão ligada é um hábito que pode estar relacionado a fatores psicológicos, como a necessidade de combater a solidão ou a busca por segurança emocional.
Segundo uma pesquisa na “Frontiers in Psychology“, o consumo excessivo de mídia pode ser uma estratégia de enfrentamento para lidar com sentimentos de isolamento.
A televisão funciona como uma companhia, especialmente para idosos ou pessoas que vivem sozinhas, criando uma sensação de conforto e preenchendo um vazio emocional.
Além disso, o ruído e a luz do aparelho podem mascarar sons noturnos que causam ansiedade, proporcionando uma falsa impressão de proteção.
Escapismo
Outro aspecto destacado pela psicologia é o escapismo, ou seja, o uso da televisão como uma forma de fugir de pensamentos negativos ou da realidade.
O estudo demonstra que indivíduos com mentes inquietas tendem a se apegar a narrativas fictícias, identificando-se com personagens como mecanismo para aliviar o estresse.
Essa identificação pode explicar por que muitas pessoas adormecem com a TV ligada: o conteúdo audiovisual serve como distração, impedindo que a mente se concentre em preocupações.
Por fim, o hábito de dormir com a televisão ligada reflete uma mudança cultural na relação das pessoas com a tecnologia, visto que antigamente era comum assistir TV apenas na sala e hoje ela invade até os espaços mais íntimos, como o quarto.
Efeitos negativos da prática
Para quem apenas deixa o aparelho funcionando sem realmente assistir, esse hábito pode representar um gasto de energia desnecessário, aumentando o consumo elétrico da residência e contribuindo para um maior impacto ambiental.
Por outro lado, a troca do horário de descanso por maratonas de filmes e séries está associada a uma pior qualidade de sono, conforme evidenciado por um estudo do “Journal of Clinical Sleep Medicine“.
A exposição à luz azul da tela suprime a produção de melatonina, um hormônio essencial para regular o ciclo sono-vigília, enquanto o excesso de estímulos audiovisuais mantém o cérebro em estado de alerta, dificultando o relaxamento profundo necessário para um descanso reparador.
Além de prejudicar o sono, o consumo excessivo de televisão pode acelerar o declínio cognitivo, especialmente em adultos mais velhos.
Uma pesquisa publicada na “Scientific Reports” com mais de 3.000 participantes mostrou que indivíduos acima de 50 anos que assistiam a mais de 3,5 horas de TV por dia apresentaram pior desempenho em memória e linguagem ao longo do tempo.
A passividade prolongada diante da televisão reduz a estimulação cerebral, diferentemente de atividades como leitura, jogos ou exercícios físicos, que fortalecem as conexões neurais.