Enquanto a estética é considerada uma experiência pessoal e cultural, a ciência tem se dedicado a compreender os fatores objetivos que contribuem para a percepção da beleza. Diante disso, várias pesquisas têm oferecido insights valiosos sobre o que determina a atratividade de um rosto, revelando que alguns fatores são cruciais nesse processo.
Contudo, ainda há muito a explorar na relação entre neurociência e psicologia na percepção do que é belo, incluindo como as pessoas enxergam esse atributo em si mesmas e o papel que ele desempenha na sociedade.
O que determina a beleza de uma pessoa segundo a Ciência?
Estudos mostram que rostos mais simétricos e com aparência mediana são geralmente classificados como mais atraentes. Por isso, esse aspecto tem sido extensivamente estudado, inclusive em culturas de caçadores-coletores, como os hadza da Tanzânia, que mostraram uma preferência forte pela simetria facial. Bebês também respondem positivamente a rostos simétricos, sugerindo uma inclinação inata à beleza.
Pesquisadores do Japão também buscaram evidenciar essa preferência. Em suma, eles utilizaram um software com fotografias de homens e mulheres entre 18 e 26 anos para criar imagens médias de rostos masculinos e femininos, removendo características individuais para reduzir as variáveis.
Um grupo de participantes avaliou a atratividade dos rostos em uma escala de 0 a 3. Os resultados do estudo indicaram que a aparência mediana foi o fator mais importante para determinar a atratividade de um rosto, seguida pela simetria, que teve maior peso na avaliação de rostos masculinos.
Finalmente, a simetria pode ser considerada um indicador de qualidade genética, pois os ancestrais humanos evoluíram para escolher parceiros com bons genes para a sobrevivência e saúde dos descendentes.
A beleza também está nos olhos de quem vê
Além dos aspectos físicos e evolutivos, existem outros fatores que influenciam nossa percepção de beleza, como os níveis hormonais, contexto social e experiência visual.
Outro estudo, conduzido pela Universidade de Harvard e publicado na revista Current Biology, mostrou que as diferenças de opinião sobre a atratividade facial são principalmente resultado de experiências pessoais únicas para cada indivíduo, mesmo entre gêmeos idênticos.
Embora existam algumas preferências compartilhadas, como a escolha por rostos simétricos, a maioria delas é determinada por experiências individuais, que podem incluir interações sociais únicas, exposição a rostos através da mídia e vivências com amigos e colegas.
A investigação mostra que o ambiente único e pessoal de cada indivíduo desempenha um papel significativo na atratividade e percepção da beleza. Isso fornece novos insights sobre a evolução e a arquitetura do cérebro social, e pesquisas futuras podem explorar ainda mais os fatores ambientais que moldam nossos gostos não apenas por rostos, mas também por outras coisas, como arte, música e animais de estimação.