Ao decidir qual termo usar na construção de uma frase, ter dúvidas quanto à função de cada palavra e a diferença entre aquelas que são muito parecidas é um dos problemas mais comuns dos falantes da Língua Portuguesa. Afinal, com um vocabulário tão imenso, é comum não conhecer ou lembrar de uma ou outra forma verbal ou regra. Esse é o caso de “vê” ou “ver”: cada uma possui uma forma específica de ser empregada.
Antes de mais nada, é importante entender que ambas as formas estão corretas, e existem no português. Esse não é o caso de termos como “mexer” ou “mecher”, visto que a segunda opção é gramaticalmente incorreta.
Mas como utilizar “vê” ou “ver”? Para entender mais sobre o formato dos termos, confira abaixo as situações ideais para empregar cada uma delas, e não cometa mais erros ao incluí-las em redações e outros materiais importantes.
“Vê” ou “ver”: o uso de cada termo
Enquanto “vê” é o verbo “ver” conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, “ver” possui uma explicação ainda mais simples: ele apenas é o verbo no infinitivo. Contudo, “vê” também pode assumir o sentido de ordem, conselho ou imposição.
No momento em que o verbo se apresenta de duas formas, seja conjugado ou no infinitivo, a dúvida pode surgir. O que torna a escolha ainda mais difícil é a ausência do “r” no final das formas verbais, mesmo no infinitivo, quando em conversas informais. Assim, um vício de linguagem pode ser trazido para a escrita, o que torna frases gramaticalmente incorretas.
Isso ocorre com vários verbos comuns no dia a dia, como “estar”, “correr”, “fazer” e “dar”, que viram “está”, “corrê”, “fazê” e “dá”. A pronúncia torna os termos parecidos com palavras oxítonas, acentuadas na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. O problema, porém, não ocorre quando a terceira pessoa é uma paroxítona.
Quando usar “vê”
O “vê” está conjugado na terceira pessoa do singular do indicativo, ou na segunda pessoa do singular do imperativo. Assim, as conjugações implicam que algo está se sucedendo durante a narração, ou seja, a atividade é considerada habitual. Confira alguns exemplos:
- Ela vê os pássaros da janela do seu quarto todos os dias.
- Meu pai não gosta de assistir televisão, ele vê o que precisa online.
- O jovem vê os amigos jogando futebol.
- A minha mãe vê as amigas todas as semanas para jantar.
- Minha sobrinha fica triste quando não vê a mãe.
Quando usar “ver”
Enquanto isso, “ver” é considerado um verbo transitivo, ou seja, que requer o uso de um complemento para que a ideia sendo passada na frase faça sentido. Além disso, por estar no infinitivo impessoal, a sequência não deve apresentar sujeito, o que faz com que ele não esteja conjugado.
O verbo pode ser utilizado em situações como locuções verbais, na união de dois ou mais verbos, quando um possui a função principal e outro a auxiliar. Da mesma forma, pode ser inserido em frases com preposição, normalmente que possuem sentido de olhar, enxergar, observar. Veja alguns exemplos:
- Eu não pude ver minha avó antes dela voltar para sua cidade;
- O médico levou a mãe para ver seu filho na sala de cirurgia.
- Meu pai não consegue ver sem os óculos.
- É ver para crer.
- Você pode ver isso para mim antes de ir embora?