Tinha chego ou tinha chegado: qual é a forma correta de falar?

A Língua Portuguesa possui diversas regras de composição e flexões verbais que podem transformar palavras no momento da escrita ou fala, com base nas regras gramaticais. Neste sentido, existem muitas dúvidas se a forma correta de falar é tinha chego ou tinha chegado.

A Língua Portuguesa pode confundir os falantes e ouvintes por conta das normas formais e regras gramaticais, que são afetadas pelo contexto da oralidade, pela informalidade e por eventuais vícios de linguagem que surgem na utilização do idioma. Neste contexto, existem dúvidas sobre qual é a forma correta de falar entre “tinha chego” ou “tinha chegado”.

continua depois da publicidade

Para entender melhor essa questão, deve-se analisar qual é a classificação gramatical dessas expressões, que são locuções verbais acompanhadas de estruturas distintas. Com essa informação, fica mais fácil diferenciar na hora de escrever ou falar, evitando erros que podem comprometer a credibilidade. Saiba mais informações a seguir:

Qual é a forma correta de falar: tinha chego ou tinha chegado?

Leia também

Em primeiro lugar, a norma padrão da Língua Portuguesa define que as palavras “chego” e “chegado” existem, mas são utilizadas em contextos diferentes. Neste caso, a palavra chego é a conjugação da 1ª pessoa do singular no presente do indicativo, enquanto chegado é a conjugação desse mesmo verbo no particípio.

Por conta da oralidade e da linguagem informal, as pessoas têm utilizado o termo “tinha chego” para cumprir a mesma função do particípio, mas esse uso não é aceito nas regras gramaticais oficiais. Como consequência, cria-se um vício de linguagem onde esse tipo de erro acaba sendo normalizado pela repetição, dificultando as correções posteriores.

continua depois da publicidade

Em todos os casos, utilizar esse vocábulo em locuções verbais com os verbos ter ou haver só pode ser realizado na linguagem coloquial, porque a norma culta não prevê essas composições. De acordo com esse princípio, os particípios regulares são utilizados após os verbos “ter” ou “haver”, como acontece em tinha chegado.

Por sua vez, os irregulares são utilizados na voz passiva depois de verbos como “ser”, “ficar” ou “estar”. Dessa maneira, a palavra chegado é um particípio regular, enquanto o vocábulo chego pode parecer um particípio irregular por conta da construção da sua terminação. Entretanto, esse não é bem o caso, porque, como citado anteriormente, consiste em uma flexão verbal do presente do indicativo.

Nesse processo, o uso de chego na voz ativa, localizado após os verbos “ter” e “haver” só acontece na linguagem coloquial. Sendo assim, utilizar “tinha chego” é incorreto no contexto formal da Língua Portuguesa, pois deve-se dizer “tinha chegado”.

continua depois da publicidade

Tinha chegado ou tinha chego: entenda com alguns exemplos

1) Uso do verbo chegado

  • Ana tinha chegado em casa mais cedo porque o expediente foi reduzido.
  • Havia chegado a hora de embarcar, mas não encontrava o meu passaporte.
  • Se eu soubesse que vinha, tinha chegado antes para te receber.
  • Eu não poderia ter chegado em uma hora melhor, ainda bem que vamos comer.
  • Estavam ali reunidos porque tinha chegado uma nova carta misteriosa.

2) Uso do verbo chego

  • Eu chego mais tarde hoje porque vou para a academia depois do trabalho.
  • Quando chego ao ônibus, procuro por uma cadeira livre perto da janela.
  • Se chego tarde em casa, acabo levando uma bronca da minha mãe.
  • Para mim, chego nesse lugar o mais tarde possível para ser a primeira a ir embora no final.
  • Quando chego ao cinema, espero que os trailers ainda não tenham passado.

Como evitar os vícios de linguagem?

Como citado anteriormente, a recorrência da utilização de “tinha chego” no lugar de “tinha chegado” é causado pela repetição de um erro que acaba sendo normalizado com o tempo. Desse modo, uma maneira de evitar esses vícios de linguagem é manter um vocabulário rico, por meio da leitura de diferentes gêneros que estimulem a interpretação e aprendizagem de novas palavras.

continua depois da publicidade

Nesse processo, é interessante conhecer alguns sinônimos a que você pode recorrer quando houver dúvidas sobre a utilização correta da expressão. Por via das dúvidas, evite os estrangeirismos ou termos mais complexos, pois às vezes é mais fácil se garantir com uma expressividade mais simples, sem usar da linguagem rebuscada para impressionar.

Por fim, é importante sempre atualizar os conhecimentos. Se não souber qual é a forma correta, pesquise em um bom livro de gramática ou em sites confiáveis sobre o assunto e aprenda os conceitos, porque assim você cria técnicas para memorizar ao longo do tempo.

Leia também

Concursos em sua
cidade