Na língua portuguesa, existe um processo linguístico de incorporação de palavras, expressões ou construções gramaticais de línguas estrangeiras, denominado “estrangeirismo”. Um exemplo comum é o termo que define a peça de roupa feminina que oferece suporte aos seios. Mas, seu nome correto é “sutiã” ou “soutien”?
Essa palavra de origem francesa foi tão bem assimilada que nem parece que não é originária do português. Vamos descobrir como grafá-la corretamente neste artigo.
No Brasil, o correto é “sutiã” ou “soutien”?
Ambas as palavras são utilizadas para se referir à mesma peça de roupa feminina que oferece suporte aos seios, mas “sutiã” é a forma aportuguesada e mais comumente usada no Brasil.
“Soutien-gorge” (tradução literal “sustenta seios”) é a palavra original em francês, da qual “sutiã” foi derivada. Então, para não ter mais dúvidas, “sutiã” é o termo correto no Brasil, conforme o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP).
Exemplos de uso
- Ela comprou um sutiã novo para combinar com o vestido;
- O sutiã esportivo é ideal para atividades físicas;
- Não consigo encontrar meu sutiã favorito;
- Este sutiã oferece ótimo suporte e conforto;
- O sutiã de renda é muito elegante;
- Ela tirou o sutiã antes de dormir;
- Muitas mulheres preferem sutiãs sem aro;
- O sutiã de maternidade tem abertura frontal para facilitar a amamentação;
- Ele deu um sutiã de presente para sua namorada.
Quem inventou o sutiã?
Os primeiros registros de uma peça para sustentar os seios remontam ao antigo Império Romano, por volta de 1.700 a.C. Naquela época, era conhecido como “estrófio” ou “estrofião” (em latim: strophium), um pedaço de tecido fino que sustentava os seios e também diferenciava as mulheres civilizadas, que o usavam, das mulheres bárbaras, que mantinham os seios à mostra.
Durante o Renascimento, nos anos 1500 d.C., Caterina de Medici, rainha consorte da França, introduziu o espartilho para proibir o uso de cinturas largas na Corte Real.
Embora fossem desconfortáveis, eles acentuavam o busto ao apertar a cintura. Esta evolução no vestuário feminino mostra a contínua preocupação com a forma e a moda, preparando o terreno para o sutiã. Nesse sentido, a história do sutiã moderno é marcada por invenções importantes no final do século XIX e início do século XX.
A costureira francesa Herminie Cadolle é creditada pela criação do “le bien-être” em 1889, que separava a parte superior do espartilho, enquanto Marie Tucek patenteou em 1893 uma peça com alças e colchetes.
Contudo, o primeiro modelo do sutiã contemporâneo foi creditado a Mary Phelps Jacob em 1914, quando ela criou um protótipo com duas peças de seda, arame e fita, motivada pela necessidade de um suporte mais discreto para um vestido de seda.
Popularização e incorporação da peça ao vestuário feminino
Foi somente na década de 1950 que o sutiã se tornou uma peça de roupa amplamente utilizada por todas as mulheres no mundo. Antes disso, a lingerie estava associada à sedução e à exibição de pele, sendo usada principalmente por estrelas de cinema.
Outro marco importante na história do sutiã foi a criação dos tamanhos, uma inovação introduzida por Ida Rosenthal, uma emigrante russa.
Utilizando seu conhecimento no mundo da moda e medindo diferentes tipos de seios, ela desenvolveu uma linha de sutiãs que atendia a todas as idades e tamanhos, classificando-os com as primeiras letras do alfabeto.
Hoje, os sutiãs são itens indispensáveis no guarda-roupa feminino, constantemente redesenhados para oferecer novos estilos e funcionalidades que visam o conforto e a elegância das mulheres.