Pesquisadores de todo o mundo utilizam uma complexa rede de satélites, boias oceânicas, estações meteorológicas, balões e outras tecnologias para obter informações sobre o clima. Mas você sabia que alguns animais também podem “prever” o tempo?
Essa crença não é recente. Na verdade, acredita-se que ela tenha se originado há muitos anos, quando os radares meteorológicos não existiam, ou seja, quando as pessoas só tinham a natureza para procurar pistas sobre a temporada de chuvas ou de seca.
Com o tempo, esse “dom” dos animais passou a ser estudado por cientistas, e alguns bichos realmente se destacaram por suas habilidades de previsão climática. Confira a lista.
1. Pássaros
O comportamento migratório das aves é claramente influenciado pelo clima. Na primavera, o clima na extremidade sul de um centro de baixa pressão incentiva as aves a migrarem para o norte, pois o vento predominante vem do sul.
No outono, muitas aves migratórias seguem para o sul acompanhando uma frente fria, aproveitando os ventos do norte fortes e úteis, bem como as temperaturas mais baixas. Com a saída do sol, o número de pássaros que se alimentam diminui, e eles o fazem com menos frequência.
Em um estudo publicado na revista Frontiers, pardais-de-garganta-branca mantidos em cativeiro foram expostos a diferentes condições de pressão.
Os resultados da pesquisa trazem novas provas experimentais de que as aves são capazes de perceber e reagir às variações de temperatura e pressão barométrica de maneira independente de outras pistas relacionadas a tempestades.
2. Minhocas
Minhocas frequentemente surgem nas calçadas e na superfície do solo após chuvas intensas, mas por que isso acontece? Especialistas acreditam que elas emergem durante temporadas de chuva, principalmente para migração.
Outra hipótese é que as vibrações causadas pelas gotas de chuva no solo se assemelham às vibrações de predadores, como as toupeiras, levando as minhocas a subir para escapar.
3. Sapos
Além de muitos acreditarem que sapos podem prever chuvas, um estudo demonstrou que eles também podem prever terremotos. Pesquisadores do Reino Unido monitoraram o comportamento do sapos-comum ou sapo-europeu por 29 dias, antes e depois de um terremoto em L’Aquila, Itália.
Os sapos, localizados a cerca de 74 km da cidade, exibiram mudanças comportamentais significativas aproximadamente cinco dias antes do terremoto.
Os cientistas observaram que os sapos machos ficavam menos ativos nos locais de reprodução, com uma redução de 96% no número de machos na colônia de reprodução cinco dias antes do terremoto.
Embora a forma como os sapos detectam esses eventos ainda seja desconhecida, os cientistas acreditam que eles são sensíveis a mudanças na ionosfera, a camada eletromagnética da atmosfera da Terra.
4. Abelhas
Pesquisa realizada em 2016, que analisou três colmeias diferentes, mostrou que as abelhas passam mais tempo trabalhando fora de suas colmeias 24 horas antes da chuva do que em dias anteriores de céu limpo.
Esse estudo sugere que as abelhas possuem uma habilidade notável de detectar mudanças atmosféricas, como temperatura, pressão e umidade, que frequentemente precedem alterações climáticas.
Pouco antes de um dia chuvoso, elas aumentam sua atividade ao redor da colmeia, buscando néctar e polinizando plantas. Em contraste, nos dias ensolarados que seguem a chuva, elas são menos ativas e permanecem mais tempo na colmeia, aproveitando os recursos coletados previamente.
5. Elefantes
Os elefantes, conhecidos por sua alta inteligência, podem ser capazes de ouvir o som da chuva a até 240 quilômetros de distância. Esse talento se deve às suas excepcionais habilidades auditivas.
Embora possam parecer barulhentos, eles se comunicam por meio de sons de frequência extremamente baixa. Eles conseguem captar estrondos de baixa frequência que variam entre 5 a 16 Hz, muito além do alcance auditivo humano.
Desse modo, quando uma tempestade se aproxima, um som de baixa frequência é emitido, alertando os elefantes sobre a chuva iminente.
Observações de pesquisadores mostram que, ao detectarem essas vibrações, os elefantes alteram sua direção e velocidade para lidar com as tempestades que se aproximam.