Na vida acadêmica, é comum nos perguntarmos quantas horas por dia devemos dedicar aos estudos para obter bons resultados.
Contudo, não há uma resposta única e universal, visto que cada pessoa tem diferentes capacidades de concentração e taxas de aprendizagem.
Além disso, a ciência ressalta que a qualidade do estudo é mais importante do que a quantidade de horas dedicadas. Veja alguns estudos que comprovam isso a seguir.
Quantas horas devemos estudar por dia?
A tendência à procrastinação é um traço comum entre os seres humanos. Frequentemente, adiamos as tarefas com a ideia de que haverá uma próxima oportunidade.
No entanto, essa postura muda drasticamente na véspera de uma prova ou concurso, quando muitos entram em um modo de estudo intenso, tentando absorver o máximo de conteúdo em pouco tempo.
Evidências já revelaram que essa prática, mesmo que dure cinco horas, é pouco eficaz para a retenção de conhecimento a longo prazo.
Por outro lado, há um método eficiente, embora contra-intuitivo, para estudar de forma mais efetiva: fracionar o tempo de estudo em sessões menores e distribuí-las ao longo de vários dias.
Isso é chamado de “efeito de espaçamento” e é altamente eficaz para melhorar a memória a longo prazo.
Pesquisas demonstram que essa técnica impulsiona significativamente a aprendizagem em pessoas de todas as idades, desde crianças de dois anos até idosos, e em diferentes níveis educacionais, desde o ensino fundamental até o superior.
Além disso, espaçar as sessões de estudo regularmente demonstrou aumentar e muito a capacidade de reter e compreender informações por períodos mais extensos.
Como funciona o método do espaçamento?
O conceito do efeito de espaçamento não é novidade no campo da ciência. Há mais de um século, o psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus já explorava essa ideia.
Ele observou que os seres humanos tendem a esquecer grandes quantidades de informações se aprenderem algo apenas uma vez.
Desde então, pesquisas têm consistentemente demonstrado o poder do espaçamento no processo de aprendizado. Essa técnica é eficaz porque permite que o material seja esquecido e reaprendido, consolidando-o na memória de longo prazo.
Em diversos estudos, a utilização do espaçamento em vez de sessões concentradas resultou em uma diferença significativa de 10% a 30% nos resultados finais dos testes.
Essa descoberta se aplica a uma variedade de tarefas, incluindo lembrar palavras-chave, fatos aleatórios ou resolver problemas de matemática.
É importante ressaltar que a lacuna entre as sessões de estudo não é fixa e pode variar com base em diferentes pesquisas.
Os proponentes desse método sugerem que, para determinar a distribuição ideal do tempo de estudo, é necessário considerar quanto tempo você deseja lembrar de determinado conteúdo.
Em suma, quanto mais próximo você estiver de esquecer uma informação (antes que ela desapareça completamente da sua memória), maior será o benefício de revisá-la novamente.
Como você deve espaçar seu aprendizado?
Para organizar seu estudo de forma eficiente, é recomendável iniciar o planejamento com antecedência, preferencialmente no começo do semestre ou até antes.
Dedique um período diário para os estudos, mesmo que as provas estejam distantes. Pode parecer incomum no início, especialmente se estiver habituado a estudar somente antes dos exames, mas com persistência, torna-se um hábito benéfico.
Após cada aula, faça uma revisão do conteúdo, mas não imediatamente; aguarde um dia. Por exemplo, se suas aulas ocorrem às segundas, quartas e sextas, faça as revisões nas terças, quintas e sábados. Assim, você reforça o aprendizado e facilita a memorização.
Lembre-se que adotar esta técnica não exclui a preparação próxima aos exames. Continue estudando até a data das provas, mas ao invés de concentrar todo o aprendizado nesse período, distribua-o ao longo dos dias e semanas anteriores.
Essa estratégia reduz o tempo necessário e potencializa o aprendizado, tanto imediato quanto a longo prazo.