Historicamente, os palavrões têm sido comuns na linguagem escrita e falada, aparecendo em livros, peças teatrais, filmes, etc. Curiosamente, o palavrão mais antigo em inglês foi ouvido pela primeira vez em uma música.
Antes de saber mais sobre ele, é importante notar que as palavras usadas para insultar mudaram ao longo do tempo.
Uma expressão ofensiva no século XV pode não ser mais considerada um insulto hoje, pois as línguas são entidades vivas que evoluem.
Nesse sentido, o inglês passou por muitas mudanças em sua morfologia, fonética, sintaxe e, claro, semântica no decorrer de sua história, levando ao desaparecimento de alguns termos e a criação de outros.
Na verdade, as palavras em qualquer idioma passam por processos de mudança motivados por fatores externos (sociais, psicológicos, influências de outras línguas, etc.) e internos (modificações na própria língua), e os insultos não são uma exceção a essas transformações.
Qual é o palavrão mais antigo em inglês?
A palavra “fart” é considerada o termo mais antigo na língua inglesa relacionado à flatulência.
Originária do inglês antigo “feortan” e do latim “pedere”, sua raiz proto-indo-europeia é “*perd”, que significa “soprar o vento ruidosamente”.
Variantes linguísticas podem ser encontradas em idiomas como nórdico antigo, eslavo, grego e sânscrito.
O uso documentado mais antigo da palavra remonta ao século XIII, sugerindo que ela era empregada como uma expressão vulgar para se referir à flatulência.
A primeira aparição conhecida data de cerca de 1250, o que a torna mais antiga que o termo “shit” (merda), que surgiu no século XVI.
“Peido” é mencionado inicialmente no incipit “Sumer is icumen in”, onde se lê “bucke uerteþ”, traduzido como “o pato peida”.
O manuscrito original é desconhecido, mas cópias datam de 1260 a 1264, indicando que o texto original é anterior, possivelmente da década de 1250.
O termo também é citado nos “Contos de Canterbury” de Geoffrey Chaucer, escritos entre 1387 e 1400, que incluem referências humorísticas e humilhantes à flatulência.
Em “The Miller’s Tale”, um personagem é enganado para beijar as nádegas de outro, em vez do rosto, resultando em um peido na cara.
Isso ilustra o uso do termo com uma conotação de vulgaridade e ofensividade desde suas primeiras ocorrências.
Quando o termo passou a ser ofensivo?
A palavra “fart” foi inicialmente considerada uma ofensa moderada, ou seja, não era vista como um insulto sério ou muito desrespeitoso. Contudo, a censura da palavra começou a se intensificar por volta do ano de 1900.
Thomas Wolfe, um escritor americano, foi instruído pelo seu editor a excluir a expressão “a fizzing and sulphuric fart” (“um peido efervescente e sulfúrico”) de sua obra “Look Homeward, Angel”, publicada em 1929.
Wolfe não foi o único autor a fazer tais ajustes; Ernest Hemingway também teve que modificar sua escrita, reconhecendo que a palavra “fart” não deveria ser utilizada sem um contexto mais significativo.
Na década de 1970, o movimento hippie contribuiu para uma nova conotação do termo “fart”, associando-o a uma “pessoa detestável” ou a alguém de “pequena estatura ou capacidade mental limitada”.
Essa redefinição levou a um uso mais generalizado do termo.