O Brasil é um país composto por 26 estados e um distrito federal. Mas já parou para pensar em como esses estados surgiram ao longo do tempo? E mais: qual foi o primeiro estado brasileiro?
A criação dos estados não se deu de uma hora para outra e o primeiro deles foi definido em 1534. Nesse sentido, além de descobrirmos qual é essa resposta, também é importante entender qual foi o contexto histórico em que esse processo se deu.
Qual foi o primeiro estado brasileiro?
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O Brasil foi dividido, incialmente, em 15 capitanias hereditárias. Foto: Reprodução/Unsplash
O primeiro estado brasileiro foi a capitania de Pernambuco, que foi criada em 1534, pouco mais de 30 anos após a invasão portuguesa ao país.
Contudo, é importante saber que as divisões iniciais foram feitas em capitanias, e não em estados, como conhecemos hoje.
A capitania de Pernambuco foi a primeira a ser definida, tendo Duarte Coelho como o primeiro donatário. Posteriormente, esta região foi dividida e deu origem a outras capitanias.
O que foram as capitanias hereditárias?
Mas, afinal de contas, o que foram as capitanias hereditárias?
Como situamos acima, o Brasil, inicialmente, foi dividido em capitanias, sendo Pernambuco a primeira delas.
As capitanias nada mais eram do que uma divisão territorial em 15 grandes faixas no país. Essas terras foram distribuídas para os responsáveis, os chamados capitães-donatários.
O motivo para essa divisão tem relação com uma tentativa portuguesa de melhorar a administração do território brasileiro.
Na época, o comércio realizado com as Índias começou a entrar em declínio e as terras conquistadas por Portugal também estavam sendo invadidas pela França.
Para reforçar o seu domínio sobre as terras brasileiras, o Rei Dom João III decidiu dividir o território em faixas.
Os capitães-donatários eram nobres portugueses que administravam a faixa de terra que receberam. A ideia é que isso melhorasse o controle do país.
Divisão das capitanias hereditárias
A divisão do Brasil em capitanias hereditárias ficou da seguinte forma:
Capitania | Capitão-donatário |
---|---|
Capitania do Maranhão (lote 1) | Aires da Cunha e João de Barros |
Capitania do Maranhão (lote 2) | Fernando Álvares de Andrade |
Capitania do Ceará | Antônio Cardoso de Barros |
Capitania do Rio Grande | Aires da Cunha e João de Barros |
Capitania de Itamaracá | Pero Lopes de Sousa |
Capitania de Pernambuco | Duarte Coelho |
Capitania da Baía de Todos os Santos | Francisco Pereira Coutinho |
Capitania de Ilhéus | Jorge de Figueiredo Correia |
Capitania de Porto Seguro | Pedro do Campo Tourinho |
Capitania do Espírito Santo | Vasco Fernandes Coutinho |
Capitania de São Tomé | Pero de Góis da Silveira |
Capitania de São Vicente | Martim Afonso de Sousa |
Capitania de Santo Amaro | Pero Lopes de Sousa |
Capitania de Santana | Pero Lopes de Sousa |
O que aconteceu com as capitanias?
O projeto de dividir o Brasil em capitanias hereditárias não saiu como o esperado. As terras foram dadas aos administradores, mas a maioria delas não prosperou.
Das 15 faixas de terras, apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente tiveram “sucesso”. Isso aconteceu, principalmente, porque conseguiram manter uma convivência, ou dominação, com os povos nativos.
Além disso, a capitania de Pernambuco se destacava pela produção de açúcar, enquanto São Vicente, comercializou os indígenas escravizados.
Entre as principais causas para o fracasso das capitanias, podemos destacar:
- Dificuldade de adaptação ao clima do Brasil;
- Falta de mão de obra;
- Ataque dos povos colonizados aos portugueses;
- Falta de experiência administrativa da maioria dos donatários;
- Escassez de recursos administrativos;
- Desafios de comunicação com a Coroa portuguesa.
O fim das capitanias, contudo, demorou um pouco para acontecer. Foi só no século XVII que a Coroa portuguesa reconheceu as falhas do sistema que implantou, buscando uma nova forma de organização.
Dessa maneira, foi criado o Governo-Geral, um sistema administrativo que contava com a figura de governador-geral.
A ideia era centralizar o poder nas mãos de uma autoridade. O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que criou a primeira capital do país: Salvador.
Aos poucos foram sendo propostas novas formas de organização do país, e a divisão por estados foi criada em 1889, quando os territórios deixaram de ser chamados de províncias.
A regionalização, no entanto, só foi feita em 1913 e passou por outras mudanças até chegar em 1990, quando a organização de regiões que conhecemos hoje foi fechada.