O hífen é um pequeno traço, mas pode causar grandes dúvidas, por exemplo, será que o correto é pré-requisito ou prerrequisito?
Esse sinal gráfico de pontuação é utilizado para unir palavras e formar compostos, mas seu uso depende de algumas regras que mudaram com o Novo Acordo Ortográfico.
Essas mudanças nem sempre são fáceis de memorizar, e é normal que surjam perguntas como essa. Por isso, vamos entender quando o hífen deve ser utilizado no exemplo mencionado acima para que sua escrita fique sempre correta e precisa.
Pré-requisito ou prerrequisito: qual é o certo?
A forma correta de grafar a palavra é “pré-requisito”, com hífen, conforme o Acordo Ortográfico em vigor. Essa regra determina o uso do hífen em palavras formadas com os prefixos “pré”, “pró”, “ex”, “soto” e “vice”, independentemente da palavra seguinte.
Desse modo, em contextos formais e acadêmicos, deve-se utilizar a grafia “pré-requisito”. A palavra é formada pela junção do prefixo “pré-“, que indica anterioridade, com o substantivo “requisito”, que representa uma exigência ou condição.
“Pré-requisito” significa uma condição prévia, necessária para se alcançar determinado objetivo, como a exigência de um curso específico para ingresso em uma pós-graduação. Veja exemplos de uso abaixo:
- A experiência em programação é um pré-requisito para se candidatar a essa vaga;
- Ter carteira de motorista é um pré-requisito para o cargo de entregador;
- O conhecimento de inglês é um pré-requisito para participar do intercâmbio;
- A assinatura do contrato é um pré-requisito para iniciar o projeto;
- Ter um diploma de ensino médio é um pré-requisito para ingressar na faculdade;
- Passar no exame de aptidão física é um pré-requisito para entrar na academia militar;
- A realização do pagamento é um pré-requisito para confirmar a inscrição no curso;
- A comprovação de renda é um pré-requisito para solicitar o financiamento.
Devo usar requisito ou pré-requisito?
A confusão entre “pré-requisito” e “requisito” decorre da redundância. O termo “requisito”, por si só, já implica uma condição prévia para a obtenção de algo.
A utilização de “pré-requisito”, portanto, reforça essa ideia de anterioridade, mas não a altera. Embora o uso de “requisito” seja suficiente, “pré-requisito” é a forma correta e dicionarizada quando se deseja enfatizar a natureza prévia da condição.
A grafia “requesito” ou “requezito” é incorreta.
Embora alguns argumentem que a etimologia não deve ser a base para as regras ortográficas, a realidade é que a maioria das palavras da língua portuguesa tem seus significados principais baseados em sua origem etimológica.
Desvios dessa regra são exceções e não devem ser tomados como base para a formação de novas normas.
Em textos formais, especialmente científicos, a precisão e clareza são fundamentais, e o uso da forma correta “pré-requisito” contribui para evitar ambiguidades e interpretações equivocadas.
Quando usar o hífen nos prefixos?
O hífen é utilizado em prefixos terminados na mesma letra que inicia a segunda palavra ou quando essa se inicia por “h”.
Aplica-se também a elementos não autônomos e falsos prefixos, como em micro-ondas e anti-higiênico. Nos demais casos, o prefixo é escrito junto à palavra, dobrando-se o “r” e o “s” iniciais, como em antissocial e autorretrato.
Existem ainda casos específicos, como com os prefixos “sob-” e “sub-“, que exigem hífen antes de “h”, “b” e “r”.
O prefixo “co-” requer hífen apenas antes de “h”. Já “pró-“, “pós-” e “pré-” levam hífen quando tônicos e autônomos, como em pós-graduação, mas são aglutinados quando átonos, como em prever.
Finalmente, os prefixos “circum-” e “pan-” exigem hífen antes de vogal, “m”, “n” e “h”. Por sua vez, os prefixos “ex-“, “vice-“, “vizo-“, “soto-” e “sota-” são sempre hifenizados, independentemente da palavra seguinte.