A rabanada é um doce de origem europeia mas com uma longa tradição no Brasil. Em suma, consiste numa fatia de pão (geralmente não do dia, já um pouco duro) que é embebida em leite ou vinho e, depois de passada em ovo, é frita numa frigideira com manteiga. É adoçado com mel ou açúcar e empanado com canela.
Em nosso país, seu consumo é típico do Natal. E se também é algo popular nos outros países da América, é por causa da emigração espanhola, que os levou para o Caribe espanhol, América do Sul, América Central e México.
Mas de onde vem a receita? E por que a comemos no Natal? Continue lendo e descubra a seguir.
Origem da rabanada
A rabanada não foi inventada na França, muito menos em Portugal, apesar de seus registros mais antigos remeterem a esses países europeus. Desse modo, as origens exatas da rabanada são desconhecidas, mas não surpreende que os humanos tenham desenvolvido a receita rapidamente, já que a rabanada é tradicionalmente feita com pão amanhecido.
O pão tem sido um alimento básico para a maioria das culturas desde que começou a ser feito e, na antiguidade, a grande maioria dos humanos nunca teria sonhado em desperdiçar comida. Portanto, mergulhá-lo no leite e no ovo e depois fritá-lo parece bastante lógico, fazendo uma boa refeição saborosa sem perder o pão.
A primeira referência a fazer isso remonta à Roma do século IV, em um livro de receitas atribuído a Marco Gavio Apício. Esse estilo de torrada “francesa” era chamado de Pan Dulcis.
Os romanos pegavam o pão e o embebiam em uma mistura de leite e ovo e depois o levavam ao fogo, geralmente fritando-o em óleo ou manteiga, como é feito hoje em muitos países do mundo.
Essa prática tornou-se comum em toda a Europa na Idade Média, inclusive fazendo-a principalmente com pão amanhecido. Na verdade, o nome da rabanada na França é “pain perdu”, que significa literalmente “pão perdido” (também é chamado assim na Bélgica, Nova Orleans, Congo, entre outros lugares).
Outros nomes da rabanada incluem:
- Eggy bread (Inglaterra);
- French toast (EUA e demais países de língua inglesa);
- Torrijas (Espanha);
- Tostadas a la francesa (Guatemala);
- Tostadas francesas (Chile, Colômbia e Equador);
- Pan francés (México);
- Torrejas (Argentina e Uruguai).
Por que comemos rabanada no Natal?
No século XV, a rabanada começou a ser ligada ao nascimento de bebês. Acreditava-se que esse doce embebido em leite era muito útil para estimular a secreção láctea nas mulheres, sendo assim chamada de “fatias de parida”, principalmente em Portugal.
Pão, leite, ovos e algo doce eram considerados alimentos energéticos adequados para as puérperas, por isso eram oferecidos tanto à mãe quanto aos convidados que vinham visitar o recém-nascido.
No início do século XX, as rabanadas conquistaram as grandes cidades espanholas e eram muito comuns nas tabernas, servidas com copos de vinho.
A tradição foi incorporada ao Cristianismo no período do advento (período de preparação para celebrar o Natal). Sendo o pão um alimento muito calórico e, portanto, apropriado para dias de abstinência, muitas pessoas o consomem durante o jejum nestes dias.
Além disso, também simboliza o nascimento de Jesus. O pão, identificado com o corpo de Cristo, o leite e o mel como elementos que remetem a renovação e a esperança. É daí que vem o simbolismo de comer rabanadas durante o Natal, tradição que se mantém até hoje.
Como fazer rabanada?
Ingredientes
- 5 pães franceses;
- 2 xícaras de leite;
- 1 caixa de leite condensado;
- 3 ovos batidos;
- 1 colher de chá de canela;
- Açúcar e canela a gosto para empanar;
- Manteiga para fritar.
Modo de preparo
- Corte os pães franceses em fatias médias;
- Em um refratário, misture o leite com o leite condensado e mergulhe as fatias de pão até que elas fiquem embebidas;
- Numa tigela, bata os ovos e adicione uma pitada de canela;
- Empane as fatias de pão molhadas de leite nos ovos batidos;
- Frite na manteiga quente e escorra as rabanadas em papel-toalha;
- Por fim, passe as fatias em um recipiente com canela e açúcar cristal a gosto;
- Sirva em seguida ou coloque na geladeira para servir gelada.