Certas palavras da Língua Portuguesa podem causar muita confusão na cabeça das pessoas sempre que se torna necessário escrevê-las, falá-las ou aplicá-las em uma frase. Por ser tão vasto, o português prega peças, e muitos termos são tão similares que criam grandes problemas para os falantes da língua. Esse é o caso dos 4 porquês: por que, porque, porquê e por quê.
É comum sentir dúvidas na hora de escolher um dos quatro ao escrever. Afinal, o uso dos porquês depende do sentido que será dado à frase. Mesmo que todas as formas estejam corretas, elas devem ser empregadas em diferentes situações, e portanto, é importante saber o real significado de cada uma delas. Para entender de uma vez por todas, confira agora como e quando usar cada um dos porquês.
Por que, porque, porquê e por quê: como e quando usar cada palavra
1. Quando usar por que?
O por que, separado e sem acento, costuma ser utilizado para introduzir uma pergunta, ou para estabelecer uma relação com um termo anterior da oração. Ele é necessário no início das frases interrogativas diretas, ou no meio, no caso de frases interrogativas indiretas.
Desse modo, o por que é utilizado em perguntas ou como pronome relativo, ganhando sentido de por qual, por qual razão, por qual motivo, pelo qual, pelas quais e pela qual, por exemplo. Confira:
- Por que ele não voltou mais?
- Por que as coisas estão tão caras?
- Queria entender por que você não me telefonou ontem quando pedi.
- O caminho por que passamos.
- Foi substituído por que médico?
2. Quando usar porque?
Já o porque, junto e sem acento, é necessário principalmente em respostas e explicações. Ele indica a causa e a explicação de algo. A palavra exerce a função de uma conjunção subordinativa casual ou coordenativa explicativa. Normalmente, pode ser substituído por palavras como pois, visto que, uma vez que, dado que e por causa de que. Veja alguns exemplos:
- Não fui para a aula ontem porque fiquei doente.
- Levei o casaco porque vai fazer frio.
- Não preciso de outro exemplo porque já entendi o que quis dizer.
- Veio porque eu chamei.
- Porque estava cansado, não quis ir ao cinema.
3. Quando usar porquê?
O porquê junto e com acento é utilizado para indicar o motivo, causa ou razão de alguma coisa. Costuma aparecer quase sempre junto de um artigo definido (o, os), ou de um artigo indefinido (um, uns). Da mesma forma, pode surgir junto de um pronome ou de um numeral.
Esse termo possui valor substantivo, e necessita de um determinante: como informado anteriormente, de um artigo definido ou indefinido. Confira sua aplicação:
- Todos riam da garota e ninguém dizia o porquê.
- Gostaria de saber os porquês de ter sido expulsa da sala mais cedo.
- Você pode me explicar o porquê das pessoas complicarem tanto as coisas mais simples?
- Não foi explicado o porquê de tantos gritos na noite de ontem.
- Entender os porquês de algo pode nem sempre ser tão simples.
4. Quando usar por quê?
Por fim, o por quê, separado e com acento, é necessário durante interrogações. Ele sempre aparece no final da frase, seguido de um ponto final, de exclamação ou de interrogação. Costuma ser substituído por “por qual motivo” ou “por qual razão”. Confira:
- Você não comeu? Por quê?
- Sua neta foi embora e nem disse por quê.
- Eu sei o por quê!
- Os organizadores cancelaram nosso espetáculo por quê?
- Ele não veio à festa no sábado, e eu até imagino por quê.
Vale lembrar que o por quê também pode ser utilizado quando ocorre omissão do verbo usado em uma oração anterior. Veja um exemplo:
- Muitos gatos do bairro morreram essa semana. Descobrir por quê é essencial.
Como o verbo “morreram” foi emitido na segunda oração, o por quê entra para substituí-lo.