Você já deve ter ouvido falar que os gatos eram considerados sagrados pelos egípcios, mas sabe qual é o verdadeiro motivo por trás disso?
Se hoje os felinos se tornaram animais de estimação na nossa cultura e, para muitos, membros da família, na época do Egito Antigo eles também desempenharam um papel muito importante para o início da domesticação.
Os egípcios ficaram conhecidos por criarem estátuas felinas, joias e até o primeiro cemitério de animais de estimação do mundo. O local tem quase 2000 anos e abriga, principalmente, corpos de gatos.
Para entender o motivo de tanta admiração, continue a leitura!
Por que os gatos eram sagrados no Egito Antigo?
Para responder essa pergunta, é importante destacar alguns pontos.
Uma das principais motivações, segundo uma exposição do Museu Nacional Smithsonian de Arte Asiática em Washington, era que os egípcios acreditavam que seus deuses e governantes tinham qualidades felinas.
Que qualidades seriam essas? A principal delas é a dualidade de temperamentos. Para o povo, os gatos conseguem ser protetores, leais e carinhosos, mas também podem se mostrar ferozes, combativos e independentes.
Por conta disso, os egípcios acreditavam que os gatos eram criaturas especiais e, portanto, dignas de admiração.
Outro motivo é a habilidade de caça e proteção dos felinos, que foi essencial para a sobrevivência do povo diante de ameaças, principalmente de animais perigosos, como as cobras e ratos.
Aos poucos, os gatos também começaram a ser domesticados no Egito Antigo, passando a se tornar um tipo de membro da família e não apenas um animal que protegia a casa de seus donos.
Não se sabe ao certo em que momento esse processo começou a acontecer, mas evidências sugerem que, na verdade, os felinos se “autodomesticaram” pela primeira vez há cerca de 10 mil anos.
Isso porque acredita-se que eles começaram a vagar pelas sociedades agrícolas em busca de roedores para se alimentar, que roubavam os grãos da plantação.
Esperando oportunidades para garantir comida, os gatos acabavam ficando por perto e garantindo massagens nas costas como forma de agradecimento dos humanos pela proteção do local.
Com isso, podemos perceber que esse desenvolvimento da domesticação e relação de afeto com os felinos não acabou e foi se perpetuando em outras civilizações, como vemos, inclusive, na nossa sociedade.
Felinos e divindades egípcias
Um fato importante sobre a cultura dos egípcios, conforme adiantamos, é que eles admiravam os gatos de tal modo, que seus deuses tinham características do animal.
Por exemplo, uma das primeiras divindades do Egito Antigo foi Mafdet, que era adorada por pessoas que buscavam proteção contra animais venenosos como as cobras e os escorpiões.
A deusa foi representada de diversas formas felinas, mas geralmente aparecia como uma mulher com a cabeça de gato, leão ou guepardo.
Já que os gatos eram vistos como aqueles que podiam proteger os lares de pequenas pragas que atacavam o local, Mafdet foi considerada como protetora do lar.
Outra divindade que surgiu posteriormente foi Bastet, que também era admirada por sua habilidade de proteção.
Os egípcios acreditavam que a deusa os observava de forma feroz, protegendo-os de possíveis perigos e invasões. Além disso, também tinham a crença de que os gatos carregavam a essência de Bastet.
Outra curiosidade interessante sobre a cultura dos egípcios é que, por volta do século II a.C., a pena por matar um gato era a morte, mesmo que o ocorrido tenha sido um acidente.
O povo também costumava usar amuletos com representações de gatos como forma de trazer boa sorte em momentos como partos.