O vaga-lume, ou pirilampo, é um inseto coleóptero das famílias biológicas Elateridae, Phengodidae ou Lampyridae mais popular por conta do brilho de luz verde que emitem. Porém, nem todas as pessoas sabem porque o vaga-lume brilha e como esse processo acontece em detalhe, mas a explicação está centrada no fenômeno da bioluminescência.
Curiosamente, existem espécies de água-viva, escorpião, lula e peixes que também emitem brilhos como instrumento natural. No geral, esses mecanismos são formas de proteção contra os predadores, assim como instrumentos para atrair as presas na natureza, pois acabam confundindo outros animais de acordo com o ambiente em que estão. Saiba mais informações a seguir:
De onde vem a luz verde e por que o vaga-lume brilha?
Em primeiro lugar, a luz verde emitida por vaga-lumes é consequência direta de uma reação química que acontece no organismo desses animais, por conta da interação entre a luciferina e o oxigênio. Comumente, os órgãos que realizam esse processo da bioluminescência estão localizados na parte inferior do segmento abdominal.
Mais especificamente, a luciferina é uma substância oxidada pelo oxigênio nuclear, por meio da mediação de um outro elemento chamado enzima luciferase. Como resultado, essa interação gera a oxiluciferina cuja perda de energia cria uma emissão de luz. Nas fêmeas, esse mecanismo é uma forma de atrair parceiros, porém, acaba chamando a atenção de predadores no processo.
De acordo com os especialistas, a luminosidade é uma forma de comunicação entre as espécies. Contudo, as cores podem variar entre o vermelho e o verde, o que depende da família a qual pertence o inseto e qual é o resultado da reação proveniente da bioluminescência. Entretanto, nem todo vaga-lume emite essa luminosidade.
A depender da espécie, existem vaga-lumes que emitem luz durante diversas horas por noite, enquanto outras piscam por apenas 20 minutos durante o entardecer. Por um lado, algumas famílias de vaga-lumes possuem um sistema de sinalização múltiplo para se comunicar com os seus semelhantes, enquanto outras utilizam dos feromônios para se encontrar na natureza.
Atualmente, estima-se que esses animais estão sendo ameaçados de extinção por conta da iluminação nos centros urbanos. Em resumo, essa iluminação artificial interfere nas reações químicas que acontecem no corpo dos vaga-lumes. Por conta disso, a bioluminescência é anulada, afetando tanto o ciclo reprodutivo quanto o processo de alimentação e amadurecimento das espécies.
Dessa maneira, encontrar vaga-lumes é cada vez mais raros, pois alguns animais estão de adaptando à falta da bioluminescência e deixando de emitir essa luminosidade nas áreas urbanas. Contudo, são espécies comuns em diversos ecossistemas, desde pântanos a pastagens, florestas e parques.
Aprenda mais sobre esses animais
Os vaga-lumes fazem parte da mesma ordem das joaninhas e besouros, mas são conhecidos popularmente por conta da capacidade de emitir luz própria. Estima-se que no Brasil existem mais de 500 variedades desses animais, sendo que cada uma emite um brilho dentro de um padrão específico, com piscadas longas, piscadas curtas e sucessivas ou emissão contínua de luz.
Segundo os especialistas, os vaga-lumes possuem um ciclo de vida considerado longo para os tipos de inseto que existem atualmente, pois podem viver entre 1 e 3 anos. Apesar disso, a maior parte do processo de vida é na fase larval, pois a fase adulta dura somente de 3 a 4 semanas. Porém, depois da metamorfose, esses insetos conseguem voar e se reproduzir normalmente.
Sobretudo, dedicam-se à atividade de reprodução durante o verão, pois as temperaturas mais altas e a umidade favorece os ciclos reprodutivos das fêmeas. Geralmente, os ovos e as larvas são encontrados em todos os podres de madeira, pois a matéria orgânica auxilia no crescimento dos novos vaga-lumes, e após 15 dias é possível identificar as larvas, iniciando um novo ciclo.
Além da poluição luminosa, outro aspecto que ameaça a extinção desses animais é a distribuição do habitat. Por conta da devastação das paisagens naturais, por meio do desmatamento e das queimadas, a tendência é que os vaga-lumes não consigam mais realizar os ciclos reprodutivos corretamente.