Por que o mapa-múndi que conhecemos está tecnicamente errado?

Criado em 1569, no auge dos impérios europeus, o mapa-múndi de Mercator ainda é utilizado atualmente, apesar de estar tecnicamente errado.

Em 1569, há mais de quatro séculos e meio atrás, o mapa-múndi representava o que havia de mais avançado em termos de progresso técnico, mantendo essa reputação por um longo tempo. 

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De fato, o método desenvolvido por Gerardus Mercator para a criação de mapas alcançou uma popularidade sem precedentes, e seu planisfério foi integrado ao ensino escolar de maneira tão natural que parecia não ter falhas. 

Contudo, apesar de sua grande importância e aceitação, a realidade é que ele está errado. Continue lendo e entenda abaixo.

Por que o mapa-múndi que conhecemos está errado?

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A tarefa de representar uma esfera (ou semiesfera) em uma superfície plana é muito difícil, pois as dimensões são diferentes. 

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No caso da representação cartográfica da Terra, isso resulta em continentes que não apresentam suas proporções reais, distorcendo nossa percepção do mundo

Na projeção de Mercator, quanto mais distante do Equador, mais imprecisas são as dimensões retratadas.

Isso explica, por exemplo, porque a Groenlândia aparece como sendo maior que a Argentina, quando na realidade é menor. 

Da mesma forma, o continente africano também parece menor, apesar de poder acomodar a China, os Estados Unidos e uma grande parte da Europa em seu território. Outras distorções que podemos destacar incluem:

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  • A Europa (10,3 milhões de quilômetros quadrados) aparentando ser maior que a América do Sul (17,8 milhões de quilômetros quadrados); 
  • O Equador deslocado para muito além de seu posicionamento central; 
  • A Península Escandinava (1,1 milhões de km quadrados) parecendo maior que a Índia (3,3 milhões de km quadrados); 
  • A Groenlândia (2,1 milhões de km quadrados) apresentada como maior que a China (9,5 milhões de km quadrados).

Contudo, as implicações de uma projeção imprecisa vão além da mera visualização incorreta do mundo nos livros didáticos. 

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Na verdade, as consequências destes erros foram diversas ao longo da História. Para começar, as referências à realização de viagens de circunavegação estavam erradas e custaram tempo e dinheiro aos exploradores no passado.

Além disso, a perspectiva planetária de Mercator beneficiou os interesses das nações dominantes do século XVI, centralizando uma Europa influente que, de fato, não ocupa o centro do mapa. 

Por outro lado, ao focar quase exclusivamente no hemisfério norte, a projeção induz a crença de que a maior parte da atividade humana se concentra nessa região, enquanto o sul é quase desabitado, o que claramente não corresponde à verdade.

O problema de bidimensionalidade

A verdade é que a Terra não é plana, e sim um corpo esférico, com volume. Isso torna a representação de características geográficas, como continentes e terrenos, um desafio quando limitada a apenas duas dimensões, resultando em uma perda de precisão.

Por séculos, esse foi um obstáculo significativo, até que avanços tecnológicos nos proporcionaram novas maneiras de representar o nosso planeta de maneira mais fiel ao seu formato real. 

Com a introdução da tridimensionalidade, os mapas evoluíram consideravelmente, alcançando o que antes era inatingível pela cartografia convencional.

Apesar dos progressos notáveis na representação cartográfica do nosso planeta, é importante reconhecer que todos os mapas possuem um certo grau de imprecisão. 

No entanto, eles continuam sendo referências valiosas para nos orientarmos e compreendermos nosso lugar no mundo.

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