O uso do álcool como antisséptico remonta ao Egito Antigo, com o tratamento de feridas utilizando vinho. Essa prática perdura até a atualidade, mesmo antes da compreensão completa de suas propriedades antimicrobianas.
No final do século XIX, cirurgiões passaram a usar álcool para limpar as mãos. Inclusive, diversas pesquisas comprovaram sua eficácia contra agentes patogênicos, incluindo vírus e fungos.
Durante a pandemia de Covid-19, observou-se um crescimento na procura e utilização do produto, especialmente em gel, para higienização das mãos e limpeza de superfícies.
Agora, a venda do álcool líquido 70% voltou a ser proibida em farmácias e mercados. Veja o motivo a seguir.
Por que a venda de álcool 70% está proibida em todo o Brasil?
No último dia 1º de abril, foi restabelecida a proibição de venda de álcool líquido 70%. Supermercados e farmácias tiveram até o final do mês passado para remover o produto das prateleiras.
Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agora só é permitida a venda de álcool em gel ou lenços umedecidos.
A comercialização de álcool líquido 70% foi banida no Brasil em 2002 devido ao alto risco de queimaduras. Durante a pandemia de coronavírus, sua venda foi temporariamente autorizada para atender à demanda por desinfetantes.
A Anvisa esclarece que o produto apresenta riscos de queimaduras, pois pode se espalhar rapidamente em caso de incêndio, causando lesões extensas e complexas na pele.
Anualmente, o Ministério da Saúde contabiliza aproximadamente 150 mil casos de internação por queimaduras, ocasionadas principalmente devido ao uso de álcool para acender churrasqueiras e fogueiras.
Diante disso, uma resolução da Anvisa determinou que após dezembro de 2023, a venda do álcool líquido 70% seria novamente proibida, permitindo a comercialização do estoque existente por até 120 dias após o fim da vigência da resolução, prazo que se encerrou em 29 de abril.
O órgão comunicou que violações resultarão em sanções sanitárias, incluindo multas. A fiscalização será realizada por autoridades locais e pela própria agência.
Qual é a diferença entre o álcool líquido e o álcool em gel?
O álcool líquido e o álcool em gel são igualmente eficazes na eliminação de vírus e bactérias, mas possuem diferenças significativas.
O álcool em gel tem uma consistência espessa e é mais fácil de aplicar nas mãos, sendo menos agressivo para a pele e com uma ação mais duradoura.
Já o álcool líquido 70% é composto por uma mistura de 70 partes de álcool etílico e 30 partes de água, o que garante sua eficácia como desinfetante.
Essa proporção específica é essencial porque maximiza a capacidade do produto de penetrar a parede celular dos microrganismos, promovendo a desinfecção efetiva de superfícies e objetos.
Contudo, em termos de inflamabilidade, o álcool em gel é mais seguro, pois sua chama é mais fraca e não se espalha facilmente, enquanto o produto líquido é altamente inflamável e deve ser manuseado com extremo cuidado.
Cuidados no manuseio e armazenamento do álcool 70
- Utilize em locais bem ventilados para evitar a inalação de vapores;
- Mantenha longe de fontes de calor, faíscas ou chamas abertas, pois é altamente inflamável;
- Armazene em um recipiente fechado e original, longe do alcance de crianças e animais;
- Não aplique em superfícies quentes ou em equipamentos eletrônicos em funcionamento;
- Em caso de contato com os olhos, lave imediatamente com água em abundância e procure atendimento médico;
- Não ingira. Se ingerido, não provoque vômito e procure assistência médica imediatamente;
- Por fim, lembre-se sempre de verificar as recomendações do fabricante e seguir as normas locais de segurança.