Por que muitos medicamentos têm sabor de cereja?

O sabor de cereja nos medicamentos faz parte da memória afetiva e infantil de muitos adultos até hoje.

Você provavelmente se lembra de tomar um xarope com sabor de cereja quando estava tossindo ou resfriado na infância, mas você sabe por que muitos medicamentos têm sabor de cereja?

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O motivo envolve tanto uma questão comercial quanto psicológica.

Aliás, é justamente por essa escolha de sabor que é muito mais fácil convencer uma criança a se medicar. Quem nunca ouviu dos pais ou responsáveis que o remédio era “docinho”? Entenda mais informações a seguir e descubra o motivo.

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Por que os remédios têm sabor de cereja?

A prática de usar cereja como mascarante artificial do sabor dos fitoterápicos é antiga, com o primeiro xarope composto com esse produto registrado em 1838.

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Desde essa época, os médicos usavam os sabores para disfarçar o gosto amargo dos medicamentos.

Como na época a maioria era feita de maneira natural, sem a inovação tecnológica dos medicamentos sintéticos usados hoje em dia, se misturava essa fruta na mistura para tornar o remédio palatável. Apesar das mudanças industriais, a prática permaneceu.

No passado, era comum dissolver as plantas usadas nesses medicamentos em álcool e depois temperar a mistura amarga com a calda doce gerada pela cereja macerada. Em outros casos, era adicionado açúcar na mistura para disfarçar o sabor.

Ainda que não seja a opção mais gostosa, pois em muitos casos pode ser um sabor doce enjoativo, é ainda o produto de melhor adesão do público, mais barato e mais fácil de adicionar nos compostos. Sobretudo quando se pensa nas crianças e bebês.

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Outra questão que impacta nesse uso industrial é a associação mental que se cria a partir do sabor da cereja. Ao tomar um medicamento doce, a pessoa não sente que está sendo medicada e não resiste tanto ao tratamento.

Hoje em dia existem outras opções nas prateleiras das farmácias, como o famoso efervescente de limão ou laranja, ou as pastilhas com sabor de uva. No entanto, quando se trata de xaropes e medicamentos infantis, a cereja continua protagonizando.

Como convencer as crianças a tomar o remédio?

1. Converse com a sua criança

É comum imaginar que as crianças não vão entender ou colaborar quando estão resistentes a fazer algo, mas partir do diálogo é uma forma inteligente de incluí-las no processo do tratamento. Portanto, converse sobre a importância do medicamento.

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Você não precisa se deter nos termos técnicos e medicinais na explicação, até porque é melhor ser didático para que fique mais fácil de entender os seus motivos. Para evitar a rejeição do medicamento, evite forçá-la a tomar.

2. Use reforçadores positivos

Os reforçadores positivos são os melhores aliados na educação das crianças, e aqui não estamos falando somente de doces ou presentes. Práticas simples como elogiar a coragem de experimentar o remédio ou oferecer carinho são mais do que suficientes.

É importante que a sua criança não fique com medo ou nojo do medicamento, mas entenda que é algo importante para que melhore. Nada de mentir dizendo que o remédio é como doce, faz diferença ser sincero nesse processo.

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3. Mostre que você também toma remédios quando está doente

O exemplo realmente arrasta, e muitas vezes a rejeição parte do medo da criança diante do desconhecido, do remédio que lhe é estranho. Quando você mostra que também precisa tomar remédio quando está doente, isso é normalizado.

Se quiser, você pode levar a criança até o armário de remédios da sua casa e contar com a colaboração de outros familiares. Aqui a prioridade é desmistificar esse estranho medicamento cor de rosa mostrando que não é nada de assustador.

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